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Polícia

Em MS, tenente-coronel do Exército é alvo de operação sobre tentativa de golpe

Relatório da PF mostra que Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros fazia parte da organização criminosa dividida em núcleos

Quinta-feira, 08 Fevereiro de 2024 - 15:12 | Marina Romualdo


Em MS, tenente-coronel do Exército é alvo de operação sobre tentativa de golpe
(Foto: Divulgação/PF)

O tenente-coronel do Exército, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros foi o alvo da Operação "Tempus Veritatis", em Mato Grosso do Sul. A ação investiga a organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

Segundo a Polícia Federal, Medeiros estava atualmente lotado no Comando Militar do Oeste, em Campo Grande. E, com as investigações, foi constatado que ele fazia parte do "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”.

Além do tenente-coronel, o relatório aponta que outros nomes de investigados bolsonaristas também são suspeitos de integrarem a organização criminosa que agiam em seis núcleos para coordenar uma tentativa de golpe de Estado.

Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

A equipe da PF cumpriu as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados de Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Jair Bolsonaro

As medidas judiciais foram expedidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Entre elas está a de apreender o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e já recebeu a homologação do STF.

Por meio de redes sociais, o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse que “em cumprimento às decisões de hoje, o presidente Jair Bolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes. Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão e que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados”, postou Wajngarten.

Diante dos mandados, Bolsonaro entregou o passaporte à justiça no final da manhã, em Brasília. Ao Portal R7, o ex-chefe do Executivo falou sobre a operação e voltou a afirmar que se sente "perseguido". Sem citar o nome de Moraes, ele disse que "um cara quer dar um jeito de justificar o que ele colocou na cabeça, que houve tentativa de golpe".
 

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