• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Geral

Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo

Na último semana houve o aumento do passe e neste sábado da gasolina

Sábado, 01 Fevereiro de 2025 - 08:00 | Veronica Anchieta e Emanuelly Lobo


Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo
Aumento da passagem tem sido assunto recorrente entre a população de Campo Grande (Foto: Luciano Muta)

Na quinta-feira (23), a Capital amanheceu com um novo valor na passagem do transporte coletivo, que sofreu reajuste e passou para R$ 4,95. Foi anunciado pelo governo federal um aumento de 10 centavos no valor da gasolina a partir deste sábado (31), e o assunto já está circulando entre a população de Campo Grande.

Railson Oliveira dos Santos, de 27 anos, que é motorista de aplicativo, diz que o aplicativo em que ele trabalha não irá repassar os valores aos motoristas parceiros, os valores das corridas sofrerão aumento e todos acabam saindo perdendo.

Ele fala que terá que mudar sua rotina: “Terei que começar a trabalhar mais cedo por volta das cinco horas da manhã, como faço um curso, terei que estender o horário de almoço do curso para poder solucionar essa subida do valor”, diz ele.

 

Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo
Rotina de Railson terá mudanças com o aumento da gasolina (Foto: Luciano Muta) 

Giovana Macedo, de 14 anos, ressalta a qualidade do serviço oferecido pelo consórcio Guaicurus “Ônibus lotado, sem manutenção” e lembra que muitos moradores da capital dependem do serviço de transporte coletivo para se locomover. Giovana diz também que o reajuste da tarifa poderia ser acompanhado da melhora no serviço, como aumento de frota nas linhas que rodam na Capital.

Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo
Giovana fala sobre a qualidade do serviço oferecido de transporte coletivo (Foto: Luciano Muta)

Alexandre Macedo, de 38 anos, que é motorista de aplicativo, diz que com o aumento o seu rendimento diário cairá e prevê um aumento não só no combustível, mas também em alimentos. Para conseguir lucrar, o motorista de aplicativo diz que ele terá que saber selecionar as corridas e estender o horário, e que o aplicativo em que ele trabalha ainda não se posicionou com o reajuste. “Sobe tudo, menos o salário do brasileiro, a carne subiu 43%, o aumento do salário é de 8%, onde vamos parar", comentou Alexandre.

Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo
Alexandre ressalta sobre os aumentos em produtos e serviços e salários estagnados (Foto: Luciano Muta) 

João Vicente Ferreira, de 64 anos, trabalha como vendedor de frutas. Diz que quanto mais gasolina ele gasta, mais ele ganha. Ele, que abastece duzentos reais por semana, relata que a economia dele seria de dez reais, então seu impacto não será tão grande.

João compara com a época em que a gasolina beirava os oito reais e que naquele período sentia mais a subida de preço do combustível: “Hoje sobem centavos, antes subiam quase um real por conta da pandemia”.

Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo
João compara o aumento da gasolina na pandemia com o momento atual (Foto: Luciano Muta)

José Luis Reyes Yalo, 27 anos, que mora no Brasil há três anos, voltou a morar em Campo Grande há duas semanas. Diz que não acha justo o valor da tarifa e que o campo-grandense trabalha mais para poder acompanhar o valor da passagem.

Ele, que é cadeirante, acredita que o valor teria que vir com melhorias, como na manutenção dos coletivos, e relembra um episódio que aconteceu no último domingo com “O ônibus demora a passar, esperei quarenta minutos no ponto e quando ele veio a rampa não estava funcionando, tive que esperar por mais uma hora, totalizando quase duas horas só de espera”.

Com aumento do passe e gasolina, campo-grandenses precisam fazer “milagre” com salário mínimo
José teve que esperar mais de uma hora pelo ônibus com a rampa funcionando (Foto: Luciano Muta)

Douglas Bronze Camargo, de 39 anos, que é coletor de resíduos, fala que o estado irá ter mais renda para investimentos com a alta do combustível. Ele, que foi usuário do transporte coletivo por muito tempo, acredita que o reajuste da passagem deveria vir com melhorias para a população, ressaltando que o público que utiliza o serviço é geralmente mais vulnerável, como idosos, trabalhadores, mulheres, gestantes e afins.

 

 

 

 

SIGA-NOS NO Google News