Polícia
Testemunha diz que Pâmela contou ter ateado fogo em si mesma
Pâmela Oliveira da Silva ficou internada com 90% do corpo queimado e morreu dias depois
Terça-feira, 30 Agosto de 2022 - 16:30 | Marina Romualdo
A Polícia Civil de Rochedo (MS) investiga a morte de Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos de idade. Conforme o boletim de ocorrência registrado pela família, o principal suspeito de agredi-lá e, em seguida, atear fogo em um dos cômodos da residência em que ela estava, é o marido Damião Souza Rocha, 35 anos.
Após os fatos, Damião foi até a delegacia e registrou uma ocorrência como suicídio e incêndio culposo. Na data, ainda acionou um caminhão pipa para auxiliar a conter as chamas no imóvel. A versão foi contestada pela família da vítima.
Em entrevista a equipe do Diário Digital, o delegado da Delegacia de Rochedo, Roberto Faria, informou que as testemunhas estão sendo ouvidas. "Uma enfermeira já prestou depoimento e afirmou que a Pâmela contou para ela que teria riscado o fósforo na gasolina".
Indagado pela gasolina estar dentro da residência, o delegado contou que havia uma máquina roçadeiras à gasolina. " Sendo assim, como a gasolina exala um vapor enorme e se você riscar um fosforo, nem precisa o jogar no chão, ainda mais em um local fechado que era a situação do momento do fato", explica Roberto.
Na data, os filhos do casal de 6 e 10 anos de idade, presenciaram o crime. A criança, de 10 anos, foi ouvida em depoimento especial na Del. Esp. de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) e confirmou os fatos narrados pelo pai.
A equipe do DD entrou em contato com a defesa de Damião e aguarda resposta.
Medida Protetiva – A medida protetiva de urgência em favor dos filhos e uma irmã de Pâmela Oliveira da Silva foi concedida na segunda-feira (29) pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a decisão, Damião Souza Rocha está proibido de aproximar-se por qualquer meio de comunicação mantendo distância mínima de 300 metros. O pedido foi assinado pela juíza, Jacqueline Machado.
O pedido foi feito após o suspeito vender a casa onde ocorreu o crime um dia após o fato. Ao DD, advogada da família da vítima, Janice Terezinha Andrade da Silva, contou que Damião vendeu o imóvel antes mesmo da realização da Perícia Técnica no local. "Ele vendeu o imóvel um dia depois do fato e guardou o dinheiro. Agora, com toda essa repercussão, ele pode pegar as crianças e fugir da cidade".
Ainda de acordo com a advogada, a Perícia demorou 15 dias para realizar o exame no local do crime que acabou prejudicando a investigação . “A residência já tinha sido mexida pelo atual dono. Infelizmente, vamos ter que analisar tudo com calma”, finaliza Janice.
A situação da residência após o ocorrido (Vídeo: Divulgação)
O caso – Damião Souza Rocha, 35 anos, é o principal suspeito de matar a esposa, Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos no município de Rochedo (MS). Damião agrediu a vítima e ateou fogo em um dos cômodos da residência do casal. Após ficar dias internada, a vítima veio a óbito na segunda-feira (22) na Santa Casa de Campo Grande (MS).
Conforme o boletim de ocorrência que a equipe do Diário Digital teve acesso foi registrado pela família da vítima relatando que no dia do crime o casal estava em casa junto com as duas filhas, de 6 e 10 anos de idade. Os dois teriam discutido e, em seguida, Damião teria colocado fogo na vítima. Ele e as filhas não tiveram ferimentos.
Na data, o suspeito ainda acionou um caminhão pipa para auxiliar para conter as chamas no imóvel. Com 90% do corpo queimado, Pâmela foi socorrida por um homem que estava passando pelo local e transferida em estado grave para Santa Casa da Capital.
Após alguns dias, de acordo com o laudo do hospital, Pâmela ficou consciente e estável. Neste tempo, conseguiu contar para irmã que no dia dos fatos havia discutido com o Damião e o mesmo jogou gasolina em um dos quartos da casa e ateou fogo com ela dentro.
Com as informações, a irmã da vítima indagou a sobrinha que estava no imóvel no dia e, a criança contou a mesma versão e pediu para que a tia não contasse para ninguém, pois, o pai senão o pai seria preso.
Durante a internação da filha, Damião por inúmeras vezes disse que iria entrar de qualquer jeito no hospital para ver a esposa. Com medo do que pudesse acontecer, o pai da vítima procurou a 1ª Del. Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) para pedir medidas protetivas de urgência. Foi quando descobriu que no dia seguinte do crime, o suspeito foi até a Delegacia de Polícia de Rochedo e registrou um boletim de ocorrência como suicídio na forma tentada e incêndio culposo.
Na Santa Casa, Pâmela passou por cirurgias, mas por conta dos ferimentos graves acabou não resistindo e veio a óbito na última segunda-feira (22) na Capital.
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