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Dia dos Povos Originários: espaço recebe pintura da fundadora indígena Enir Terena
Além do rosto da Cacique, a obra retrata costumes e danças indígenas
Quarta-feira, 19 Abril de 2023 - 08:40 | Suzy Jarde Vera
Reconhecido por ser uma referência, o Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, em Campo Grande, localizado na comunidade Marçal de Souza, recebe uma obra de arte representando a cultura dos povos Originários e a importância da primeira cacique mulher de Mato Grosso do Sul.
A entrega da obra de arte foi feita na última sexta-feira, 14 de abril. Com traços no grafite a pintura em um mural da comunidade indígena, marca o início das festividades ao Dia dos Povos Originários, comemorado no dia 19 de abril.
O memorial da Cultura Indígena representa o encontro de povos e culturas indígenas. Se tornando uma referência para toda população de Campo Grande.
Segundo o Cacique Josias Jordão Ramires, atualmente existem na Capital 12 aldeias dentro de áreas urbana, sendo mais de 15 mil indígenas vivendo no município. Para ele esses números são motivos à mais para se comemorar.
"A palavra de ordem é: avanço. Esse ano devido aos avanços das políticas voltadas para a comunidade indígena, como o Ministério dos Povos originários, o dia 19 de abril se torna ainda mais especial", destaca o Cacique.
Ainda conforme explicou o Cacique, o Memorial Indígena existe para incentivar e preservar a cultura indígena que deve ser passada para outras gerações. "Isso mostra que nós somos capazes de ocupar vários espaços, de estar à frente de uma coordenação ou subsecretária".
Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena - Criado em 1999, é um centro cultural que possui uma estrutura em formato de ema, onde se comercializa produtos étnicos da cultura Terena, Kinikinau, Guarani e Kadiwéu.
A Aldeia Urbana Marçal de Souza, a primeira aldeia urbana de Mato Grosso do Sul, possui 340 m², ocupados em sua maioria por famílias da etnia Terena. No memorial são oferecidos à população várias atividades como artesanato, oficinas de dança, orquestra indígena.
Em 2018, o então prefeito Marquinhos Trad aprovou a Lei 6006/18 e o Memorial da Cultura Indígena de Campo Grande recebe o nome de Enir da Silva Bezerra.
Mas quem foi a Cacique Enir? Enir Terena como ficou conhecida, nasceu no dia 8 de março de 1955, na aldeia Limão Verde, no município de Aquidauana. Ainda em sua adolescência, veio para Campo Grande em busca de trabalho remunerado, trabalhou nas feiras indígenas no Mercadão Municipal.
Sempre lutando pelas causas indígenas, em sua fase adulta seus esforços culminou com a fundação da aldeia urbana Marçal de Souza, no bairro Tiradentes.
Como se diz hoje em dia, ela 'deu seu nome', ao se tornar em 2008 a primeira cacique mulher no estado de MS, a ocupar um dos maiores cargo da chefia tradicional com 134 votos. Na cerimonia de posse disse durante entrevista: “Meu objetivo é trabalhar para o meu povo, resolver os problemas, apoiar, a luta é a mesma, apenas a metodologia que é diferente”.
A Terena, morreu aos 61 anos em 2016, e seu legado é repassado de geração em geração, sendo motivo de muito orgulho para a comunidade indígena.
Kéxunakoa - O projeto denominado de Kéxunakoa que significa “fortalecer a tradição” – e contemplado pelo FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), propôs uma integração durante 22 dias.
O resultado da revitalização no Memorial da Cultura Indígena, marcou o mês dedicado a celebrar a herança e cultura dos povos originários do Brasil.
Os moradores participarão, ativamente, da produção dos painéis, bem como de vivências sobre a produção da arte urbana, ministrada pelos artistas Caio Mendes e Alice Hellman.
Na fase final já da pintura no mural do centro cultural indígena, o Diário Digital entrevistou um dos artista, que expressou seu sentimento em fazer parte desse projeto.
“É uma honra ter sido convidado para participar desse projeto, podendo representar esses símbolos tão importantes para a comunidade indígena”, destacou Caio Mendes. O muralista ainda confessou ser um apaixonado pela identidade indígena, em algumas suas obras sempre usa características com traços da cultura.
Grafismo Terena- símbolo de identidade étnica e cultural do seu povo, é um dos principais elementos das ações do Projeto. Essa arte ancestral será objeto de estudo teórico e prático da oficina de pintura sobre tecido.
Nas oficinas feitas com as crianças indígenas, Caio destacou que o objetivo era resgatar a cultura e costumes indígenas, já que muitos dos pequenos são nascidos aqui na Capital. Utilizando as ferramentas e técnicas da arte.
A solenidade da entrega do mural, foi feita na última sexta-feira, 14 de abril, um dia que certamente ficará guardado na história de Mato Grosso do Sul. Todas as ações e experiências ao longo do projeto juntamente com a comunidade Marçal de Souza, podem serem acompanhadas pelo perfil no Instagram projetokexunakoa.
Confira a galeria de imagens:
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