Defesa de PM's alega que clientes reagiram a uma injusta agressão

Os policiais militares que ceifaram a vida de Wander Alves Meleiro, mais conhecido como "Dinho Vital" de 40 anos, se apresentaram à polícia e entregaram as armas de fogo utilizadas no momento da ação na quarta-feira (8) na BR-262, em Anastácio. "Dinho" foi morto a tiros após um evento que comemorava o 59 anos da cidade.

Segundo o advogado de defesa dos PMs, Lucas Arguelho, os clientes reagiram uma injusta agressão, pois, se não fossem eles, a tragédia iria ser bem maior. "Os dois alegam que estavam em um evento festivo, um deles estava na organização do evento e outro foi convidado por um amigo. Na ocasião, a vítima tentou agredir as pessoas que estavam  no local, proferir xingamentos, inclusive para mãe e estava ameaçando as pessoas que ali estavam".

"Algumas pessoas tentam retirar ele do evento pelo fato de estar muito alterado e, até que, conseguem tirar ele do local. Além disso, nas imagens que estão circulando nas redes sociais, é possível ver quando "Dinho" cai ao solo, um dos PMs vai até ele e o segura e faz a proteção para ninguém o chutar. Após algumas horas, uma pessoa que estava na festa recebeu a ligação da esposa da vítima pedindo para ir embora, pois, ele estava retornando armado e queria causar uma tragédia".

De acordo com o advogado, neste momento, os policiais com instinto profissional com objetivo de proteger a população e foram intervir a pessoa no ambiente de fora. No momento da abordagem, houve um diálogo para que ele parasse, mas os meus clientes não conseguiram nem descer do carro e tiveram que usar as armas de fogo para cessar a vítima. Se não fosse os policiais, a vítima entraria no local e a tragédia seria maior. Ele voltou na festa com a intenção de matar".

"Testemunhas que estavam no local relatam que os dois pediram para acionarem o atendimento médico e a Polícia Militar quando tudo ocorreu. Eles não eram seguranças de ninguém que estava na festa e, sim, estavam participando do evento como outras pessoas. Por isso, que eles colaboraram desde início dos acontecimentos com a investigação e seguem à disposição para todo e qualquer esclarecimento", ressaltou o advogado.

Indagado sobre o fato dos dois policiais estarem armados em um local de festa, Lucas reforçou que todo policial tem o dever de estar armado em qualquer lugar em que estiverem. Pois, trabalham com a segurança pública. Um dos PM's é lotado na Polícia Militar Ambiental de Miranda e outro na Polícia Militar de Aquidauana.

O caso – Conforme o boletim de ocorrência, a vítima estava no evento quando em um determinado momento ficou alcoolizado e começou a fazer ameaças para o ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo. Pois, durante a festa, o atual prefeito, Nildo Alves de Albres, anunciou que lançaria Douglas como pré-candidato à prefeitura.

Nos vídeos que estão sendo compartilhados nas redes sociais mostra exato momento em que Dinho parte para cima do ex-prefeito. Em seguida, ele é contido por amigos e familiares. No entanto, relatou que iria voltar armado para a festa.

Já por volta das 16h, Wander volta para rodovia armado e dois policiais militares – que segundo as testemunhas, eram os seguranças do local, vão até ele e perguntam o que estava acontecendo. Com isso, Dinho aponta a arma de fogo para eles e para cessar a injusta agressão efetuaram disparos de arma de fogo em direção do ex-vereador. Ele tentou correr para trás do veículo, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.

O assessor de Douglas Figueiredo afirmou ao Diário Digital que o ex-prefeito está abalado por conta do episódio. "Apesar de falarem que ele estava discutindo com Dinho, ele não discutiu. Dinho ficou bravo com discurso que o prefeito, Nildo Albres fez e começou a se alterar com todo mundo. No vídeo dá para ver que Douglas está sentando olhando. Ele lamenta pela tragédia que ocorreu e vale destacar que o episódio aconteceu depois que Douglas foi embora da chácara".