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Polícia

Em um mês, 5° feminicídio é registrado em Mato Grosso do Sul

Em Campo Grande, a jornalista Vanessa Ricarte teve a vida ceifada pelo ex-noivo no dia 12 de fevereiro

Segunda-feira, 24 Fevereiro de 2025 - 17:00 | Marina Romualdo


Em um mês, 5° feminicídio é registrado em Mato Grosso do Sul
A empresária, Mireli Santos; a jornalista, Vanessa Ricarte; e a Karina Corim tiveram suas vidas ceifadas (Foto: Reprodução/Rede Social)

Em Mato Grosso do Sul, o 5° feminicídio desde o início do ano foi registrado na manhã desta segunda-feira (24) no município de Juti. A vítima, Emiliana Mendes, de 65 anos, teve sua ceifada pelo próprio companheiro, Vanderson dos Santos Carneiro, de 37 anos, após uma discussão entre o casal.

Durante a madrugada, o autor matou a vítima estrangulada em um terreno baldio em frente à residência deles, em seguida, arrastou o corpo de Emiliana para dentro do imóvel e a colocou na cama na tentativa de ocultar o feminicídio. No entato, os agentes identificaram marcas de asfixia no pescoço da idosa.

A Polícia Militar, Civil de Juti com apoio de Caarapó e a Perícia Técnica estiveram no local para apurar as circunstâncias do crime. Durante as diligências, o Vanderson foi localizado às margens da BR-163, tentando pedir carona para fugir.

O suspeito foi preso em flagrante e confessou que matou a idosa durante uma discussão. O homem foi encaminhado para Delegacia de Polícia Civil de Juti e, autuado pelo crime de feminicídio e agora, permanece à disposição da Justiça.

Em um mês, 5° feminicídio é registrado em MS
Vanderson dos Santos Carneiro foi preso tentando fugir (Foto: Divulgação/PCMS)

Há dois dias atrás, a empresária, Mireli Santos, de 26 anos, foi morta a tiros pelo ex-marido, Fausto Júnior Aparecido de Oliveira, de 31 anos. O fato ocorreu na madrugada de sábado (22) em uma residência no bairro Jardim Paraíso, na cidade de Água Clara.

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima foi até a residência do suspeito onde estava tendo uma festa. Quando chegou no local, os dois foram para um cômodo do imóvel e ocorreu uma discussão. Em um certo momento, as pessoas escutaram disparos de arma de fogo.

Em seguida, o suspeito e o irmão dela socorreram a vítima e a encaminharam para unidade de saúde. Porém, ela não resistiu e morreu. Após o crime, o Fausto fugiu e até o momento não foi preso.

Ao Diário Digital, o advogado de defesa afirmou que o disparo de arma de fogo foi acidental. "Foi um tiro acidental acreditando ter somente duas munições na luta que a mesma proporcionou ao ir a residência de Fausto. Eles entraram em luta intencionalmente pelo meu cliente e efeutou dois disparos. Um atigiu o teto e outro foi acidental que levou ao acidente do disparo, vindo a ferir a queima roupa, na altura do estômago, com isso veio a óbito", finalizou o advogado, Marcos Ivan Silva.

Em Dourados, no dia 18 de fevereiro, a Juliana Dominguez foi morta com golpes de foice na cabeça pelo companheiro, Wilson Garcia, de 28 anos, na Aldeia Nhum Porã, às margens da BR-163, em Dourados. O filho do casal, de apenas 8 anos, presenciou o crime de feminicídio.

A vítima foi brutalmente atacada em sua residência e, desde a ocorrência, as equipes da Polícia Civil iniciaram as diligências para localizar o autor que havia fugido do local do crime. Sendo assim, com base em levantamentos investigativos, foi possível descobrir que Wilson havia se refugiado na Aldeia Tey Kuê, na cidade de Caarapó, onde possuía familiares.

Em ação conjunta, o suspeito foi localizado e preso em flagrante. Durante abordagem policial, Wilson apresentava escoriações pelo corpo e ao ser indagado sobre os fatos, confessou espontaneamente a autoria do crime.

Em um mês, 5° feminicídio é registrado em MS
Após o feminicídio, Wilson Garcia foi preso na residência de parentes (Foto: Divulgação/PCMS)

No dia 12 de fevereiro, a jornalista, Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi morta após ser esfaqueada pelo ex-noivo, o músico, Caio Nascimento, em Campo Grande. Horas antes do crime, a profissional denunciou o ex-companheiro por violência doméstica na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e pediu medidas protetivas.

No entanto, ao retornar para residência onde morava com o suspeito para buscar algumas coisas pessoais,  teve uma discussão com Caio e foi esfaqueada três vezes na região do tórax. Ela estava com um amigo, que conseguiu levá-la para um cômodo e acionar a Polícia Militar.

Durante as diligências, o músico foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio. Porém, a vítima foi encaminhada em estado grave para Santa Casa da Capital, mas não resistiu e morreu. O agressor de Vanessa possuía mais de 10 registros policiais por violência doméstica contra mãe, irmã e ex-companheiras.

Já o primeiro registro de feminicídio registrado no Estado, foi de Karina Corim, que foi morta pelo ex-marido Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. Diante disso, ele pegou a arma que pertencia a um policial militar, pai do suspeito e invadiu uma loja de acessórios para celular e, atirou contra ela e a amiga, Aline Rodrigues, de 32 anos, no município de Caarapó.

De acordo com as informações policiais, a Aline tinha ido visitar amiga no estabelecimento quando o autor invadiu o local e disparou diversas vezes contra as duas amigas. Após a ação, Renan colocou fogo no comércio e depois se trancou no banheiro e tirou a própria vida.

Durante os disparos de arma de fogo, Aline foi atingida na cabeça e no tórax, socorrida e encaminhada ao Hospital da Vida, mas não resistiu e morreu. Já quatro dias depois, Karina que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Vida de Dourados, também não resistiu e morreu. 

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