• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Polícia

'Crianças mexiam no celular enquanto eram estupradas', diz delegado sobre abusador

Luiz Eidi Watanabe era investigado desde 2017 e foi preso após imagens confirmarem abusos

Terça-feira, 19 Julho de 2022 - 16:00 | Marina Romualdo


'Crianças mexiam no celular enquanto eram estupradas', diz delegado sobre abusador
(Foto: Luiz Alberto)

O ajudante de pintor, Luiz Eidi Watanabe, de 55 anos, conhecido como 'Japonês' foi preso por estupro de vulnerável no último dia 13 de Julho, no município de Rio Negro (MS). Ele estava sendo investigado por abuso sexual desde Janeiro de 2017.

Durante a coletiva de imprensa desta terça-feira, 19 de Julho, o delegado responsável pelo caso, Gabriel Cardoso relatou que o primeiro boletim de ocorrência foi registrado por uma mãe de uma menina, de 3 anos de idade. "Na ocorrência foi informado que ela estava em uma festa e como conhecia o Luiz pediu para que ficasse com a criança por alguns minutos e, ao retornar ao local, encontrou o autor passando as mãos nas partes íntimas da pequena. No dia seguinte, o denunciou".

"Foi feito exame e foi constatado uma vermelhidão na vagina, que indicou que tinha alguma coisa errada. Com o depoimento especial, a criança não conseguiu se expressar e não houve testemunhas. Porém, a partir desse dia ficamos investigando mais sobre o 'Japonês".

A região rural onde ocorreu os fatos é no bairro Cohab – no qual é considerado uma área pobre do município. Desta forma, existe bastante famílias em vulnerabilidade social e o abusador ajudava as famílias dessas vítimas que têm entre 3 e 11 anos, com comidas e dinheiro. Além de ajudante de pintor, o autor recebia pagamentos de casas alugadas por ele.

Crianças estupradas em troca de dinheiro
Delegado da Delegacia de Rio Negro Gabriel Cardoso (Foto: Luiz Alberto)

Já em 2020, foi realizada uma denúncia de que havia um menino, de 9 anos, morando com ele e que uma menina, de 6 anos, havia sido abusada sexualmente. Sobre o caso de estupro, houve uma resistência em relação a mãe da criança que negava que havia ocorrido o fato.

Desta forma, foi iniciada uma nova investigação para obter provas do que ocorria dentro da residência do abusador. A Delegacia de Polícia Civil de Rio Negro preparou uma medida para que o Departamento de Inteligência Policial (DIP) providenciasse a captação de imagens e áudios do imóvel. O Poder Judiciário entendeu que era um caso complicado e delicado, aceitou o pedido.

Segundo o delegado, as provas contra o Luiz foram obtidas em menos de 24h. "Nas filmagens foi possível ver que havia crianças dormindo com ele e, em um outro momento, estava acontecendo um sexo explícito com dois meninos de 11 anos. Neste momento, o DIP nos contou o caso e foi realizado a prisão em flagrante o autor. Quando chegamos no local, uma das crianças já estava tomando banho e o outro ainda com o Luiz. Ele foi preso em flagrante".

Crianças estupradas em troca de dinheiro
(Foto: Luiz Alberto)

"As crianças mexiam no celular enquanto estavam sendo abusadas e agiam com naturalidade. Decidimos efetuar a prisão dele naquele momento para que não houvesse mais vítimas. Em seguida, as vítimas foram encaminhadas para realização dos exames mas, o ajudante de pintor sabia como não deixar vestígios, o exemplo é: relação sem penetração", finalizou o delegado Gabriel Cardoso.

O diretor do DIP, Odorico Machado estava presente e esclareceu que a prisão do abusador é para mostrar para outros indivíduos atendam que nenhum saíra impune. “Não adianta estar atrás de uma tela de computador, o serviço de inteligência juntamento com outras equipes o identificarão”.

Crianças estupradas em troca de dinheiro
Diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil Odorico Machado (Foto: Luiz Alberto)

Abusador está preso na Delegacia de Rio Negro e espera por vaga em presídio. Ele irá responder por estupro de vulnerável contra as cinco vítimas. O tempo de reclusão é de 8 a 15 anos de prisão.

Mais vítimas – Ainda é possível que Luiz Watanabe tenha feito mais vítimas como adolescentes, pois, as investigações apontam que mais crianças frequentavam o imóvel do abusador. 

SIGA-NOS NO Google News