Acusados pela morte de jovem na Afonso Pena passam por audiência de instrução e julgamento

Jhonny Souza, de 23 anos, e o amigo dele, Diego Laerte também de 23, passaram pela primeira audiência de instrução, interrogatório e julgamento nesta segunda-feira, 02 de Maio, em Campo Grande (MS). Os dois foram presos pela morte de Rhennan Matheus, de 19 anos, no dia 31 de Outubro de 2021, na avenida Afonso Pena.

Na época do crime, testemunhas relataram que Jhonny estava em um veículo modelo Saveiro com outras pessoas e, que em um certo momento, seu amigo estava fazendo 'zerinho' com uma motocicleta, quando se aproximou da vítima. Em seguida, Jhonny saiu em direção a Rhennan e realizou o disparo de arma de fogo atingindo a região do abdômen e fugiu deixando a arma com um amigo. A arma era de Diego.

Durante a audiência, um policial que estava de trabalho no dia do crime narrou que era 23h quando receberam a informação que uma rapaz havia sido baleado e que o autor teria fugido em um veículo branco. O autor foi reconhecido e em diligências, chegaram ao endereço de Diego. Na residência só estava o padrasto. Em outro momento, a mãe de Diego chegou e relatou que sabia que o filho estava com Jhonny.

Em busca pela casa, foi encontrado no guarda-roupa uma arma calibre .38 enrolado em roupas. De acordo com o policial, a mãe não sabia da existência do objeto e ligou para que o filho voltasse para casa. Chegando ao imóvel, ele contou a versão dele para equipe policial. A versão dada foi que ele estava no local juntamente com Jhonny e uns amigos, quando já teria discutido com Rhennan. Em um outro momento, Jhonny veio em sua direção e pediu a arma e disse não saber o porque do amigo querer o objeto. Após alguns minutos, apenas escutou o disparo.

Diego após o relato disse aos policiais que Jhonny estava escondido na casa da mãe, que fica localizada na Chácara das Mansões. Na versão de Jhonny, o mesmo contou que a vítima teria atrapalhado uma outra pessoa fazer uma manobra – vulgo 'zerinho', quando foi tirar satisfação com Rhennan e entraram em discussão. E, ao pedir a arma para Diego, ele teria o instigado a atirar contra a vítima. Após o crime, entregou a arma para um outro amigo e fugido do local.

Na ocasião, estava presente também o motociclista, Daniel Ribas Filho, que estava fazendo o 'zerinho' pelo fato da briga ter iniciado. Em depoimento, ele disse que esbarrou sem querer na perna da vítima e o mesmo teria ficado agressivo. Ele acredita que por estar em grupo, pensou que estava em vantagem. "Rhennan estava alterado e o Jhonny ao ver a situação, foi saber o que estava acontecendo e começou a discutir com a vítima. Como não queria briga, eu sai e fui devolver a moto para o dono. Quando estava indo embora, escutei o tiro". Além disso, ressaltou que não conhece nem a vítima e nem o autor.

O irmão de Diego, de 16 anos de idade, que também estava no dia do crime prestou depoimento acompanhado da mãe por ser menor de idade. Ele disse que no dia do crime, durante à tarde, Diego teria emprestado a arma para Jhonny. Em investigação, foi constatado que nesse dia a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima relatando que havia uma pessoa armada realizando ameaças no bairro onde o autor morava. Ele tinha o costume de colocar arma na boca das pessoas.

Para finalizar, o amigo de Rhennan, Adriano Silva da Costa, preso dois dias depois do crime por porte ilegal de arma disse que a vítima era uma pessoa tranquila e não gostava de briga. Em respota, sobre um vídeo em que a vítima aparece segurando um parachoque, ele disse que Rhennan estava tentando ajudar um amigo arrumar o carro e, em que nenhum momento bateu em alguém com o objeto. Adriano foi preso por estar com uma arma que seria usada para matar Jhonny. Ele foi abordado em um posto de combustível e ao ser indagado, afirmou ter comprado a arma de fogo com um desconhecido pelo valor de R$ 4 mil para matar o autor.

O advogado Vlandon Avelino que defende o Diego conversou com a equipe do Diário Digital e informou que o caso está sendo esclarecido. "A acusação é que ele teria emprestado a arma, mas existe divergências na declaração que trata-se desde a entrega da arma de fogo até o momento que é retirada da cintura do mesmo pelo Jhonny", discorreu Vlandon.

Já a defesa de Jhonny, o advogado Camilo Augusto Pompeo disse que o cliente confessou o crime, mas ainda tem muita coisa para analisar. As defesas pediram a revogação da prisão preventiva por ambos serem réu primário, residência fixa e terem filhos pequenos. O pedido será analisado pelo juiz.

O acusado Diego Laerte responde pelo crime de por homicídio simples e porte ilegal de arma de fogo e, Jhonny Souza por homicídio qualificado por motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima. A sessão foi realizada pelo juiz Carlos Alberto Garcete da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Relembre o caso – Jovem identificado como Rhennan Matheus, de 19 anos, morreu na noite de ontem (31), após ser baleado na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. A vítima foi encaminhada para Santa Casa , mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com o boletim de ocorrência quando, a polícia chegou ao local a vítima já estava ferida e sendo socorrida pela equipe do Corpo de Bombeiros. Testemunhas que estavam no local afirmaram a polícia que o suspeito de atirar contra Rhennan era Jhonny Souza, de 23 anos, mais conhecido como "Pulapao".

Segundo testemunhas, Jony estava em um veículo Saveiro com outras pessoas, e em certo momento seu amigo estava fazendo zerinho com uma moto, quando se aproximou da vítima. Jony saiu em direção a Rhennan e realizou disparos com arma de fogo e logo após entregou a arma para um amigo e fugiu.