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Prédio mais alto de MS foi projetado para economizar água
Tecnologia é usada para controlar o uso do precioso líquido em edifício de alto padrão
Sexta-feira, 04 Novembro de 2022 - 14:32 | Valdelice Bonifácio
Na Travessa Ana Vani, na região central de Campo Grande, está o maior arranha-céu de Mato Grosso do Sul. O Edifício Vertigo Premium Studios tem 139,2 metros de altura, erguidos em bela arquitetura. Contudo, uma importante característica não está aparente, mas é vital: a economia de água. O prédio foi projetado para gastar menos que os empreendimentos convencionais. Uma relevante ajuda neste sentido é a tecnologia usada para controlar o consumo.
A reportagem do Diário Digital fez um tour guiado pelo edifício considerado luxuoso, com vista privilegiada da cidade, mas que enche os olhos também pelas práticas sustentáveis. O empreendimento foi o primeiro de MS a receber o selo AQUA-HQE, emitido pela Fundação Vanzolini, que atesta 14 categorias de Qualidade Ambiental, dentre as quais redução do consumo de água, energia, CO2 e matérias-primas nas edificações.

Entregue em 2020, o empreendimento tem 35 andares e 240 apartamentos de alto padrão, no modelo studio (edificação compacta com ambientes integrados e poucas divisórias), sendo que na cobertura ficam as quatro penthouses. Cerca de 70% dos apartamentos estão ocupados, o que representa 190 pessoas morando no local atualmente. Todas as unidades foram vendidas, a maioria ainda na planta.
O paisagismo das áreas comuns encanta logo no início da visita. A flora do Cerrado está devidamente destacada e, vê-se, muito bem hidratada. Contudo, a água sequer aparece. Os tubos estão enterrados e o líquido vai direto na raiz das plantas sob o comando de um sistema automatizado. Sensores controlam o fornecimento de água apenas com a quantidade necessária de acordo com cada espécie.
Parte do líquido utilizado vem do reservatório que armazena a água pluvial para reutilização. Quando a água da chuva cai sobre o empreendimento é captada, armazenada num reservatório que tem uma estação de tratamento própria.
"Depois essa água é liberada para uso nas áreas comuns, seja para limpeza, manutenção e até para irrigação. É tudo controlado por bombas e sensores", detalha Bruno Viana, gerente de incorporação da HVM, que construiu o elegante prédio residencial.
O reservatório tem capacidade para 112 metros cúbicos. Ele suportaria 13 horas de chuvas intensas captando toda a água e disponibilizando para o uso posterior nas torneiras específicas de limpeza no térreo e subsolo, além da irrigação.
O sistema de irrigação é programado com base em um cruzamento de informações para que cada espécie de planta receba exatamente a quantidade de água que precisa. Tanto cuidado no requisito consumo de água fez com que o empreendimento alcançasse uma importante marca, constatada após estudos onde foi comparado a uma construção comum, que não tem essas iniciativas.
"O resultado mostrou um consumo 20% menor em relação a esses empreendimentos comuns", valoriza Bruno. Mas, para chegar a tal resultado, foi preciso focar na gestão de água desde a concepção inicial do prédio e em detalhes.
As louças e metais dos apartamentos, por exemplo, foram escolhidos com pensamento voltado para a vazão, de modo a impedir uso irracional da água. É claro que o conforto foi levado em conta no planejamento da construção, mas também foram adotadas medidas para impedir que os moradores gastem o líquido de forma exagerada, isso sem deixar sensação de racionamento.
"O sistema hidráulico do empreendimento foi concebido de maneira que você tenha uma pressão de água confortável nos apartamentos mas sem que ela seja extremamente elevada. A norma permite uma pressão bastante considerável mas o AQUA pede pra que isso seja revisto, com um estudo que otimize essa utilização, o que acaba gerando economia também", explica Bruno.
Dentro dos apartamentos, as torneiras têm arejadores, peça acoplada nas torneiras, que misturam ar no jato, fazendo com que o morador sinta um volume maior saindo da torneira. Uma torneira comum utiliza de 14 a 25 litros de água por minuto, enquanto uma com arejador utiliza de 6 a 10 litros por minuto. No banheiro, o vaso sanitário tem dois botões para descarga de três ou seis litros.
Muito protegida no projeto de sustentabilidade do Vertigo, a água é também o item que proporciona um dos maiores deleites para a visão no prédio. A piscina de borda infinita no 20º andar está diante da paisagem deslumbrante da Capital. No mesmo andar, é possível desfrutar também de uma piscina de água aquecida, em ambiente coberto.
Energia elétrica - O consumo de energia elétrica também é reduzido. O Vertigo tem dois sistemas solares. Placas solares aquecem a água dos chuveiros e reduzem o consumo de energia nas áreas comuns.
"Ele (sistema) gera energia que abate a conta da energia elétrica da área comum, ou seja, isso resulta num condomínio mais sustentável e em conta para todo mundo", ressalta Bruno.
As áreas comuns, aliás, têm predominância de luminárias de led. Além disso, as janelas amplas fazem com que a luz natural seja abundante no edifício.
"O projeto foi todo pensado em relação ao seu posicionamento (entrada de luz); aberturas das janelas, pé direito, cores das fachadas e espessuras de vidro. Tudo para contribuir para um confronto térmico (com o menor uso de ar condicionado) e luminosidade (diminuindo o consumo de energia)", detalha Joicelaine Santos, responsável pela área de Qualidade da HVM.
Ela revela ainda que o prédio foi totalmente projetado com uso constante de simulações através de softwares que deram orientações quanto aos melhores materiais a serem utilizados no empreendimento, levando em conta conforto e sustentabilidade.
Selo AQUA-HQE - Como o nome dá a entender, o Selo AQUA é uma certificação internacional da construção de Alta Qualidade Ambiental, desenvolvida a partir do órgão francês Démarche HQE - abreviatura que complementa o nome -, e aplicada no Brasil pela Fundação Vanzolini. Ela conta com aproximadamente 380 mil projetos avaliados em mais de 20 anos, e acontece em três fases diferentes: Pré-projeto, Projeto e Construção.
A obtenção do AQUA se dá por um desempenho mínimo em 14 categorias, e dentre elas, a empresa possui itens referentes à obra e gestão de resíduos, por exemplo. Iitens referentes ao local do empreendimento, que é o entorno, o conforto ambiental, e tem também relacionado ao próprio empreendimento, como economia de energia e de água, desempenho acústico, enfim, todas compõem as três fases do projeto.
O Vertigo obteve as três fases da certificação, tornando-se o primeiro empreendimento do Estado a receber esse Selo. Agora, a HVM trabalha para obter a mesma conquista para outros dois empreendimentos em fase de edificação em Campo Grande, o Três Meia Zero, que já conseguiu a primeira e a segunda fase da certificação, caminhando agora para a terceira; e o DOM Jardim dos Estados, que por estar nas etapas iniciais, recém iniciou o processo para a certificação.
Serviço - Mais informações sobre o empreendimento podem ser obtidas com o gerente comercial da HVM Incorporadora, Fabrício Candia, (67) 9858-0996.
Confira a galeria de imagens:
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