Laudo aponta que falsa biomédica aplicou silicone em preenchimento labial

Laudo comprova que a falsa biomédica, Ana Carolina Brites, de 27 anos, aplicou no lábio de uma das pacientes, o silicone – que é uma substância para ser aplicada no rosto. A vítima vai passar por cirurgia de urgência para fazer a retirada do produto para não perder o tecido do rosto.

A suspeita que se apresentava como esteticista e biomédica foi indiciada no dia 20 de setembro por lesão corporal e exercício ilegal da profissão após realizar preenchimento labial em pelo menos quatro pacientes no dia 13 de setembro na clínica onde fica localizada na Antônio Maria Coelho, em Campo Grande. As vítimas apresentaram reação alérgica e denunciaram o caso. 

Uma das vítimas de 26 anos teve o laudo constatado e desabafou dizendo – "há 20 dias passo um pesadelo. Ela disse que havia aplicado acido hialurônico, mas segundo o laudo, foi aplicado o silicone que se espalhou pelo meu rosto. Vou passar por cirurgia de urgência. Para mim, é muito triste, pois, minha vida inteira parou e estou com medo e insegura para ver como vai ficar meu rosto".

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Bárbara Alves, o resultado do exame feito diretamente na boca de uma das pacientes. "Porém, ainda não tem o resultado pericial, pois além da análise do que tem naquele produto, estamos fazendo uma comparação entre ele e uma amostra da substância original. Sendo assim, isso demanda mais tempo".

Na ação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no endereço de atendimento e na residência da suspeita. A equipe da 2ª Delegacia de Campo Grande com apoio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) apreenderam uma dezena de seringas já utilizadas com descarte em desacordo com as normas sanitárias, além de diversas substâncias usadas para aplicação de ácido hialurônico e botox.

Em diligências, os policiais constataram também que Ana Carolina não possui nenhuma formação superior. Segundo as informações obtidas junto à Universidade Cesumar, ela chegou a frequentar o curso de Biomedicina, mas não se formou. Após a repercussão do caso na imprensa, a investigada apagou a informação em sua rede social de que era biomédica.

Por fim, o juiz deferiu também a pedido da investigação e garantiu a suspensão da atuação profissional da falsa biomédica no campo da estética. E, com isso, a vigilância sanitária fará uma fiscalização no local onde ela usava para atender suas pacientes.