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Polícia

Francielle viveu os últimos dias de vida sob tortura

Vizinhos disseram que o casal era reservado, mas que câmeras pela casa chamava atenção

Sexta-feira, 28 Janeiro de 2022 - 11:19 | Thays Schneider


Francielle viveu os últimos dias de vida sob tortura
Vítima tinha 36 anos (Foto rede social)

Os últimos dias de vida de Francielle Guimarães Alcântara, 36 anos, foram de extrema tortura. O marido Adailton Freixeira da Silva, 46 anos, matou a mulher aos poucos. Foram aproximadamente um mês de tortura física e psicológica.


Vizinhos da vítima, conversaram com a equipe do Diário Digital, e informaram que Francielle e o marido não saiam de casa. "Eram de poucos amigos", disse um vizinho.

Um empresário 37 anos, que trabalha na Rua Cachoeira do Campo no Portal Caiobá onde aconteceu o feminicídio, que preferiu não se identificar, relatou que em dezembro, os policiais foram até a casa da vítima e ficaram sabendo que ela era agredida pelo marido, mas que depois o casal continuavam juntos.

Francielle viveu os últimos dias de vida sob tortura
Câmeras espalhadas pela casa (Foto Luciano Muta)


"Sempre via o adolescente a gente nem sabia que ela ficou grávida só percebemos quando a criança já estava andando, o suspeito também não tinha contato com vizinhos, eles eram bem reservados", disse.


O que chama atenção era que, a residência é cheia de câmeras de segurança como se estive cuidando todos os passos de Francielle.

Francielle viveu os últimos dias de vida sob tortura
Residência onde aconteceu todo cenário de tortura (Foto Luciano Muta)


Um vizinho relatou, ainda, que só percebeu que tinha algo errado em relação a morte de Francielle quando viu o carro da Pax esperando a polícia chegar. " A morte aconteceu na terça-feira [25], mas o corpo só foi retirado pela Pax na manhã de quarta-feira (26),quando cheguei para trabalhar às 7h da manhã, vi o carro da funerária chegando e familiares chorando. O marido já estava desparecido", afirmou um outro vizinho.

Vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que Adailton Freixeira deixa a residência após matar a mulher. Ele fugiu em uma motocicleta Honda CB 300 de cor preta.


O CASO


Francielle Guimarães Alcântara de 36 anos de idade, morreu na madrugada de terça-feria (25) após ser torturada pelo marido de 46 anos, na rua Cachoeira do Campo, Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande (MS). A vítima foi mantida em cárcere privado por aproximadamente 28 dias e, não tinha aparelho celular, para não ter contato com os familiares.

Francielle viveu os últimos dias de vida sob tortura
Residência do casal (Foto Luciano Muta)

Conforme as informações, a vítima passou mal em sua residência e pediu ajuda do filho. Ele auxiliou a mãe a ir até o banheiro quando viu um comprimido na boca da mulher que em seguida o engoliu.

O adolescente não sabe dizer que remédio era, porém, afirmou que Francielle possuía problemas de saúde e fazia uso de muitos medicamentos. Como a vítima estava passando mal, o filho acionou a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Durante o atendimento, foi constatado que a vítima não respondia e nem respirava há mais de uma hora. O caso estava sendo tratado como morte natural, mas após a perícia médica, foi constatado que a Francielle apresentava pelo corpo sinais de tortura como: as nádegas da vítima não tinham pele (por receber choque elétrico), equimose em região torácica, ferimentos na região cervical com edema periorbital e hematomas na região abdominal.

O caso foi repassado para 6ª Delegacia de Polícia Civil e, consequentemente, será encaminhada para Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Até o momento, o autor do crime está foragido. Segundo o delegado da 6DP, Camilo Kettenhuber, ele já tem passagens pela polícia.

Conforme o delegado, a motivação do crime seria uma suposta traição. Francielle teria confessado a traição e o autor teria ficado inconformado e, começou a agredir a vítima.

O caso será investigado como feminicídio, violência doméstica e familiar tortura, se resulta em morte, sequestro e cárcere privado, se resulta a vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza de detenção, grave sofrimento físico ou moral.

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