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Polícia

Defensora pública visita detentos que estão em greve de fome

"Alguns dos presos estão com os lábios costurados com arame", relatou a advogada, Gladys Escobar

Quinta-feira, 29 Setembro de 2022 - 15:51 | Marina Romualdo


Defensora pública visita detentos que estão em greve de fome
Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero (Foto: Reprodução/Ponta Porã News)

Após internos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero anunciarem greve de fome nesta quarta-feira, 28 de setembro, a Defensora Pública Paraguaia, Gladys Escobar foi até ao local. Os detentos que estão na greve de fome são membros do Clã Rotela, facção paraguaia que disputa espaço com a brasileira na fronteira.  

Segundo informações, o protesto ocorreu depois de constantes ameaças da maior organização criminosa brasileira, o Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com o Ponta Porã News, a defensora estava na penitenciária e disse que os faccionados da organização paraguaia denunciaram a existência de privilégios aos membros da facção brasileira. Ela declarou que a situação é preocupante.

Além disso, relatou que entre os sete presos que aderiram à grave de fome, alguns estão com os lábios costurados com arame. Diante dessa situação, foram solicitados atendimentos médicos e psicológicos.  

Defensora pública visita detentos que estão em greve de fome
Membros do Clã Rotela anunciam greve após ameaça do PCC (Foto: Divulgação)

O caso – Os membros do Clã Rotela divulgaram vídeo nas redes sociais. Nas imagens, pedem conversa reservada com autoridades paraguaias para proteção. No último dia 14, ataque do PCC na Penitenciaria Regional de Concepción, também no Paraguai, deixou um detento morto e quatro feridos, entre agentes penais e internos.

No vídeo, o "porta-voz" do Clã declara que são ameaçados constantemente pela facção brasileira. Ainda, relata que um dos integrantes da organização criminosa paraguaia foi atacado a facadas por membro do PCC. Conforme o detento, os integrantes do Rotela foram culpabilizados pelo episódio.

"Somos presos que tentam ficar calmos, lutamos por nossas liberdades, para ter paz de espírito, não somos nós que estamos fazendo reféns, nem ferindo funcionários, mas as represálias estão vindo em nossa direção, não temos dinheiro e eles estão nos intimidando", disse ele.

Às autoridades, pedem assistência e proteção. "Queremos que eles [autoridades] nos ajudem, para que possamos falar, deixar claro que o Clã Rotela não é o que estão dizendo, já que estão nos sujando cada vez mais, estão nos discriminando", declarou o porta-voz do grupo. Ainda, anunciaram que a greve de fome cessaram somente caso haja a reunião, porque se “sentem inseguros”. 

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