Polícia
Indígena suspeito de matar rezadeira e marido estava ameaçando as vítimas há muito tempo
Em nota, Ministério dos Povos Indígenas pediu para que a Polícia Federal investigue o crime em MS
Terça-feira, 19 Setembro de 2023 - 13:52 | Marina Romualdo
O suspeito de matar e queimar o corpo da rezadeira e do marido foi identificado e preso em flagrante pelo duplo homicídio na segunda-feira, 18 de Setembro, em Aral Moreira (MS). A rezadeira da etnia guarani-kaiowá, Sebastiana Galto, de 92 anos e o seu marido, Rufino Velasques, de 55, foram mortos na madrugada na Aldeia Guassuty.
Na data, as vítimas foram encontradas carbonizadas dentro da residência que foi completamente destruída pelo fogo. Em diligências, a liderança da aldeia informou sobre um suspeito, um indígena, de 26 anos, que já vinha ameaçando as vítimas devido a uma briga familiar. As buscas pelo autor foram iniciadas imediatamente.
Durante as investigações iniciais foram encontradas marcas de sapato no local do incêndio que seriam compatíveis com os do autor. Após a localização do suspeito, a polícia confirmou que as pegadas coincidiam com os sapatos de sua propriedade, corroborando a presença dele no local do crime.
Outras testemunhas e parentes também relataram que o autor vinha ameaçando as vítimas há muito tempo, devido a desavenças familiares. Além disso, a liderança da Aldeia Guassuty informou que o suspeito estava envolvido com tráfico de drogas, não apenas na reserva onde residia, mas também em reservas vizinhas como – Aldeia Limão Verde e a Aldeia Jaguari, ambas em Amambai (MS).
Diante dos fatos, na residência do autor a polícia encontrou uma grande porção de maconha e uma balança que indicavam a comercialização do entorpecente. Depois de um dia de intensas buscas, o autor foi localizado em uma motocicleta e capturado próximo à Vila Marques por uma operação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar, após informações repassadas também pelas lideranças indígenas, em apoio.
Em seguida, o autor foi encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã (MS), onde permanecerá à disposição da Justiça para as devidas providências. Para o delegado da Delegacia de Polícia Civil, Maurício Vargas, o crime foi passional e não esteja relacionado a ódio ou preconceito.
"O crime é passional, pois, esse crime expõe as questões sociais vividas nas aldeias próximas à fronteira do Brasil com o Paraguai. No qual, muitos acabam sendo cometidos pelo vício da droga e por vício do álcool e cometendo atrocidades por conta desse vicio”, explica o delegado responsável pelo caso.
Polícia Federal – Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou que oficiou a Polícia Federal de Ponta Porã para investigar o caso do casal, em Mato Grosso do Sul.
"O Ministério dos Povos Indígenas recebeu com pesar e indignação a notícia de um casal de anciões indígenas, da etnia Guarani Kaiowá, que foram encontrados mortos na madrugada desta segunda-feira (18) na aldeia Guassuty, em Aral Moreira, Mato Grosso do Sul.
Os corpos foram encontrados carbonizados dentro de sua própria casa, que fora criminosamente incendiada. O Ministério dos Povos Indígenas imediatamente oficiou a Polícia Federal de Ponta Porã para investigar o caso.
Segundo informações da Coordenação Regional (CR) da Funai do município de Ponta Porã, que acompanhou as investigações ao longo do dia, um suspeito foi identificado e detido.
O MPI segue acompanhando o caso de perto, para que o responsável por este crime, seja devidamente punido", diz o comunicado.
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