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Polícia

Defesa de Marquinhos Trad pede afastamento de delegada que investiga denúncia de assédio sexual

Pedido foi feito após atos ilegais e abuso de poder praticados durante a investigação

Sexta-feira, 19 Agosto de 2022 - 15:11 | Marina Romualdo


Defesa de Marquinhos Trad pede afastamento de delegada que investiga denúncia de assédio sexual
Delegada da DEAM Maíra Pacheco (Foto: Luciano Muta)

A defesa de Marquinhos Trad entrou com mandado de segurança para afastar a delegada da Del. Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Maíra Pacheco Machado. A delegada investiga os casos de abuso sexual que envolve o ex-prefeito de Campo Grande (MS).

O pedido ocorreu após atos ilegais e abuso de poder praticados no inquérito para investigar o suposto assédio por parte de Trad. Além disso, houve novas evidências de ilegalidades no inquérito.

De acordo com a defesa, uma mulher, que atualmente mora no exterior relatou que recebeu mensagem de um suposto jornalista perguntando se ela teria sido vítima de assédio, o que teria sido negado. Em seguida, ela foi questionada novamente, desta vez pela delegada Maíra Pacheco. Em face da negativa, recebeu uma intimação dizendo que sua ausência implicaria em crime de desobediência e condução coercitiva.

Para surpresa da mulher, pouco tempo depois, uma nova mensagem, agora de uma candidata a deputada federal, garantindo que “arcariam” com a locomoção dela de Dubai para Campo Grande, caso estivesse disposta a falar sobre os abusos que supostamente teria sofrido, o que levantou suspeitas de que a delegada teria disponibilizado cópia da intimação para a candidata.

Em outro episódio, uma segunda mulher informou que foi contactada pela delegada e, diante da negativa, recebeu mandado de intimação. Outra mulher, a terceira no caso, recebeu intimação para comparecer na delegacia, sob pena de condução coercitiva e crime de desobediência. No entanto, ao ser questionada pela escrivã se era mais uma das “vítimas” ou se sabia de algo sobre os supostos crimes sexuais, afirmou que, ao contrário, não acreditava no que estava sendo divulgado. Diante da resposta, foi informada que não seria ouvida e seria lavrada apenas uma certidão de que compareceu à Delegacia Especializada.

A equipe do Diário Digital encontrou em contato com a Polícia Civil. O órgão informou que até o momento não recebeu nenhuma notificação e nem a própria delegada, Maíra Pacheco.

Busca e apreensão – O ex-prefeito Marquinhos Trad está sendo investigado há mais de um mês por suposto casos de abusos sexuais na Capital.

No dia 09 de Agosto, a Prefeitura Municipal de Campo Grande foi alvo da investigação. As equipes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) estiveram no local.

A equipe do DD conversou com a delegada da DEAM, Maíra Pacheco. Ela disse que foram cumpridos mandados de busca e apreensão, mas não informou números. Sendo assim, foram apreendidos elementos de informação que podem ajudar nas investigações sobre as denúncias de supostos crimes sexuais contra o ex-prefeito da Capital, Marquinhos Trad.

Durante a ação, a Perícia Científica também estava no local para fazer o reconhecimento dos locais citados nos altos do processo.

Operação foi 'midiátia'  – Por meio de nota, a defesa do ex-prefeito informou que operação foi para o favorecer, pois, irá comprovar que algumas das supostas vítimas nunca tiveram na Prefeitura de Campo Grande.

"Mesmo feita de forma midiática, com presença de diversas viaturas da polícia, para prejudicar a candidatura ao Governo do Estado de Marquinhos Trad (PSD), a operação desta terça-feira vai favorecer a defesa, pois comprovará que algumas das supostas vítimas nunca estiveram na Prefeitura Municipal de Campo Grande, evidenciando a armação em curso. Marquinhos Trad é vítima de uma ação orquestrada para atingir sua candidatura e as advogadas de defesa de Trad, Dra. Andréa Flores e Dra. Rejane Alves de Arruda, já tomaram uma série de medidas jurídicas contra a campanha caluniosa, baseada em denúncias falsas. O movimento começou na pré-campanha, quando um grupo que quer minar a candidatura do ex-prefeito cooptou mulheres para prestarem falsas denúncias de assédio sexual. A defesa tem evidências, registradas por uma das denunciantes em cartório, que comprovam a armação", diz o comunicado.

 

 

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