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Acadêmico de Medicina que atropelou e matou corredora deixa presídio
Conforme advogado, 'jovem dedicado que cometeu esse pecado na vida' cumprirá medidas cautelares
Sexta-feira, 21 Março de 2025 - 16:09 | Redação

O estudante de medicina João Vitor Fonseca Vilela, 22 anos, deixou o Centro de Triagem Anízio Lima, unidade penal onde estava preso, no Jardim Noroeste, em Campo Grande (MS), na tarde desta sexta-feira, dia 21 de Março. Ele estava preso desde 15 de Fevereiro quando atropelou e matou a corredora Danielle de Oliveira, de 41 anos, na rodovia MS-010, na Capital.
Ele deixou o local acompanhado por advogados e vai responder ao processo em liberdade. O acadêmico deverá cumprir medidas estabelecidas pela Justiça, porém, não usará tornozeleira eletrônica. João Vitor não pode mais dirigir, sua Carteira de Habilitação está suspensa e o documento, inclusive, já foi entregue ao Judiciário.
"Ele não pode mudar de residência sem pedir autorização. Não pode se ausentar da comarca por mais de oito dias. E tem que comparecer a todos os atos do processo, bem como não frequentar bares e outros locais que possa ter acesso à bebida", detalhou o advogado dele José Roberto Rosa.

João Vitor saiu em silêncio da unidade prisional e não respondeu aos questionamentos da imprensa. Ainda de acordo com o advogado, a a linha defensiva "continua no sentido de que ele não cometeu um homicídio doloso, mas sim um homicídio culposo." Segundo o relato policial, quando atropelou e matou a corredora, João Vitor estava embriagado. Mas, seus defensores contestam o enquadramento em homicídio doloso.
"Há a previsão própria no Código de Trânsito brasileiro praticar homicídio na direção de veículo automotor e há uma agravante própria que trata de dirigir embriagado. Então o que o Ministério Público faz é um exercício mental para dizer que houve dolo eventual. Esta figura completamente de caráter interpretativo do Ministério Público diz mais ou menos o seguinte, olha, ele assumiu o risco de produzir o resultado morte e se a morte ocorria ele não se importava. Por que? Porque se ele se importava era homicídio culposo. Então o Ministério Público nesse momento faz um exercício mental para entrar na vontade do réu e dizer, olha, se ele assumiu o risco e se alguém morresse ele não se importava", afirma.
"Ora, como é que você chega a essa interpretação simplesmente numa olhadela superficial da prova? Não é possível chegar a essa conclusão? Então, ao nosso sentir, no final da instrução vai ficar demonstrado que se trata de homicídio culposo. Lembrando a vocês, há dentro do ordenamento jurídico Código de Trânsito brasileiro a previsão para acidente de trânsito com resultado morte e uma agravante que trata de sujeito que cometeu aquele ato embriagado. Não se trata de homicídio doloso e sim de homicídio culposo com a previsão específica no Código de Trânsito."

O advogado ainda não sabe se o rapaz conseguirá voltar a frequentar as aulas na faculdade de Medicina. Contudo, ele afirmou ter colhido em seu escritório manifestações a favor do rapaz que apontam uma conduta estudiosa e tranquila. "Então não se trata de um jovem, alguém que era dedicado à arruaça, era um jovem dedicado que cometeu esse pecado na vida", mencionou José Roberto.
Relembre o acidente- Danielle Oliveira, de 41 anos, morreu enquanto participava de uma corrida na MS-010, saída para Rochedinho, em Campo Grande. Ela foi atingida por um Fiat Pulse, que era conduzido por um estudante de medicina.
De acordo com as informações, Danielle estava participando de um grupo de corrida na MS-010, acompanhado por balizadores posicionados atrás para sinalizar aos motoristas. Durante o trajeto, o condutor do Fiat Pulse, que seguia em direção a Rochedinho, começou a fazer zigue-zague na pista. Ao tentar ultrapassar o grupo, ele acabou atingindo Danielle e outra mulher, que ainda não foi identificada. Devido à gravidade dos ferimentos foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento do bairro Coronel Antonino.

O estudante de medicina de 23 anos, estava visivelmente embriagado e se recusou a realizar o teste de alcoolemia. No entanto, apresentava sinais evidentes de embriaguez, como forte odor de álcool, desorientação, dificuldade de coordenação, olhos avermelhados, fala prejudicada e sonolência. Dentro do veículo, foram encontradas garrafas de cerveja e o forte cheiro de bebida alcoólica. Além disso, o autor estava usando uma pulseira do bar Garden 67.
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