Política
Inquérito policial investiga denúncias de assédio sexual contra ex-prefeito da Capital
Estão sendo apurados supostos crimes contra dignidade sexual, assédio sexual e estupro na forma tentada
Terça-feira, 26 Julho de 2022 - 13:00 | Redação
“Existem investigações em andamento e correm sob segredo de justiça, para apurar o envolvimento do ex- prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), com abuso sexual”, foi o que afirmou durante coletiva o Delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Roberto Gurgel Filho, nesta manhã de terça-feira, 26 de julho.
Além do delegado, estavam presentes a delegada-adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Maíra Pacheco e o Diretor de Delegacia Especializada, Dr. Edilson Pereira Santos.
"Não existe 'fake news', foi instaurado um inquérito policial, onde estão sendo investigados crimes contra dignidade sexual, assédio sexual, estupro na forma tentada e favorecimento à prostituição. Inicialmente houve denuncia de quatro vítimas, e posteriormente outras mulheres procuraram a delegacia", explicou.
Em razão de sigilo e por segurança das vítimas, o quantitativo dessas vítimas que surgiram posteriormente não pode ser divulgado, segundo explicou a delegada-adjunta, Maíra Pacheco, que detalhou, ainda, que foi criado um canal especial para manter contato com as vítimas, e supostas outras denúncias que podem surgir, por meio do (67) 993244898.
A delegada detalhou que o inquérito tem prazo de 30 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado. Nos casos em que envolvem violência contra mulher, segundo Maíra Pacheco, o andamento do trabalho depende muito da vítima. "Crimes contra a dignidade sexual, normalmente as vítimas sentem-se culpadas, envergonhadas e expostas, por isso algumas das denunciantes não se sentiram confortáveis em denunciar anteriormente", concluiu.
Ainda de acordo com a delegada, nem todas as denuncias foram feitam pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), pois, conforme a delegada, algumas das vítimas temiam serem reconhecidas por funcionários municipais que trabalham no mesmo prédio que a delegacia.
Sobre o depoimento do ex- prefeito, Maíra Pacheco informou que o mesmo será ouvido na conclusão dos trabalhos de investigação. "Conforme o procedimento de praxe, o suspeito deverá ser ouvido por último. No momento, as investigações seguem ouvindo e levantando informações com as vítimas", finalizou a delegada.
Defesa – De acordo com a defesa do ex-prefeito Marquinhos Trad, composta pelas advogadas Andrea Flores e Rejane Alves de Arruda, há dois contextos sendo investigados. Um envolve uma suposta viagem de três meninas para o interior do Estado, que iriam para uma festa, e que não tem, conforme a defesa, qualquer participação no caso. E um segundo contexto envolvendo relações sexuais com duas meninas. Estão sendo investigadas quatro pessoas.
Segundo as advogadas, uma das pessoas ouvidas afirma ter conhecido Marquinhos Trad em 2020 e ter mantido relação sexual, e uma outra depoente disse que manteve relação sexual consentida. “Uma quarta afirma que nem o conhece pessoalmente. Quatro moças foram ouvidas, mas nem todas se colocaram como vítimas. Foram requeridas medidas protetivas de urgência, mas foram indeferidas”, informou uma das advogadas durante coletiva de imprensa.
Segundo o corpo jurídico do ex-prefeito foram solicitadas busca e apreensão e quebra de sigilo telefônico, mas a medida também foi indeferida. “Provas estão sendo juntadas ao inquérito. Tem [Marquinhos Trad] certeza que há armação feita pela oposição, por meio de garotas de programa para que venham fazer as falsas denúncias”, informou a defesa, acrescentando que o pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul “quer que seja apurado quem violou a quebra de sigilo. “houve crime ligado à um candidato opositor”, ressaltou a defesa do ex-prefeito.
Ainda de acordo com a defesa, Marquinhos Trad confirmou que conhece duas pessoas. “Com duas delas manteve relação sexual consensual. Em 2020 quando teve relações sexuais, ela não trabalhou e nem recebeu. Ela teve um contrato com o Proinc [ Programa de Inclusão Profissional]. A outra não teve qualquer cargo na prefeitura”, informou. “Foram ouvidas quatro, de sexta-feira até ontem. Não tem [ Marquinhos Trad] ciência de uma oitava vítima. Tem provas, por enquanto já tem nomes, com idade entre 30 e 31 anos”, explicaram as advogadas.
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