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Polícia

Em 2022, prefeito foi de político em ascensão à queda por escândalos sexuais

Marcos Trad renunciou à prefeitura para concorrer ao governo

Sexta-feira, 30 Dezembro de 2022 - 07:00 | Kamila Alcântara


Em 2022, prefeito foi de político em ascensão à queda por escândalos sexuais
Marquinhos Trad no lançamento da campanha ao Governo do Estado (Foto: Luiz Alberto)

Reeleito prefeito de Campo Grande com uma diferença de 41% do segundo colocado, Marcos Marcello Trad, o Marquinhos Trad (PSD) começou 2022 confiante na sua candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul. Ele deixou o executivo municipal para Adriane Lopes (Patriota) em Abril para disputar o pleito mais importante da sua carreira política. 

Porém, ele não contava que três meses depois a sua carreira seria abalada por denúncias de crimes sexuais. A ascensão política e a queda do político fazem parte da Retrospectiva 2022 do Diário Digital

Político em ascensão à queda por denúncias
Marquinhos Trad oficializou sua renúncia em coletiva no dia 1 de Abril (Foto: Reprodução)

Com a conquista de 218.418 votos em 2020, Marquinhos tornou-se o nome mais cotado [e previsível] para disputar o governo do Estado pelo Partido Social Democrático (PSD), legenda que divide com os irmãos Fábio Trad, então deputado federal, e o ex-prefeito da Capital e hoje senador Nelson Trad Filho. 

Outro político se aliou a causa para dar peso a campanha, o ex-juiz federal Odilon de Oliveira assumiu a ‘comissão de frente’ e foi lançado como candidato à única vaga para o Senado. 

Político em ascensão à queda por denúncias
Marquinhos Trad acompanhado da esposa Tatiana e as filhas, no lançamento da campanha ao Governo do Estado (Foto: Luiz Alberto)


Desde as primeiras pesquisas de intenção de votos, parecia certo que os sul-mato-grossenses teriam que escolher, num segundo turno, entre o ex-governador André Puccinelli (MDB) e Marquinhos Trad. 

Até que no fim de julho, em meio a pré-campanha, uma bomba explodiu o PSD: quatro mulheres procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar que sofrerem assédio sexual, estupro na forma tentada e favorecimento à prostituição por parte da ex-prefeito da Capital. 

Político em ascensão à queda por denúncias
Delegada da Deam, Maíra Pacheco, delegado- geral da PCMS, Roberto Gurgel e o diretor do Departamento de Delegacia Especializada, Edilson Perira. (Foto: Luciano Muta)

Em meio a campanha, as investigações seguiram, com busca e apreensão até no prédio da Prefeitura. Através de nota, a defesa do ex-prefeito informou que irá comprovar que algumas das supostas vítimas nunca estiveram na Prefeitura de Campo Grande.  

"Marquinhos Trad é vítima de uma ação orquestrada para atingir sua candidatura e as advogadas de defesa de Trad, Dra. Andréa Flores e Dra. Rejane Alves de Arruda, já tomaram uma série de medidas jurídicas contra a campanha caluniosa, baseada em denúncias falsas. A defesa tem evidências, registradas por uma das denunciantes em cartório, que comprovam a armação", diz um dos comunicados que defendia a inocência do ex-prefeito.

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Advogadas Andrea Flores e Rejane Alves de Arruda (Foto: Divulgação)

Entre as estratégias da defesa, houve o pedido de afastamento da delegada Maíra Pacheco Machado, que investigava o caso. Enquanto isso, um ex-servidor municipal também era investigado por coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento a prostituição.  Alguns dias antes da Eleição, Marquinho Trad não comparece à delegacia para prestar depoimento sobre o caso. No local, um grupo de mulheres seguravam cartazes e pediam justiça às vítimas. 

O dia 2 de outubro chega, com pesquisas apontando André com 22% dos votos e Marquinhos com 19%. Só que o resultado não chegou nem perto! Marquinhos Trad ficou em sexto lugar no pleito. Ele voltou a falar sobre as denúncias de assédio quase 15 dias depois, quando declarou ser uma verdadeira crueldade o caso, pois "das 16 mulheres que me denunciaram, agora existem apenas três". Em sua defesa, apresentou provas de conversas por celular em prints

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Marquinhos Trad no dia da votação para eleição de governador (Foto: Divulgação)

Mesmo assim, em 10 de novembro, um documento assinado pelo promotor de Justiça Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, aponta que Marquinhos Trad teria praticado os crimes contra sete mulheres, e André Patrola, contra outras três. Segundo mostra o documento Trad, foi denunciado pelo crime de importunação sexual e  pelo favorecimento à prostituição. 

Se condenado a pena varia de 1 ano a 2 anos de prisão pelo crime de assédio sexual, 2 anos a 5 anos de prisão pelo crime de importunação sexual e de 2 anos a 5 anos por favorecimento à prostituição. 

Adriane Lopes - Adriane Lopes foi oficialmente empossada como a 65ª prefeita de Campo Grande em solenidade na Câmara Municipal, 4 de Abril. Nos meses seguintes, ela se dedicou a implementar uma gestão com seu perfil. Trocou secretários, dispensou comissionados e enfrentou sua primeira dificuldade com o funcionalismo: a greve dos professores, interrompida por decisão judicial.

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