Mulher mata ex-companheiro com facada no coração para se defender de agressões

Mulher, de 26 anos, confessou ter matado o ex-companheiro Reginaldo Lopes, de 27 anos, com facada no coração, na noite deste domingo, 16 de outubro, em comunidade indígena na zona rural de Japorã (MS), município a cerca de 475 quilômetros de Campo Grande. A jovem alega ter desferido o golpe fatal em legítima defesa, além de relatar ter sido vítima de constantes agressões físicas e verbais ao longo do relacionamento entre as partes.

O boletim de ocorrência aponta que escrivão da Polícia Civil entrou em contato com o Hospital São Judas após denúncia de tentativa de homicídio no local indicado. O policial foi informado de que indígena deu entrada na unidade hospitalar já em óbito, vítima de facada no coração. O agente de saúde que acompanhou o homem afirmou que ele morreu ainda dentro da ambulância.

Policiais civis, bem como policiais militares, deslocaram-se até a aldeia durante a noite para identificar o autor. No local, foram informados de que se tratava de uma mulher, porém não foi localizada.

Por volta das 05h30 desta segunda-feira, 17 de outubro, o cacique da comunidade em questão entrou em contato com a Polícia Civil e informou que a mulher havia acabado de se apresentar a ele e relatou ter matado o homem em legítima defesa. Conforme relato dela, ela e a vítima estavam separados. Informou, inclusive, que já tinha denunciado o homem por violência doméstica e solicitado medidas protetivas.

Relatou que Reginaldo colocou fogo na casa do casal, onde moravam com dois filhos, após a jovem denunciá-lo sucessivamente em decorrência das agressões. A mulher contou que chegou a reatar com o ex-marido, porém optou pela separação por conta da violência.

Ontem, por volta das 20h30, relatou a mulher, pegava água em caixa da água à beira da estrada quando o homem chegou em motocicleta e partiu para cima dela na posse de uma faca. A jovem conta que conseguiu tomar a arma da mão dele e, em legítima defesa, golpeou a vítima. Contou, ainda, que não viu onde desferiu o golpe fatal, apenas escutou o barulho ao retirar o objeto do peito do homem.

De acordo com a mulher, a única testemunha seria uma menina, de 12 anos, que estava presente durante o ocorrido. Fugiu do local e se escondeu após familiares de Reginaldo chegarem. Ainda, escondeu a faca utilizada e afirma não se recordar onde. O caso foi registrado como homicídio simples na Delegacia de Polícia Civil de Japorã e deve ser investigado pela Polícia Civil.