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5º Arte, Cultura, Educação destaca trabalho de comunidades terapêuticas

Evento promoveu a interação entre os acolhidos das comunidades terapêuticas

Domingo, 20 Agosto de 2023 - 09:37 | Gabriel Telê Santana


5º Arte, Cultura, Educação destaca trabalho de comunidades terapêuticas
(Foto: Divulgação/ Prefeitura CG)

A Prefeitura de Campo Grande, através da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU), por meio da Coordenadoria de Proteção à População em Situação de Rua e Políticas Sobre Drogas (COPRAD), realizou nesta terça-feira (17), a 5ª edição do Arte, Cultura, Educação e Direitos Humanos, evento que tem o objetivo de dar visibilidade aos trabalhos desenvolvidos com pessoas em recuperação que viviam em situação de rua, na dependência química e atualmente encontram-se acolhidos em comunidades terapêuticas parceiras da Prefeitura através do Programa de Ação Integrada e Continuada (PAIC).

Com o Plenário Oliva Enciso lotado, e evento promoveu a interação entre os acolhidos das comunidades terapêuticas e celebrou as parcerias e os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo poder público e sociedade civil em prol da recuperação e ressocialização de pessoas dependentes de drogas e em situação de rua.

“Sobretudo, hoje é um dia de agradecer a todos que acreditam, quem têm esperança e seguem doando tempo, abrindo portas, estendendo a mão a essas pessoas que tanto precisam”, destacou a subsecretária de Defesa dos Direitos Humanos, Thais Helena.

Em atividade desde 2016, o Projeto Simão atende 3º acolhidos e mantém uma casa pós-tratamento, lugar para onde os que já passaram pelo processo de recuperação são encaminhados e podem participar de capacitações, além serem encaminhados para o mercado de trabalho.

“Uma comunidade terapêutica precisa se inovar, pensando assim, começamos a criar novas estratégias, como saídas para cinema e passeios.  Nós também desenvolvemos projetos, temos parcerias com o Senar que oferta dois cursos por mês para o pessoal, e também promovemos uma série de atividades, além do trabalho de psicólogos e psiquiatras e a parceria com empresas que possibilitam o mercado de trabalho para os acolhidos após passarem por esse processo”, explicou o responsável pela instituição, Eliandro Simonetti.

Welder Gabriel conheceu o Projeto Simão há cerca de quatro meses através de encaminhamento realizado por um dos Creas da Capital (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Vindo de Ponta Porã, o jovem de 23 anos conta que os dois meses que passou na intuição foram determinantes para que deixasse o vício e resgatasse a dignidade perdida.

“Com atendimento eu consegui algo que não imaginava mais ser possível. Recebi acompanhamento psicológico, participei de atividades recreativas, coisas que ocuparam a minha mente e me impulsionaram para coisas boas, pensamentos bons. Hoje trabalho numa das empresas parceiras do projeto, tenho minha independência financeira, recuperei a confiança da minha família e minha autoestima. Eu voltei a viver”, diz orgulhosamente o rapaz.

Mudança de vida testemunhada por Marcos Romeiro, representante da empresa de salgados congelados que contratou Welder.

“Nós conhecemos o Projeto através do Eliandro, na época, estávamos com dificuldade em conseguir mão de obra de qualidade, ele nos falou dos rapazes e resolvemos apostar numa experiência. O resultado foi fantástico, esses meninos recuperados são muito dedicados e trabalhadores. Esse mês contratamos dois e já são quase 20 funcionários, frutos dessa parceria. Às vezes, tudo que as pessoas precisam é de oportunidade”, salientou.

A parte musical ficou por conta do cantor Rodrigo Moares (43), que um dia também foi acolhido e agora testemunha sobre o apoio e que recebeu naquele que considera o pior momento de sua vida.

“Sou músico profissional há 25 anos e por volta dos 18 anos de idade, comecei a me envolver com drogas. Muitos que estão aqui, me ajudaram nos piores momentos da minha vida, sou exemplo vivo da relevância desse trabalho e da importância de eventos como este, onde sociedade e poder público se unem para apoiar as comunidades terapêuticas que tem resgatado a vida de muitas pessoas, como resgataram a minha. Hoje tenho um casamento consolidado e serei pai da quarta filha, graças à oportunidade que recebi”, lembrou o artista.


Num gesto de gratidão, atendendo ao convite feito pelo cantor Rodrigo Moraes, mais de 100 participantes subiram ao palco e cantaram numa só voz, a raridade e a preciosidade da vida.
“As Comunidades Terapêuticas representam a porta de entrada para uma nova vida para muita gente, transformando a história de famílias e devolvendo essas pessoas recuperadas à sociedade”, concluiu Moraes.

Atualmente, a Prefeitura de Campo Grande mantém 300 vagas cofinanciadas, em parceria da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) e Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU).

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