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Acusado disse que "lamenta" as sete mortes

"Pedreiro assassino" é réu por morte de aposentado; dívidas motivaram o crime

Quarta-feira, 16 Fevereiro de 2022 - 12:15 | victoria oliveira


Acusado disse que "lamenta" as sete mortes
Suspeito é acusado de sete homídios (Foto Luciano Muta)

Cléber de Souza Carvalho, de 45 anos, conhecido como "pedreiro assassino" por sete homicídios em Campo Grande, ocorridos entre 2015 e 2020, retorna ao Fórum para encarar a 2ª Vara do Tribunal do Júri, nesta quarta-feira (16) em julgamento de mais uma de suas vítimas, o aposentado Timóteo Pontes Romã, que tinha 62 anos na época, morto a pauladas em abril de 2020.

Acusado disse que "lamenta" as sete mortes
Esse é o segundo julgamento de Cleber (Foto Luciano Muta)

Conforme depoimento prestado pelo réu em março de 2021, a motivação do crime seria por dívidas com agiota. Isso porque Timóteo estaria devendo Cléber e havia o contrato para prestar mais serviços, relatou. Eles discutiram por conta do valor cobrado pelo pedreiro no dia e pela dívida, que foi feita em nome de Cléber para Timóteo, quando o acusado "perdeu a cabeça" e acertou o aposentado com pauladas na nuca e na lateral do rosto.

Presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, o primeiro depoente foi o investigador da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio (DEH), Cláudio Rossi Junior. Ele relatou que Cléber confessou os crimes já preso, quando vários homicídios com o mesmo modus operandi foram levantados. Quando questionado pelas vítimas, o pedreiro assassino confirmava assassinato e apontava onde estavam enterradas.

O investigador explica que o perfil das vítimas eram todos iguais. "Homens que moravam sozinhos, não tinham parentes e possuíam mais de 40 anos", esclarece. Ele conta que a esposa e filha quem entregaram os crimes de Cléber à polícia.

Durante depoimento de hoje, Cléber confessou o assassinato e voltou a afirmar que matou Timóteo por conta de um empréstimo feito com agiota. Na ocasião, no final de 2017, o pedreiro emprestou R$ 3 mil para dar ao aposentado, que teria que pagar em três parcelas, mais os juros. Porém, a vítima não teria pago a dívida, que estava em R$ 18 mil, fazendo com que o pedreiro tirasse do próprio bolso para quitar o empréstimo.

A discussão teve início quando Cleber disse o preço do serviço e o aposentado teria se negado a pagar. “Nós começamos a discutir, trocar xingamentos e eu perdi a cabeça. Peguei um pau e dei duas pauladas nele”, detalhou Cleber no julgamento de 2021. Após matar o aposentado, o pedreiro jogou o corpo do homem em um poço de aproximadamente 10 metros, na residência de Timóteo. Segundo ele, precisou “terminar de matar logo”.

O investigador disse que Cléber queria ficar com a casa de Timóteo, já tendo, inclusive, alugado para uma família. Porém, o réu desmentiu que queria tomar a casa da vítima e disse que "estava perturbado porque um dia antes tinha matado outra pessoa". O pedreiro lamenta pela morte de Timóteo, assim como pelos outros seis homens que matou.

15 anos - No primeiro julgamento que durou mais de 10 horas de julgamento, no último dia 1º, o pedreiro apontado como um serial killer foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado pela morte de Roberto Geraldo Clariano, 48 anos. Ele cumprirá pena pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.

Inicialmente, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, determinou a pena-base de 12 anos pelo homicídio, mais três anos pela segunda qualificadora, totalizando os 15 anos. Porém, o réu foi beneficiado com a redução de um ano da pena pela confissão do crime.

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