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Polícia

Sophia foi morta entre 9h e 10h, mas o corpo só foi levado para UPA às 17h

Polícia quebrou sigilo telefônico do casal e descobriu que eles combinaram de falar que a menina caiu do parquinho

Segunda-feira, 06 Fevereiro de 2023 - 10:25 | Thays Schneider e Thais Matos


Sophia foi morta entre 9h e 10h, mas o corpo só foi levado para UPA às 17h
Coletiva para esclarecer o caso (Foto Luciano Muta)

Onze dias após a morte da pequena Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, assassinada  pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, e pelo padrasto Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, a Polícia Civil concluiu que a menina morreu  por volta das 09h e 10h da manhã e foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por volta das 17h do mesmo dia.


Segundo a delegada da DEPCA (Delegacia Especializada da Criança ao Adolescente), Anne Karine Sanches Trevizan, o sigilo telefônico do casal foi quebrado e nele revela quais seriam os próximos passos dos assassinos. Os acusados combinaram o que falariam para a polícia a respeito da morte da menor.


De acordo com as investigações, os suspeitos  já sabiam que a criança estava morta, mas levaram para UPA. Christian sugeriu dizer que criança caiu no parquinho. Além disso o motorista de aplicativo que levou Stephanie de Jesus da Silva até a unidade de saúde foi ouvido e relatou a polícia que não ouviu a menina chorar.

Acusados sabiam que Sofhia estava morta
 Delegada responsável pelo caso (Foto Luciano Muta)

   

Mãe e padrasto responderão por três crimes: maus-tratos, homicídio qualificado e estupro de vulnerável. O delegado Roberto Gurgel confirma que não houve negligência por parte da Polícia Civil e que todos os protocolos foram seguidos.

Acusados sabiam que Sofhia estava morta
Delegado Roberto Gurgel (Foto Luciano Muta)

LAUDO:

O laudo necroscópico da pequena Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, morta pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, e pelo padrasto Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, foi divulgado na sexta-feria, 03 de fevereiro. O exame confirma que a criança foi violentada sexualmente, porém, “não recente”. 

Conforme o laudo, a menina morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Na tarde da quinta-feira, 26 de janeiro, a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes  íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.

Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.

O casal foi preso em flagrante e autuado por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. Chama atenção o fato de que a criança tinha passado por vários atendimentos na UPA, mais de 30 vezes, segundo os registros. Inclusive, numa delas, estava com a tíbia quebrada.

MORTE:

Uma mãe, de 24 anos, e o companheiro dela, de 25 anos, são suspeitos de agredirem criança, de 2 anos e 7 meses, até a morte em Campo Grande (MS). A menina foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento do Coronel Antonino já sem vida nesta quinta-feira, 26 de janeiro. A dupla foi presa em flagrante e encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro.

Conforme informações apuradas pelo Diário Digital, a mãe levou a criança já morta até a UPA. Segundo o boletim de ocorrência, a criança estava com lesões pelo corpo, concentradas nas costas, no braço, joelho, olho e também um inchaço ao ombro esquerdo. Também estava com a barriga inchada. 

A suspeita, conforme explica o delegado Pedro Henrique Pillar Cunha, é de que a menina estava morta há pelo menos 4 horas antes de ser encaminhada para atendimento médico. No registro policial consta que o corpo da criança estava no estágio inicial de rigidez cadavérica. A genitora da criança demonstrou-se tranquila com a notícia de óbito.

Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.

Os policiais realizaram buscas pelo homem e o encontraram na residência dele, localizada na rua Sabino Jose Da Costa, bairro Vila Nasser. No local, o padrasto afirmou que aguardava a Polícia após saber do óbito da criança. Confirmou ter agredido a menina, porém há cerca de três dias. A dupla afirmou que a menina deu entrada na UPA ainda com viva, informação negada pela equipe médica.

 

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