Retrospectiva 2024: Mãe e padrasto foram condenados por morte de criança

Passados 23 meses da morte brutal da menina Sophia O'Campo, de 2 anos e 7 meses, a mãe e o padrasto da criança foram condenados pelo crime em julgamento que durou dois dias no Fórum de Campo Grande (MS), em 4 e 5 de Dezembro. Aquele foi o juri mais esperado do ano devido à comoção que o caso suscitou.

Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim foram considerados culpados. Somadas as penas dos dois réus chegam a 52 anos de prisão em regime fechado. Ambos sempre negaram as acusações, tanto no decorrer do processo, quando no julgamento.

O julgamento foi marcado por protestos e muito emoção. O pai da vítima Jean Ocampo compareceu nos dois dias e estava muito abalado. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. foi quem conduziu o julgamento.

Ao final, Stephanie de Jesus, a mãe Sophia, foi condenada a  20 anos por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e homicídio doloso por omissão.  Christian, o padrasto, recebeu a pena de 32 anos por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, além de  estupro de vulnerável.

Stephanie, inclusive, alegou que vivia um relacionamento abusivo com Christian e que não sabia das agressões sofridas pela menina. Os dois réus choraram durante o julgamento  e afirmaram amar a criança. 

Christian admitiu que tinha um relacionamento conturbado com a mãe de Sophia e revelou ainda ter problemas com drogas. Porém, ressaltou que considerava a menina sua filha e que jamais a faria mal.

A acusação, por sua vez, sustentou que ambos praticaram maus-tratos contra a vítima que precisou ser levada a unidades de saúde várias vezes com ferimentos diversos, até que na noite de 26 de Janeiro do ano passado deu entrada na UPA do Bairro Coronel Antonino já sem vida.

Um áudio exibido no julgamento confirmaria a brutalidade contra a criança. Nele, Christian instrui a mãe a torturar a menina. "Dá uns tapão nela e você vira a cara dela pro colchão e fica segurando porque aí ela para de chorar. É sério. Parece até tortura, mas não é, tá? Porque aí ela vê que ela não vai ter ar suficiente pra chorar e ela para de chorar (SIC)."

As defesas de ambos informaram que estudariam recursos ao julgamento. Os dois réus condenados que já aguardavam o julgamento presos seguem cumprindo as penas no sistema penal do Estado. Stephanie de Jesus na Penitenciária de São Gabriel D´Oeste e Christian Campoçano no Instituto Penal de Campo Grande.