Polícia
Homens que mataram menor de idade por briga de facção vão a júri nesta quinta-feira
O caso aconteceu em 2019 e seis pessoas estão envolvidas na morte do menor de idade Thiago da Silva de Jesus
Quinta-feira, 09 Fevereiro de 2023 - 10:10 | Ana Palma e Thaís Matos
Felipe Uchôas Barão, Matheus Henrique de Oliveira Moraes, Matheus Pereira Fernandes e Weuller Gabriel de Almeida ocupam os bancos de réus da 1ª Vara do Tribunal do Júri nesta quinta-feira, 9 de fevereiro, pelo assassinato do menor de idade Thiago da Silva de Jesus, em 2019, após manter a vítima em cárcere privado em decorrência de ‘guerras’ entre facções criminosas.
Outros dois envolvidos no caso, Dorvaci Nogueira e Mailson Pereira, também foram convocados para esta audiência, mas não compareceram ao Júri. Eles também são acusados pelo crime. A primeira audiência estava marcada no dia 17 novembro de 2022, mas não foi possível reunir todos os envolvidos, por isso houve a remarcação para esta quinta-feira (9) a fim de que todos estivessem presentes, e ainda assim dois não compareceram.
No julgamento de hoje (9), os quatro autores presentes respondem por homicídio qualificado, crime de cárcere privado e por integrar organização criminosa. Os réus e a vítima eram rivais de facções - Os acusados são integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), e Thiago membro do Comando Vermelho (CV).
Conforme a denúncia, feita pelo Ministério Público, no período compreendido entre 7 e 8 de janeiro de 2019, na Rua Plínio Bitencourt, bairro Jardim Botânico, os acusados teriam combinado entre si de matar Thiago da Silva de Jesus, que era menor de idade.
Diante da rivalidade entre os grupos, os acusados mantiveram Thiago em cárcere privado no imóvel citado, pertencente a um dos acusados (Dorvaci) onde ocorreu um ‘julgamento’ da vítima, realizado pelos autores e demais pessoas não identificadas.
O Ministério Público diz que após o ‘julgamento’ da vítima, os acusados Felipe e Matheus mataram Thiago e na sequência abandonaram o corpo próximo a um carro situado na rua onze horas, no bairro Aero Rancho em Campo Grande.
O crime teria sido praticado por motivo torpe, pois os acusados agiram por ódio vingativo em decorrência da guerra entre as facções. O Ministério Público imputou a prática dos crimes de homicídio qualificado, crime de cárcere privado e integrar organização criminosa.
Conforme relato do Delegado Ricardo Meireles, Thiago era natural de Mato Grosso e já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas em Dourados. Após executarem a vítima, os acusados enviaram para a irmã de Thiago, via Facebook, a notícia sobre o ocorrido.
"Isso despertou que poderia ser questão de rivalidade entre facções e a luta pelo tráfico de drogas aqui na Capital. Tudo levava a crer que a vítima tinha vindo para Campo Grande e estaria trabalhando com tráfico de drogas e dessa guerra de facções, armaram para ele uma emboscada onde foi pego e levado para esta casa”, relatou o Delegado que na época atendeu o caso de homicídio.
O Defensor Público Ronald Calixto, falou sobre o depoimento da mãe de Thiago apurado em outubro de 2020. “Em nenhum momento ela cita que a vítima fizesse parte de facção criminosa e não atribui que a morte do filho tenha sido por guerra de facções criminosas. Ela chega a dizer que uma filha dela teria dito que Thiago teria falado que estava sendo ameaçado e com risco de vida porque ele havia saído do Mato Grosso para pegar uma droga no Mato Grosso do Sul, porém foi apreendida e em razão disso, os contratantes estavam o ameaçando”.
O caso segue em audiência no decorrer desta quinta-feira (9). Até o momento desta reportagem nenhum dos acusados teve uso da palavra.
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