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Tininha e Ale: amigas deixaram trabalho em salão de beleza para abrirem o próprio espaço de tranças há cinco anos

Estúdio fica localizado na Rua José Antônio e conquistou clientes fiéis

Sexta-feira, 15 Julho de 2022 - 12:30 | Redação


Tininha e Ale: amigas deixaram trabalho em salão de beleza para abrirem o próprio espaço de tranças há cinco anos
Entrelace colorido feito nesta sexta-feira - (Foto: Luciano Muta)

Há cinco anos, ‘Tininha’ e ‘Ale’ resolveram deixar a vida de funcionárias e abriram juntas o próprio espaço de beleza voltado para tranças afro, mega hair, nagô e dreadlocks. Hoje, o salão atende cerca de 100 clientes por mês, inclusive os fiéis, que não abrem mão de terem o visual mudado pelas trancistas.

Alexsandra Barbosa, a ‘Ale’ é campo-grandense “nascida e criada”. Veio ainda no ventre do Rio de Janeiro para a capital sul-mato-grossense, e não possui planos de deixar o local tão cedo. Já Albertina Bravo é angolana e veio um pouco mais tarde para Campo Grande, em 1989, quando era adolescente.

Trancistas trabalham há cinco anos juntas
Tininha veio para o Mato Grosso do Sul quando ainda era adolescente - (Foto: Luciano Muta)

Tímida, Tininha explica que trançava cabelos na Angola e utilizou a técnica para transformar em profissão aqui no Brasil. “Quando eu cheguei eu era menor de idade, não trabalhava. Mas um dia, minha prima foi a um salão afro na Avenida Afonso Pena. Lá falaram para ela que estavam precisando de trancistas e ela me indicou. Fui conhecer e fiquei por lá, fazia uns ‘free’ lá”, conta a trancista.

Ale também começou desde cedo a trançar cabelos. Foi  por meio de uma tia que entrou na área, quando tinha 12 anos. “Ela [tia] me levava para terminar de trançar as pontinhas”, relembra. Ainda adolescente, aperfeiçoou as técnicas até que foi ensinada a fazer a “nagô”, que pode ser feita com desenhos. “Fui trabalhando em salões até que eu conheci a Tininha”.

Trancistas trabalham há cinco anos juntas
Alexsandra trança cabelo desde os 12 anos - (Foto: Luciano Muta)

As histórias das duas trancistas se cruzaram sete anos atrás, quando trabalhavam juntas em outro espaço de beleza. Perguntadas sobre por quais motivos resolveram abrir o próprio negócio, as amigas destacam que enxergaram a oportunidade de agregar lucros com o conhecimento que tinham juntas. “Mais para frente queremos, inclusive, um espaço um pouco maior, porque aqui fica pequeno para nosso estoque”, explica Alexsandra.

As amigas atendem todos os tipos de clientes e cabelos. “Fazemos tranças em cabelos crespos, cacheados e até lisos”, destacam. As profissionais, ainda, trançam cabelos infantis e masculinos. “Todos os tipos de clientes mesmo”, finaliza Ale. Inclusive, até eu, tive o cabelo trançado pelas mãos das trancistas.  

Trancistas trabalham há cinco anos juntas
As trancistas trabalham, também, com cabelos lisos - (Foto: Luciano Muta)

A trancista explica, ainda, que esse tipo de trança é cultural. Era muito utilizada por escravos como forma de mapear rotas de fugas para quilombos  por meio dos desenhos das tranças. Hoje, conta que faz penteado em qualquer cabelo, com qualquer desenho. “As tranças nagôs aqui são a partir de R$ 35. Depende do tipo de cabelo, se é desenhada, se vai colocar mega hair, de um conjunto de fatores”, conta. 

Trancistas trabalham há cinco anos juntas
Trança nagô pode ser desenhada - (Foto: Luciano Muta)

Nesta sexta-feira (15), as amigas trabalharam juntas no cabelo de Kelly, cliente fiel. “A cada dois meses a Kelly vem e faz o cabelo com a gente. Ela sempre escolhe os entrelaces coloridos. A cor mais ‘normal’ foi preto com a pontas vermelhas”, conta Tininha. O processo para colocar esse tipo de cabelo é trançar o cabelo natural com nagô, para, depois, costurar os fios de aplique com linha nas tranças. Ale explica, ainda, que as tranças não agridem o couro cabelo e são realizadas com o melhor cuidado para trazer zero riscos aos fios.

Além das transformações, Ale e Tininha possuem um cômodo inteiro dedicado para venda de produtos para cabelos. Desde mega hair, ‘laces’ - uma espécie de peruca onde os fios são colocados em uma tela que protege o couro cabeludo - cremes, pomadas para cabelo, shampoos e condicionadores a toucas, brincos, turbantes e mais acessórios para destacar a beleza das clientes.

Trancistas trabalham há cinco anos juntas
Espaço também vende produtos para cuidados com os cabelos - (Foto: Luciano Muta)

Cursos
O espaço deu tão certo que as amigas ensinam, inclusive, outros trancistas a aperfeiçoarem as técnicas com cursos. O mais recente será realizado no próximo sábado, 23 de julho, voltado para Nagô e Crochet Braids, tranças de crochê, em tradução livre. “É importante ressaltar que esse curso é voltado para quem já possui experiência. É para auxiliar os trancistas a aperfeiçoarem as técnicas”, destaca Ale.

Trancistas trabalham há cinco anos juntas
(Foto: Reprodução/Instagram)

O curso será realizado a partir das 08h e ainda está com inscrições abertas. São 6h de carga horária e o investimento é de R$ 750 a vista ou R$ 790 no cartão de crédito, com possibilidade de parcelar em até 3 vezes. As trancistas investem em todos os materiais, inclusive, buscam em outras cidades. Explicam, ainda, que enviam materiais para outras cidades do interior do estado para que mais profissionais tenham acesso aos produtos.

Inscrições - As inscrições podem ser realizadas pelo WhatsApp (67) 99284-2478.

Serviço - O Studio Tininha está localizado na Rua José Antônio, número 563, 2º andar. O espaço de beleza também pode ser encontrado pelo Instagram @studiotininha. Agende seu horário pelo WhatsApp (67) 99284-2478.

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