Polícia
Manifestantes se recusam a interromper manifestação nas rodovias de Campo Grande
Trânsito no local flui com a liberação de veículos de emergência, passeio e perecíveis
Terça-feira, 01 Novembro de 2022 - 09:32 | Victória de Oliveira e Thays Schneider
Mesmo com a determinação da Justiça de cessar os protestos de bloqueio às rodovias, manifestantes continuam no quilômetro 490 da BR-163, em Campo Grande (MS), na manhã desta terça-feira, 1º de novembro, para demonstrar insatisfação com a derrota do atual presidente da República, Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está no local para conter participantes.
Conforme apurado pelo Diário Digital, policiais rodoviários federais realizaram uso de bomba de gás no início da manhã na tentativa de cessar os bloqueios na via. Os protestos são realizados em massa por motoristas de caminhão. Segundo um dos manifestantes, Antônio Guimarães a ação da PRF foi rápida. “Eles falaram ‘a partir de agora vocês [caminhoneiros] têm cinco minutos’. Dos cinco minutos, os caras desceram para lá e já formaram. Só que aí vieram [PRF] com choque. Já vieram no choque, dando gás de pimenta, bomba e tirou todo mundo. Não foi algo com tempo de espera”, relatou o manifestante.
Para o manifestante, a ação da Polícia Rodoviária Federal é violenta. “Ninguém está agredindo ninguém. Mandaram a gente sair do meio da pista e saímos, fomos para a margem da rodovia”, comenta. Equipes da PRF trabalham para cumprir a determinação do ministro Alexandre de Moraes de liberação de rodovias federais bloqueadas após o resultado das eleições ocorridas no domingo (30).
Policiais utilizaram bombas de efeito moral para encerrar protestos - (Vídeo: Reprodução)
Na decisão, o ministro ordenou à PRF e às polícias militares que “tomem todas as medidas necessárias e suficientes” para a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido”. Ele atendeu a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que alegou inclusive risco de desabastecimento em algumas cadeias industriais.
De acordo com levantamento, na Capital seguem com protestos o quilômetro 368 da BR-060, com via parcialmente obstruída por veículos de carga e pneus, o quilômetro 466 da BR-163, onde veículos de passeio, emergência e perecíveis são liberados periodicamente, bem como o quilômetro 490 também da BR-163. Neste trecho, o trânsito flui normalmente em ambos sentidos.
Manifestantes protestam contra presidente eleito Lula - (Vídeo: Marina Romualdo)
Em nota, a PRF esclarece que o direito à manifestação é válido sem interferir na circulação de pessoas e veículos. “Informamos também que é assegurado o direito de manifestação, mesmo às margens da rodovia, desde que não cause prejuízo à segurança viária e ao direito de circulação dos demais usuários da rodovia”, diz trecho do pronunciamento.
No interior - Ao redor de Mato Grosso do Sul, cerca de seis trechos também continuam com a presença dos manifestantes. O quilômetro 430 da BR-060, em Sidrolândia (MS), o quilômetro 206 da BR-163, em Caarapó (MS), bem como o quilômetro 256 da BR-163, em Dourados (MS), o quilômetro 550 da BR-163, em Bandeirantes (MS), o quilômetro da 486 da BR-262, em Anastácio, e o quilômetro 95 da BR-158, em Paranaíba (MS), estão com fluxo alterado pelos protestos.
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