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Neurologista do Humap-UFMS explica riscos de hematoma que afetou Lula

Pedro Levi Alencar explica quando um hematoma causado por queda pode ser perigoso e como identificar se há riscos

Quarta-feira, 11 Dezembro de 2024 - 13:21 | Redação

Neurologista do Humap-UFMS explica riscos de hematoma que afetou Lula — (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na terça-feira (10/12) o Brasil acordou com a notícia de que o presidente Lula estava internado após passar por procedimento cirúrgico de emergência para drenar um hematoma na cabeça, em decorrência de uma queda que sofreu no banheiro de sua casa em outubro.

Diante dessa situação fática, o neurologista Pedro Levi Alencar, do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Matop Grosso do Sul (Humap-UFMS/Ebserh), explica quando um hematoma causado por queda pode ser perigoso e como identificar se há riscos.

O especialista explica que as hemorragias cerebrais são categorizadas em alguns subtipos de acordo com sua apresentação nos exames de imagem. “Saliento ainda que a depender do tipo de hemorragia, as manifestações clinicas são distintas”:

- Hemorragia intraparenquimatosa: quando o sangue se acumula dentro do parenquima cerebral; geralmente causada por AVCs hemorrágicos ou isquêmicos com transformação hemorrágica.

- ⁠Hemorragia subaracnoide: quando há acúmulo de sangue no espaço subaracnoide. É o mais comum nos rompimentos de aneurismas cerebrais.

- ⁠Hematoma subdural: quando há acúmulo progressivo de sangue no chamado espaço subdural. Geralmente ocasionado por traumatismos cranianos.

- ⁠Hematoma extradural: quando o sangue se acumula entre a calota craniana e as meninges. Geralmente ocasionado por traumatismos cranianos.

“Ressalto que no caso do presidente Lula, o subtipo em questão é Hematoma Subdural, especificamente na sua forma crônica, que infelizmente agudizou”, afirma o Dr Pedro Levi.

- Quando um hematoma na cabeça causado por queda pode ser perigoso?

R: Os hematomas e hemorragias cerebrais são complicações comuns de traumatismos cranianos, especialmente no subgrupo populacional dos idosos. Em geral, os principais fatores que nos levam a temer um hematoma são o volume de sangue do mesmo e, por consequência, o efeito compressivo que ele pode desencadear em outras estruturas cerebrais, assim como a velocidade com que esse hematoma evolui no acompanhamento por imagem de crânio seriada (na maior parte das vezes por tomografias).

- Como identificar se há gravidade? Quais os sintomas?

R: Dor de cabeça, alteração do nível de consciência e sintomas neurológicos focais (alteração na fala, redução da sensibilidade ou força em um lado do corpo) em um paciente, em geral idoso, que passou por situação de Traumatismo Craniano, ainda que de leve intensidade nos últimos três meses, devem levar fortemente a família e a equipe médica à suspeita diagnóstica de Hematoma subdural crônico em processo de agudização.

- O que fazer nesses casos?

R: O mais indicado é procurar imediatamente o serviço hospitalar mais próximo, de preferência com serviço de Neurologia/Neurocirurgia em funcionamento. Em caso de hospitais do interior, estes pacientes devem ser prontamente referenciados e encaminhados a hospital de nível terciário capaz de diagnosticar e tratar essas condições. Trata-se de uma emergência médica com alta mortalidade e risco de sequelas se houver demora no tratamento.

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