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Polícia

'Partido aguarda esclarecimentos oficiais', diz Soraya Thronicke sobre suplente de vereador preso

Ronaldo Cardoso (Podemos) foi preso durante uma megaoperação para desarticular uma organização criminosa

Sexta-feira, 28 Março de 2025 - 17:33 | Marina Romualdo


'Partido aguarda esclarecimentos oficiais', diz Soraya Thronicke sobre suplente de vereador preso
Ronaldo Cardoso, o Ronaldo da Cab (Podemos) foi preso nesta sexta-feira (28) na cidade do Rio Grande do Norte

Após a prisão do vereador suplente, Ronaldo Cardoso, o Ronaldo da Cab (Podemos), durante uma operação policial realizada nesta sexta-feira (28) o partido reafirma o compromisso inegociável com a ética, a transparência e o respeito às instituições. O suspeito foi preso em uma cidade localizada no Rio Grande do Norte (RN).

Por meio de nota, a presidente do Podemos-MS, Senadora Soraya Thronicke esclareu que diante das recentes notícias sobre a prisão de Ronaldo, o partido aguarda esclarecimentos oficiais sobre o caso e confia no trabalho da Justiça e das forças de segurança para a apuração rigorosa dos fatos.

"Se confirmadas irregularidades, eventuais medidas cabíveis serão analisadas nas instâncias partidárias. Reforçamos, ademais, que a atuação de qualquer filiado não reflete, necessariamente, os valores do Podemos, que sempre defendeu uma política pautada pela integridade e pelo respeito à sociedade brasileira", finaliza o comunicado.

O caso – A megaoperação "Chiusura" foi deflagrada nesta sexta-feira (28) para desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Com uma investigação que durou cerca de um ano e meio, a ação mobilizou cerca de 450 policiais em vários estados com mandados cumpridos em diversas localidades, incluindo Campo Grande.

Os policiais do Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) colaboraram ativamente na localização e detenção de alvos ligados ao "Núcleo Sinaloa", uma facção que operava a partir do estado e mantinha conexões diretas com outras regiões do país. Um dos principais investigados, apontado como líder local da organização e ligado a uma facção criminosa paulista, está preso na Bolívia desde 2023, após ser capturado com granadas de uso restrito e uma aeronave carregada com cocaína.

As investigações identificaram uma estrutura criminosa altamente sofisticada e organizada, dividida em núcleos que operavam de forma coordenada no Distrito Federal (DF) e em diversos estados, incluindo Goiás (GO), Rondônia (RO), Mato Grosso do Sul e regiões do Nordeste. A rede adquiria drogas em áreas fronteiriças, assegurava o transporte seguro dos entorpecentes e distribuía as drogas no DF e em outros estados, além de realizar complexas operações de lavagem financeira. Inclusive, integrantes da organização criminosa vinculados ao núcleo do Distrito Federal já haviam sido presos em fases anteriores da investigação

Além disso, foi apurado que os traficantes oriundos de Goiás, atualmente radicados em Maceió (AL), mantêm associação criminosa com um traficante internacional natural de Campo Grande, identificado como líder local de uma facção criminosa paulista. Esse criminoso encontra-se preso na Bolívia desde o ano de 2023, ocasião em que foi capturado com granadas de uso restrito e uma aeronave carregada com cocaína.

Inclusive, as investigações também indicam que familiares do traficante conhecido pelo codinome “Especialista”, residente em Mato Grosso do Sul, são utilizados como testas de ferro, figurando como beneficiários de valores provenientes de traficantes do Distrito Federal e do chamado Núcleo Nordeste. Um desses familiares, identificado como suplente de vereador, Ronaldo Cardoso, na Capital, ficou fora de circulação por aproximadamente dois meses, sendo seu reaparecimento público registrado apenas em janeiro de 2024. A estrutura criminosa integrada por esses suspeitos é informalmente referida por integrantes de outros núcleos como pertencente ao "Núcleo Sinaloa", em uma alusão à facção criminosa mexicana.

Durante a operação, a Polícia Civil também contribuiu para a apreensão de bens utilizados para a lavagem de dinheiro, incluindo imóveis e veículos de alto padrão registrados em nome de laranjas e testas de ferro. Entre os alvos da investigação, foi identificado um suplente de vereador em Campo Grande, apontado como beneficiário de valores oriundos do tráfico interestadual de drogas. Esse indivíduo permaneceu foragido por aproximadamente dois meses antes de reaparecer publicamente no início de 2024.

A integração entre as forças de segurança foi essencial para a eficácia da Operação “Chiusura”, que resultou no cumprimento de 19 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão. A ação também incluiu o bloqueio de dezenas de contas bancárias, incluindo as de uma fintech em São Paulo que movimentou aproximadamente R$ 300 milhões em apenas três meses. Diante disso, os investigados responderão por crimes como organização criminosa, tráfico interestadual de drogas e lavagem de capitais, podendo enfrentar penas que ultrapassam 30 anos de reclusão.

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