Geral
Júri de miliciano ligado ao jogo do bicho e mais réus segue pelo 2º dia
Jamilzinho Name e mais dois são réus pela morte "por engano" de Matheus Coutinho
Terça-feira, 18 Julho de 2023 - 08:21 | Victória Bissaco e Thays Schneider
Um dos julgamentos mais aguardados da década em Mato Grosso do Sul segue pelo segundo dia, nesta terça-feira, 18 de julho, no Fórum de Campo Grande e tem como réus um dos mandantes de uma organização criminosa da milícia que surgiu do jogo do bicho, Jamilzinho Name e dois "gerentes" Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios. Os três respondem pela morte do estudante Matheus Coutinho Xavier.
Hoje, estão previstos para serem ouvidos o delegado João Paulo Natali Sartori, testemunha de acusação que não conseguiu depor ontem em decorrência do tempo, e mais cinco testemunhas de defesa. No primeiro dia, depuseram: a delegada da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Daniella Kades; o delegado que trabalhou na força-tarefa junto do Garras, Thiago Macedo; o delegado titular da Delegacia Esp. de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos Delano; o pai de Matheus, Paulo Roberto Xavier “PX”; e o escrivão da PCMS, Jean Carlos.
À imprensa, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos estima que o júri popular de Name e dos outros dois réus deve prosseguir até quinta-feira (20). “Encerrando a instrução, a depender de várias circunstâncias, a ideia é de que o debate e a votação sejam no mesmo dia”, explicou. Cada debate deve durar cerca de duas horas a duas horas e meia.
O juiz Aluízio Pereira aproveitou a ocasião para fazer um “balanço” do primeiro dia do julgamento. Mesmo com pequenas intrigadas no Plenário, a sessão ocorreu “normalmente”.
Ligados à milícia do jogo do bicho - A família Name era envolvida com milícia e o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul, conforme resultados da Operação Omertà, deflagrada no ano de 2019, em ação conjunta entre Garras, Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Batalhão de Choque e Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Segundo as investigações, os Name são mandantes de, ao menos, cinco assassinatos e outros crimes como posse ilegal de armas e corrupção ativa e passiva.
Juntos, Name “pai”, que morreu em 2021, vítima de Covid-19, e Name Filho planejavam a “maior matança já vista na história do Estado”. Queriam matar “de picolezeiro a governador” que atrapalhassem os planos da família.
A execução de Matheus Coutinho Xavier ocorreu por engano, no lugar do pai, o PX. "A motivação do crime seria que Jamilzinho teria um desentendimento com o advogado paulista, Antônio Augusto de Souza Coelho. Ele e os "Name" eram rivais por conta da venda da Fazenda Figueira, localizada em Jardim (MS), que já foi palco de seita coreana do Reverendo Moon. Com isso, o "PX" foi contratado para prestar serviços para os “Jamis” e, após não fazer o que eles queriam, passou a prestar serviços para o Antônio e isso foi uma traição para família Name", explicou o delegado titular da DHPP, Carlos Delano.
Os outros réus - Também são réus Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios. Eles eram responsáveis por intermediar as ordem dos Name aos outros envolvidos. “Os gerentes [Vladenilson e Marcelo] recebiam as ordens e passavam para os executores, que eram José Moreira Freires, mais conhecido como Zezinho e Juanil Miranda Lima. E, que logo após o crime fugiam do local e colocavam fogo no veículos utilizados para os fatos”, pontuou o delegado que atuou junto ao Garras, Thiago Macedo.
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