Geral
Delegado encerra depoimentos de acusação em júri de Jamilzinho e mais dois
Cinco testemunhas de defesa de Name, Vlad e Rios serão ouvidas ainda hoje
Terça-feira, 18 Julho de 2023 - 09:45 | Victória Bissaco e Thays Schneider
O delegado João Paulo Sartori abriu as oitivas do júri popular de Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios na manhã desta terça-feira, 18 de julho, e foi a última testemunha de acusação a ser ouvida. Os três respondem pela morte do estudante Matheus Coutinho Xavier. Os próximos depoimentos serão da defesa dos réus.
A testemunha é delegado da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) e integrou as investigações da morte do estudante em outubro de 2019. Matheus Coutinho Xavier foi morto em abril do mesmo ano, a mando da família Name. O delegado Sartori explicou que a motivação da execução seria a venda da Fazenda Figueira, em Jardim (MS), que já foi utilizada em seita religiosa do reverendo Moon.
O delegado do Garras voltou a reforçar que o alvo da execução não era Matheus Coutinho, com apenas 19 anos na época, mas sim o pai dele, Paulo Roberto Xavier “PX”. Conforme o depoente, Jamilzão e Jamilzinho Name se sentiram “traídos” por PX, que parou de trabalhar para a família ligada à milícia com origens no jogo do bicho em MS e passou a prestar serviços para o advogado paulista Antônio Augusto de Souza Coelho.
As investigações da qual Sartori fez parte descobriram que o pistoleiro Juanil Miranda Lima - foragido da Justiça desde 2019 e também envolvido na morte do jovem - contatou o hacker Eurico dos Santos Mota - mais um participante da execução que teve a liberação da participação do júri popular de hoje concedida em 2020, pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri - para levantar informações da localização do alvo Paulo Xavier.
Após descobrirem o endereço em tempo real de PX, Juanil e “Zezinho” - José Moreira Freires, morto em confronto com policiais no Rio Grande do Norte e acusado de executar o delegado aposentado Paulo Magalhães, em 2013 - foram até a casa de Paulo Xavier e mataram, por engano, Matheus Coutinho.
Segundo o delegado do Garras, a Polícia concluiu que Juanil dirigiu o carro e Zezinho disparou de fuzil no estudante. As investigações ganharam força quando Marcelo Rios foi preso, no ano da execução de Matheus, com um arsenal de armas. O fuzil utilizado na morte, inclusive, foi apreendido na ação. Outro item confiscado pelas autoridades foi pendrive guardado no carro do preso com conversas entre os Names. Nas gravações, pai e filho afirmavam que iriam realizar a “maior matança já vista em MS”.
Sartori relembrou, ainda, que antes de apreenderem as armas, Marcelo Rios orientou aos policiais que tivessem cuidado ao adentrar a casa onde os armamentos estavam guardados. Conforme o réu, “Juanil era perigoso e poderia estar no local”. Uma amante de Rios também foi ouvida pela Polícia em 2019 e afirmou que o homem trabalhava para os Name há cerca de quatro anos.
Ele, junto a Vladenilson Daniel Olmedo, o “Vlad”, agiam como os “gerentes” da organização criminosa, que recebiam as ordens dos Name e repassavam aos demais envolvidos.
Defesa - As oitivas continuam nesta terça-feira. A partir de agora, serão ouvidas as testemunhas das defesas dos réus. Devem ser ouvidos cinco depoentes, dentre eles ex-policiais militares, milicianos e psiquiatras.
Acusação - Além do delegado do Garras, foram ouvidos a delegada da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Daniella Kades; o delegado que trabalhou na força-tarefa junto do Garras, Thiago Macedo; o delegado titular da Delegacia Esp. de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos Delano; o pai de Matheus, Paulo Roberto Xavier “PX”; e o escrivão da PCMS, Jean Carlos. Todos ontem (17), o primeiro dia do julgamento.
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