Polícia
Advogados, vereadores e servidores são investigados por fraudar empréstimos
Gaeco cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em oito cidades de MS
Quarta-feira, 05 Julho de 2023 - 15:13 | Marina Romualdo
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou nesta quarta-feira, 05 de Julho, a operação "Arnaque" para o cumprimento de 39 mandados de prisão preventiva e de 51 mandados de busca e apreensão em oito cidades do Estado.
Entre as cidades de MS em que as equipes percorreram estão Iguatemi, Naviraí, Paranhos, Tacuru, Sete Quedas, Eldorado, Anaurilândia e Chapadão do Sul. Já em outros estados foram –Bahia (Barreiras), Goiás (Goiânia), Mato Grosso (Sinop), Minas Gerais (Iturama), Paraíba (João Pessoa), Paraná (Araucária, Cascavel, Campo Mourão, Guarapava, Peabiru, Engenheiro Beltrão e Icaraíma) e Piauí (Floriano). Todos os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Competência Residual da comarca de Campo Grande (MS).
A ação é a etapa conclusiva de investigaçãop que no último mês tornou réus todos os 39 alvos de mandados de prisão, dentre eles sete advogados, dois vereadores e outros dois servidores públicos, pela prática dos crimes de integrar organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
O trabalho investigativo identificou duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário – praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados.
De acordo com a investigação do GAECO, os criminosos mediante série de ardis, obtiveram procurações de idosos, deficientes e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência, quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras.
Além disso, foi constatado também que apesar de exploraram pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade.
Participaram da ação a equipe dos GAECOs dos Ministérios Públicos da Bahia, de Goiás, de Mato Grosso, de Minas Gerais, da Paraíba, do Paraná e do Piauí, bem como do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) prestaram apoio operacional ao GAECO do MPMS. A operação contou também com as Comissões de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil por todo o país.
Arnaque – Na tradução livre do francês significa golpes, a operação faz alusão aos métodos fraudulentos usados pelas organizações criminosas para enganar as vítimas.
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