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Polícia

MS registra maior número de feminicídios desde criação de Lei, em 2015

Antes do encerramento do ano, casos registrados ultrapassam 22,5% das ocorrências totais de 2021

Segunda-feira, 28 Novembro de 2022 - 11:26 | Victória de Oliveira


MS registra maior número de feminicídios desde criação de Lei, em 2015
Delagada da Deam, Rafaela Lobato alerta para sinais de violência doméstica - (Foto: Luciano Muta)

Mato Grosso do Sul atingiu o ápice de 38 casos de feminicídios em 2022. O número de ocorrências registradas até novembro de 2022 é superior ao total de casos ocorridos em todo 2021. A última vítima, Monalisa Pereira Alves Muricy, foi morta na noite deste domingo, 28 de novembro, pelo próprio companheiro no distrito de Anhanduí (MS), a cerca de 60 quilômetros da capital.

Conforme estatísticas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os 38 casos ocorridos no estado antes do encerramento do ano são 22,58% superiores ao total de registros em 2021, quando o ano encerrou com 31 mulheres vítimas de feminicídio. Apenas na capital, o aumento foi de 2 para 10 casos, um percentual de 400% de aumento. 

Segundo a Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), o feminicídio ocorre quando a mulher é assassinada por questões de gênero e o crime envolver violência doméstica ou familiar, bem como menosprezo ou discriminação à condição de mulher. As motivações mais recorrentes para o crime são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres.

Desde 2015, quando a Lei 13.104/2015, conhecida como ‘Lei do Feminicídio’, entrou em vigor no Estado, o cenário de casos de feminicídio é o maior antes do encerramento do ano. Em 2020, Mato Grosso do Sul fechou os 12 meses do ano com o registro total de crimes de feminicídio atendidos até o mês de novembro de 2022. Foi, até o momento, o ano com maior casos de mulheres mortas nos sete anos em que a lei vigora.

 

MS registra 38 feminicídios
(Fonte: Sejusp)

Sem resultados - Para a delegada da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, Rafaela Lobato, o aumento necessita de atenção. “Infelizmente o número progrediu. Nós estamos em 2022 também batendo o recorde de políticas públicas para mulher. Registramos muitos boletins de ocorrência, estamos participando de muitos eventos preventivos, mas não vemos os resultados na questão regressiva”.

No caso mais recente, ocorrido neste domingo, Monalisa Pereira Alves Muricy foi morta a golpes de faca pelo próprio companheiro, identificado como Vagner, em residência da rua Barão Von Oper. O casal estava acompanhado de amigos, e todos ingeriam bebidas alcoólicas.

Monalisa foi morta por ciúmes ou dinheiro
Monalisa foi morta a facadas - (Foto: Luciano Muta)

Em determinado momento, Vagner começou a esfaquear Monalisa até a morte. Após o crime, fugiu do local. Equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada ao local e constatou o óbito da vítima.

A delegada explica que tanto o ciclo social da vítima quanto a própria vítima devem ficar atentos. “É importante que tanto a vítima esteja alerta mas também outras pessoas que estejam visualizando algum sinal de violência doméstica, alerte tanto a vítima quanto também esteja alertando outras pessoas ao redor, para que não chegue ao extremo de acontecer mais um feminicídio”, destaca Rafela Lobato.

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