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Polícia

Investigação aponta que avó materna de Sophia sabia das agressões

"A minha preocupação é com a minha neta, ela vive doente", disse a mulher durante uma conversa

Quinta-feira, 09 Fevereiro de 2023 - 17:00 | Marina Romualdo


Investigação aponta que avó materna de Sophia sabia das agressões
(Foto: Luciano Muta)

As investigações apontam que avó materna de Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos e sete meses, que foi morta pela mãe e pelo padrasto, estava ciente das agressões contra a criança e da residência insalubre em que convivia com mais duas crianças. A mãe Stephanie de Jesus da Silva e o padrasto, Christian Campocano Leitheim estão presos.

Durante ligações ao pai da criança, Jean Carlos Ocampo, a mulher contou que tinha a chave da residência da filha e via que a casa onde a menina vivia estava insalubres. "É fralda suja, não coloca o lixo para fora. É uma sujeira". Além disso, destacou que após uma semana, Stephanie descobriu que o gato estava morto dentro do sofá.

"A minha preocupação é com a Sophia. Ela vive doente, a minha filha não tem condições de cuidar dessas crianças. Eu falei para ela que se ela continuar nessa sujeira, eu iria denunciá-la para o Conselho Tutelar e você vai perder a guarda dessa criança", relatou a mulher.

Em outra parte da conversa, a mãe da autora disse que a neta seria mais cuidada com o pai e com o companheiro, Igor de Andrade. Por fim, a mulher ainda informou que já presenciou agressões de Stephanie contra a criança. "Ela é agressiva, não mede por ser uma bebê", finaliza.

A equipe do Diário Digital conversou com a advogada, Janice Andrade que informou que todas as omissões serão apuradas. “O Estado e o Município irão responder de acordo com suas respectivas responsabilidades. O Estado é tão culpado pela morte da Sophia do que os próprios assassinos. O Estado teve chance de salvar a vida da Sophia”, explica.

Relembre o caso – A pequena foi assassinada pela própria mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos e pelo padrasto, Christian Campocano Leitheim, de 25 anos, no dia 26 de Janeiro, na Vila Nasser, em Campo Grande (MS).

O laudo de necrópsia confirmou que a Sophia foi morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Além disso, foi estuprada porém, “não recente”.

Na tarde da quinta-feira (26) a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.

Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.

Diante da situação, Stephanie e Christian foram presos flagrante e atuado por homicídio qualificado e estupro de vulnerável.

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