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Polícia

Ex-coordenador da Apae é preso durante operação por desvio de R$ 8 milhões

Gaeco cumpriu um mandado de prisão contra Paulo Henrique Andrade e outros 4 de busca e apreensão

Segunda-feira, 10 Março de 2025 - 14:52 | Marina Romualdo


Ex-coordenador da Apae é preso durante operação por desvio de R$ 8 milhões
Operação Occulto" nas cidades de Campo Grande e Camapuã (Foto: Divulgação/Gaeco)

O Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram nesta segunda-feira (10) a "Operação Occulto" nas cidades de Campo Grande e Camapuã. A investigação apura que o ex-coordenador da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da Capital, Paulo Henrique Muleta Andrade e terceiros investigados, desviaram um total de R$ 8.066.745,25 do dinheiro público.

A ação teve como objetivo efetuar o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e outros 4 mandados de busca e apreensão. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da 29ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Campo Grande revelou que desde o ano de 2021, o Paulo Henrique – que foi preso pela segunda vez e outros suspeitos utilizando-se de diversas empresas de fachada, simularam vendas de produtos para a rede pública de saúde e, assim agindo, desviaram o total apurado de R$ 8.066.745,25 do dinheiro público, repassado pela Secretaria de Estado de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul para fins de atender pacientes ostomizados.

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Gaeco apreendeu diversos chefes durante o cumprimento dos mandados (Foto: Divulgação/Gaeco)

O aprofundamento das investigações revelou a continuidade da prática criminosa, com reiterados delitos de lavagem de dinheiro, meios pelos quais os investigados passaram a ocultar o destino do valor desviado dos cofres públicos.

Ainda, em grave escalada criminosa, foi identificada recente prática do crime de obstrução da justiça por parte de um dos investigados que, mesmo já submetido a medidas cautelares alternativas, deliberadamente buscou dificultar e embaraçar a ação penal, especialmente burlando ordem judicial de sequestro de bens ao afastar cerca de R$ 500 mil de seu alcance.

Por meio de nota, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande (APAE/CG) informou que não tem qualquer relação com o ex-coordenador investigado e que, desde o início das apurações, tem colaborado integralmente com as autoridades competentes, permanecendo à disposição para quaisquer esclarecimentos.

“Ressaltamos que a APAE-CG foi vítima da situação e, ao longo de seus 57 anos de existência, sempre atuou com ética, seriedade e total transparência na gestão dos recursos, prezando pelo compromisso com as pessoas com deficiência e suas famílias. A instituição jamais compactuou com qualquer tipo de irregularidade e mantém sua dedicação exclusiva ao atendimento e bem-estar dos seus usuários. Confiamos na justiça e aguardamos a devida apuração dos fatos, reforçando nosso compromisso de continuar trabalhando de forma íntegra e transparente em prol das pessoas com deficiência de Mato Grosso do Sul”, finaliza o comunicado.

"Operaçaõ Occulo" – O termo que dá nome à operação, faz referência às ações para ocultar o dinheiro desviado, e considera também o pedido de cidadania italiana feito pelo ex-coordenador da Apae, com pretensões de deixar o país.


 

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