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Polícia

Alvos da operação do Gaeco permanecem em silêncio durante interrogatório

Além de Francisco Cezário de Oliveira, sobrinhos e o gerente de TI foram chamados para depor nesta terça-feira (28)

Terça-feira, 28 Maio de 2024 - 17:10 | Marina Romualdo


Alvos da operação do Gaeco permanecem em silêncio durante interrogatório
O advogado Aaran Rodrigues que faz a defesa do Francisco Carlos em frente à sede do Gaeco (Foto: Luiz Alberto)

Na lista para prestar depoimento à sede do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta terça-feira (28) estavam além do presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, os sobrinhos, Francisco Carlos Pereira, Valdir Alves Pereira e o Umberto Alves Pereira, gerente de Tecnologia de Informação (TI), Rudson Bogarim Barbosa e o Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira.

Durante a entrevista com a imprensa, a defesa de Rudson Bogarim Barbosa informou que o cliente vai permanecer em silêncio. O advogado, Pablo Gusmão que a decisão foi tomada pelo fato de não ter em vista habilitação em todos os procedimentos. "Nós só conseguimos habilitação no procedimento investigatório criminal que é o principal, que desencadeou a busca que é a busca e apreensão e a prisão preventiva. Mas, tem outros processos que não conseguimos acesso por conta do sigilo externo".

"Desta forma, a gente aguarda o posicionamento do magistrado para liberar acesso, na qual, são duas cautelares e outro procedimento investigatório", relatou o Gusmão. Em relação à prisão, declarou que a encarar a prisão nunca é fácil, ainda mais para quem nunca a enfrentou, não tem a vida voltada para o crime.

Já sobre a relação do cliente com o Francisco Cezário, o advogado ressaltou que eles tinham uma relação extremamente profissional. "Ele trabalha na federação e era registrado. Ele trabalha lá um bom tempo e essa é a única informação que temos por enquanto". Diante disso, a defesa feita também pelo advogado, Renato Cavalcante Franco, pedem a substituição da prisão preventiva para a monitoramento por tornozeleira eletrônico.

Alvos da operação do Gaeco se calam
(Foto: Luiz Alberto)

O advogado, Aaran Rodrigues, que faz a defesa do Francisco Carlos, declarou que aguarda o resultado do pedido de revogação da prisão preventiva feito em favor do cliente. Porém, por enquanto ainda prefere não se manifestar. O cliente de Rodrigues é sobrinho de Cezário, no qual, o defesa esclarece que ele presta serviço para a Federação e, que eles tinham contato por conta disso.

Líder da Organização Criminosa – De acordo com a investigação do Gaeco, presidente afastado da Federação de Futebol, Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, é apontado como líder da organização criminosa que desviou mais de R$ 6 milhões de reais. Ele deveria depor nesta terça-feira (28), mas preferiu se manter em silêncio.

De acordo com o advogado de defesa, André Borges, foi apresentada ao Gaeco uma petição, na qual, resguarda o direito constitucional do silência. Diante disso, ele vai aguardar a denúncia do Ministério Público para prestar esclarecimentos à Justiça. "A defesa está tomando as providências para garantir a liberdade ele".

"Nesta primeira fase, ele vai usar o direito de ficar em silêncio. Pois, ele vai se defender e combater a acusação pelo fato de que o Cezário afirma que quando conseguir a liberdade vai conseguir provar e explicar justificar tudo aquilo que foi apresentado até o momento. Até o momento, temos apenas uma investigação e desta forma, é preciso que seja apresentada uma denúncia para a partir disso combater a acusação", ressaltou Borges. Indagado se o cliente nega ou não o desvio de dinheiro, ele afirmou que até o momento ele relatou que não praticou nenhum crime. "Todas as provas serão apresentadas na Justiça. Inclusive, o dinheiro apreendido é fruto da economia dele e tudo será explicado no exato momento".

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O advogado André Borges conversou com a imprensa sobre a decisão do seu cliente se manter em silêncio (Foto: Luiz Alberto)

Durante a ação, Cezário e outras 6 pessoas foram presas no dia 21 de maio durante a Operação "Cartão Vermelho" que foi deflagrada em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Segundo a investigação, as formas de desvio aconteciam frequentemente com saques da conta da Federação ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e, os valores não ultrapassavam a quantia de R$ 5 mil para não chamar atenção. Ao todo, os valores desviados no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023 foram mais de R$ 6 milhões de reais.

A reportagem do Diário Digital apurou que os sobrinhos de Cezário, Francisco Carlos Pereira – estava com uma arma de fogo, Valdir Alves Pereira e Umberto Alves Pereira, que tinham cargos na federação, também seguem presos. O filho de Umberto, Marcelo, que era responsável pelo financeiro da entidade, também continua preso.

Além deles, o delegado de jogos da FFMS, Aparecido Alves Pereira e o gerente da TI, Rudson Bogarim Barbosa, também passaram por audiência e tiveram a prisão mantida pela justiça. Na data, foram cumpridos 7 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão nas três cidades do Estado. Um desses mandados ocorreram na residência de Cezário.

Diante disso, os imóveis de familiares, a residência de Cezário e a sede da Federação passaram por busca policial. O advogado de defesa de Cezário, André Borges, afirmou que o presidente passou por audiência de custódia e continua preso. Contudo, ele por ser advogado, tem direito a cela especial. O presidente, estava no sétimo mandato e foi eleito para ficar no cargo até 2027. 

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Francisco Cezário de Oliveira foi preso dentro de casa durante a ação do Gaeco (Foto: Enryck Sena)

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