Polícia
Médico de MS foi morto a mando de "amiga" após cobrar dívida de R$ 500 mil
Polícia afirma que a vítima fazia parte de quadrilha especializada em estelionato junto com a mandante do crime
Terça-feira, 08 Agosto de 2023 - 14:31 | Marina Romualdo
Os suspeitos pela morte do médico, Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, foram identificados como sendo a mandante do crime, Bruna Nathália de Paiva, de 29 anos, que contratou Guilherme Augusto Santana, 34 anos, Keven Rangel Barbosa, de 22 e Gustavo Kenedi Teixeira, de 27 anos, para cometer o homicídio no município de Dourados (MS). Os quatro tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça de Mato Grosso do Sul.
Durante a coletiva de imprensa que foi realizada nesta terça-feira, 08 de Agosto, o delegado responsável pelo caso, Erasmo Cubas, relatou que o médico foi assassinado a mando de Bruna, que era uma amiga pessoal dele e que devia cerca de R$ 500 mil para ele. De acordo com o Ligado na Notícia, Gabriel era natural de Rio Grande do Sul e veio para MS para cursar medicina e, desde então integrava um grupo criminoso de estelionato, que é o mesma quadrilha em que a "amiga" pertence.
Segundo as investigações policiais, os dois aplicavam golpes por meio de fraudes em cartões e uso de documentos até de pessoas já falecidas. Por serem comparsas, o médico passou a cobrar a Bruna pelo valor de R$ 500 mil. Sendo assim, o assassinato de Gabriel, foi planejado e ordenado por Bruna. “Certamente o Gabriel passou a pressionar a Bruna para receber o dinheiro que ela devia a ele, por isso, ela planejou, contratou e até investiu R$ 150 mil para que o médico fosse assassinado", contou o delegado.
"Durante as investigações descobrimos a ligação entre os dois, e vale destacar que os quatro presos acusados de participarem do assassinato, são de Minas Gerais. A participação da Bruna no crime consiste no aluguel e no pagamento de duas casas em Dourados, uma foi onde ela e os outros três indivíduos ficaram hospedados, e a segunda, onde o Gabriel foi assassinado, sendo esta alugada por um período de 15 dias”, relatou Cubas.
Ainda de acordo do Ligado na Notícia, o médico foi visto pela última vez na quarta-feira, de 26 de Julho, quando deixou o plantão em um hospital particular e foi para residência na Vila Hilda, onde foi morto. Gabriel foi atraído para o local sob alegação de que iria fazer contato com um amigo de Bruna, que tinha interesse em comprar drogas na fronteira com o Paraguai.
“Gabriel foi até a residência, pois, iria explicar para um amigo de Bruna como procederia na compra de entorpecentes na fronteira. Chegando lá, ele foi surpreendido pelo Gustavo, Keven e Guilherme, que são apontados como os autores do homicídio. Essa informação também leva a crer que Gabriel tinha certa ligação com o crime de tráfico de drogas”, detalhou o delegado.
Morte – Durante a coletiva de imprensa, o Erasmo Cubas ainda informou que no laudo da perícia apontou que o médico foi morto há aproximadamente três dias, do dia em que foi encontrado. Ele foi assassinado por asfixia e teve um objeto perfurante introduzindo em sua garganta e foi torturado. “Informação preliminar do laudo da perícia indica que Gabriel estava morto há cerca de três dias e que ele agonizou por 48 horas antes de finalmente morrer. Ou seja, eles bateram no Gabriel, chegaram a introduzir um objeto em sua garganta causando uma dilaceração, provavelmente usaram a sacola encontrada ao lado da cama para asfixiá-lo e depois o deixaram morrendo na casa", contou Erasmo.
Além disso, conforme foi divulgado pelo Diário Digital, Gabriel foi encontrado na manhã do dia 03 de Agosto, com as mãos e pés amarrados com fios de energia e já estava em avançado estado de decomposição. Após o assassinato, a "amiga" do médico, Bruna de Paiva, começou a utilizar o aparelho celular dele para extorquir alguns amigos, se passando por ele. “Bruna leu as conversas do Gabriel com os amigos e começou a pedir dinheiro, dizendo que estava sendo ameaçado por um delegado. Essa fala era para despistar qualquer intenção dos amigos em acionar a polícia”, disse o delegado.
Durante esse período, a suspeita chegou a criar uma 'cortina de fumaça' para enganar a polícia e fazer com que as investigações girassem em torno de um crime passional. De acordo com o Portal de Notícias, a informação de que o médico teria se envolvido com uma mulher comprometida com um criminoso morador na fronteira com o Paraguai, não é verdade. Os suspeitos foram encontrados na cidade de Para de Minas (MG) e a ação contou com equipe da Polícia Civil por intermédio do Setor de Investigações Gerais (SIG) e do Núcleo Regional de Inteligência (NRI) da delegacia de Dourados, em operação conjunta com o apoio operacional da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
Por fim, o delegado afirmou que o crime está elucidado. "O motivo não foi passional. Bruna devia um dinheiro para Gabriel, ele passou a cobrar e, para não pagar, ela planejou e ordenou o homicídio. Embora o grupo negue o crime, não há dúvidas quanto a autoria do assassinato do médico Gabriel. Apreendemos as roupas que eles usaram no dia do assassinato, apreendemos cartões e os celulares. E, a Justiça até já decretou a prisão preventiva dos quatros envolvidos”, concluiu.
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