'Futuro paralímpico' transforma realidades

Criado há aproximadamente dois anos o projeto “Futuro paralímpico” já participou de várias competições pelo Brasil e na próxima quinta-feira (26) parte mais uma vez para disputa fora do Estado. São mais de 20 atletas que, com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), irão participar em 3 modalidades do Circuito Brasil Loterias Caixa de Atletismo e Natação etapa Centro-Leste em Uberlândia, Minas Gerais. Confiante e preparada a equipe acredita que o retorno será cheio de novos títulos.   

Oferecidos gratuitamente para meninos e meninas a partir de 10 anos que possuam algum tipo de deficiência, o projeto ensina técnicas de Bocha, Corrida, Race Running (Petra), Arremesso de peso, Lançamento de dardos, Lançamento de disco e Futebol de 7. As aulas acontecem ao longo da semana nos períodos matutino e vespertino, mas são ministradas apenas em dois espaços da cidade, o Parque Ayrton Senna e o Centro Olímpico Ruy Jorge da Cunha, na Vila Nasser.

Coordenadora do projeto, Yara Yule explica que o objetivo da iniciativa é muito maior que preparar paratletas de alto rendimento a participarem de competições regionais, nacionais ou internacionais. Da mesma forma que para seres sem deficiência, oferecer esporte e lazer a pessoas com algum tipo de limitação também é um dever do Município, já que além de qualidade de vida a prática esportiva também é sinônimo de superação. Por isso os esforços para divulgação do projeto em escolas Municipais estão sendo dobrados, “depois que o ser humano vem viver a prática esportiva ele só tem ganhos. Ganhos físicos, ganhos sociais, ganhos emocionais, o que é essencial para uma boa vida” explica Yara.

Aluna do projeto há mais de um ano a jovem Gabriela Teixeira, de 23 anos, conheceu o esporte em seu mais incrível formato, o de superação. Vítima de bullyng nas escolas por conta de sua deficiência, a paratleta acabou desistindo de retornar às aulas e passou por uma turbulenta fase em companhia da depressão. Depois de muita insistência a jovem, que chegou a deixar de frequentar os treinos, voltou e conta com muito entusiasmo os benefícios proporcionados a ela pela corrida, arremesso de peso e lançamento de dardo, modalidades dominadas por ela. “Os outros jovens devem vir, assim como eu eles vão se sentir muito mais felizes, acolhidos, incentivados e ainda farão amigos” expressou a esportista com sorriso no rosto.

Sem medo, hoje Manuela Nóbrega, de 32 anos, encontrou no paradesporto a elevação que sua autoestima precisava. Aluna desde o início do projeto, a jovem conseguiu vencer o medo que tinha de interagir com outras pessoas e, segundo a própria Manuela, agora ela é um poço de determinação, esforço e muita coragem. “Aqui eu fiz amigos e sou muito feliz. Toda terça e quinta estou aqui” comentou a jovem paratleta.

Já Thiago Augusto Amaral, de 35 anos, que perdeu a perna em um acidente de moto, encontrou no esporte motivação. Ele, que declarou ter perdido a expectativa de vida após a amputação da perna, hoje tem maiores objetivos e dia após dia busca quebrar seus próprios recordes. Em apenas dois meses treinando lançamento de disco Thiago terminou a sua primeira e única competição nacional como 6° colocado, atualmente o jovem é o 22° melhor paratleta do País na modalidade de lançamento de peso.

Programação

Para quem quiser participar, o núcleo do Parque Ayrton Senna conta com as modalidades de atletismo e petra na segunda, quinta e sexta-feira, das 7h às 11 e das 13h às 17h. A bocha acontece terça e quarta-feira das 7h às 11h e das 13h às 17h e a na quarta-feira tem bocha e atletismo das 7h às 11h.

Na Vila Nasser,  o atletismo e a petra acontecem na terça e quinta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h.