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Polícia

Santa Casa de Campo Grande passa por crise e 70 pacientes correm risco de morte

Médicos apresentaram nomes de pacientes que estão em situação iminente de morte ou de sequelas

Quarta-feira, 26 Março de 2025 - 13:30 | Marina Romualdo


Santa Casa de Campo Grande passa por crise e 70 pacientes correm risco de morte
A Santa Casa de Campo Grande alega superlotação e riscos iminentes de interrupção total dos atendimentos (Foto: Divulgação)

Com sérias dificuldades financeiras, com riscos iminentes de interrupção total dos atendimentos, a diretora clínica da Santa Casa de Campo Grande, Izabela Guimarães, o chefe do setor de ortopedia, João Antônio Pereira Mateus, registraram um boletim de ocorrência na manhã desta quarta-feira (26) relatando como se encontra o hospital. Além dos profissionais, o advogado e diretor de Finanças Adjunto do Hospital, Paulo Guilherme Guttierrez Mariosa, também esteve na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário. 

No boletim de ocorrência, é informado que a situação do hospital é crítica, pois, não possui insumos e próteses ortopédicas para realizar cirurgias de urgência e emergência tanto de pacientes que se encontraram internados, bem como daqueles que não param de chegar. "O cenário é caótico, totalmente desabastecido com estoque zerado. A situação chegou no limite hoje, mas há semanas a quantidade de insumos não chega ao hospital", esclareceram os médicos.

De acordo com uma lista apresentada pelos profissionais, mostra que 70 pacientes estão em situação iminente de morte ou sequelas, uma vez que as cirurgias não forem realizadas por falta de insumos e próteses. Além deles, outras pessoas estão entrando na lista, pois, acidentes ocorrem a todo momento e chegam na unidade de saúde. "Fechou a porta da ortopedia hoje cedo", concluiu ambos.

Além disso, eles relataram que o gestor pleno da saúde é o município. "A verba que deve ser paga ao hospital é insuficiente para o custeio das despesas mensais de acordo com as informações repassada pela direção da Instituição, cujo déficit já é de conhecimento tanto do município como dos demais órgãos como o – Ministério Público, Conselho Federal de Medicina (CRM), Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau). Todos possuem conhecimento da situação caótica pelo qual que passa a Santa Casa há anos e toda semana ocorrem reuniões, mas, na prática, para aqueles que 'estão na linha de frente' e que atendem os pacientes ou que deverão informar aos familiares sobre a não realização dos procedimentos urgentes e até sobre óbitos que poderão ocorrer são os médicos".

Por fim, a medida cível é o bloqueio no valor de R$ 46 milhões do município para fins de tentar suprir a falta de insumos e pagamentos de prestação de serviços. Em ação judicial, o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 3ª Vara de Fazenda Pública, determinou o pagamento da quantia em 48 horas ao hospital, pois, são repasses financeiros que deveriam ter sido pagas durante a pandemia da Covid-19 em 2020.

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