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Polícia

Caso Sophia: Gaeco encontra arquivos com revelações sobre comportamento do padrasto

Pequena, Sophia Jesus Ocampos foi morta no ano passado após ser espancada e estuprada em Campo Grande

Terça-feira, 06 Fevereiro de 2024 - 16:31 | Marina Romualdo


Caso Sophia: Gaeco encontra arquivos com revelações sobre comportamento do padrasto
Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva estão presos pela morte de Sophia Ocampo (Foto: Luiz Alberto)

No relatório de investigações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi exposto que o padrasto da Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos e 7 meses, se masturbava na frente das crianças. Christian Campoçano Leitheim e a mãe da pequena, Stephanie de Jesus da Silva, estão presos pelo homicídio.

Enquanto a Stephanie saia para trabalhar fora, Christian era o responsável para cuidar das crianças e do trabalho de casa. De acordo com a documentação, foi possível analisar fotos e vídeos no celular do padrasto com imagens nuas dele se masturbando no mesmo ambiente que a criança. Na residência, morava a Sophia, o filho dele de 5 anos e uma filha do casal que era recém-nascida.

Durante o depoimento na audiência de instrução e julgamento do caso, ele negou que tivesse tido contato com a Sophia. Na ocasião, ele reforçou que quem não quis levar a Sophia ao hospital foi a mãe e preferiu a medicar com remédio na própria residência. Em seguida, os dois começaram a consumir bebida alcoólica e usarem drogas. E, que não entrou na casa durante o período em que a pequena estava dormindo.

Porém, o relatório mostra que ele espancou a pequena no dia 25 de janeiro do ano passado durante à tarde, após, a criança se recusar a deitar. O acusado teria ficado irritado após não conseguir se conectar a um jogo online e teria o chamado de menina de "endemoniada".

A investigação relata ainda que algumas horas após Christian ter encaminhado mensagem à Sthephanie, notificando seu estresse, o comportamento da vítima, tido como teimoso, cedeu espaço aos primeiros sintomas da fatal lesão sofrida pela pequena, uma vez que passou a apresentar febre e vômito, segundo a mensagem encaminhada por ele a então convivente, às 18h do mesmo dia 25 de janeiro de 2023.

Na mensagem, Christian disse que desferiu um tapa e “quebra-costela” para punir a vítima, agressões que eram seguidas de sufocamento como forma de interromper o choro da criança, cujo pranto era silenciado pela ânsia de respirar enquanto tinha seu rosto pressionado contra um colchão.

Caso Sophia: Gaeco encontra arquivos reveladores
Sophia Jesus Ocampos tinha apenas 2 anos de idade (Foto: Reprodução)

Relembre o caso – A pequena, Sophia Jesus Ocampos morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. O laudo também constatou que ela havia sido estuprada, porém, "não recente". Ela morreu entre 9h e 10h de 26 de janeiro de 2023, mas só foi levada ao hospital às 17h.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a mãe da criança não teria esboçado surpresa ou remorso quando soube da morte da filha, de acordo com o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

Durante as investigações, o que chamou atenção da Polícia Civil é que a menina havia sido atendida mais de 30 vezes na unidade de pronto atendimento. Inclusive, em uma delas, a criança estava com a perna quebrada. Com a apuração, foi constatado que a pequena teve a perna quebrada com um chute do padrasto, Christian.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado, analisou as mensagens trocadas entre Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva após a quebra de sigilo telefônico no celular de Christian e, foi constatado que os réus a torturavam.  

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