Polícia
Acusado de assassinato armou emboscada para descobrir identidade de suposto amante
Delegado explica que Raphael mandou mensagem para homens pelo celular da companheira
Sexta-feira, 23 Setembro de 2022 - 09:16 | Victória de Oliveira e Thays Schneider
Raphael dos Santos Motta, de 29 anos de idade, não sabia identidade de suposto amante da companheira, Delainy Tavares antes de matá-lo. O homem é acusado de matar Christian Leonir da Silva Santos, de 38 anos, na noite de quarta-feira (07), no Rua Santa Quitéria, no bairro Jardim Centenário, em Campo Grande (MS), após desconfiar de traição. O suspeito segue preso.
O crime ocorreu na noite do último dia 7 de setembro. Na ocasião, conforme o boletim de ocorrência, Christian teria chegado armado na residência do autor e da Delainy Pereira Tavares, de 26 anos. Neste momento, houve uma luta corporal entre a vítima e acusado, quando Raphael desarmou o outro homem e atirou várias vezes contra a cabeça e as costas do mesmo.
O delegado da 5ª Delegacia de Polícia (DP), Rodolfo Dalto explicou à reportagem do Diário Digital que Raphael agrediu Delainy no dia do crime durante crise de ciúmes. “Ele estava agredindo a companheira dele. Em certo momento, por ciúmes, pegou o celular dela e passou a mandar mensagem para vários contatos com nomes masculinos. Em uma dessas mensagens, o Christian respondeu”, relata.
Raphael, ainda se passando por Delainy, afirmou para Christian via mensagens de texto que estava em apuros e precisava de ajuda. A vítima saiu de uma festa onde estava e foi direto para o endereço enviado pelo acusado. “Inclusive ele postou no status do WhatsApp dele ‘parti para ajudar uma amiga’. Chegando lá, ele foi morto pelo Raphael”, pontua o delegado Rodolfo Dalto.
Participação - No primeiro momento, o advogado de defesa de Raphael, Carlos Olímpio de Oliveira Neto apontou Delainy como suspeita de participação do crime. Na versão da defesa, a mulher teria armado embosca para matar Raphael. De acordo com o advogado, Raphael não esperava que Christian fosse até a residência do casal. Delainy chegou a ser presa um dia após o crime.
As investigações da Polícia Civil reforçam que Delainy foi vítima de agressões e não possui envolvimento na morte de Christian. Inclusive, na noite do crime, Raphael pegou a mulher e a trancou em casa mantendo-a em cárcere privado. Ela conseguiu ligar para madrasta avisando o que havia acontecido e pedindo ajuda da polícia.
O delegado da 5ª DP ressalta que a participação dela no crime foi descartada. “Quando nós instruímos inquérito, não identificamos indícios de participação da mulher no crime. Pelo contrário, ela foi vítima de violência doméstica e lesão corporal”, afirma.
Havia saído da prisão - Sete dias. Esse foi o período de liberdade de Raphael. Isso porque uma semana antes de ter supostamente matado Christian a tiros na residência do Jardim Centenário, o acusado havia recém deixado a prisão por tráfico de drogas.
Agora, preso em flagrante desde 8 de setembro, Raphael dos Santos Motta foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e irá responder por homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo.
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