Motoristas de aplicativo paralisam nesta 2ª-feira contra altos repasses a plataformas

Motoristas de aplicativos de corrida paralisam atividades nesta segunda-feira, 15 de maio, e cobram remuneração justa e maior condições de trabalho. A expectativa é de que os trabalhadores fiquem cerca de 24 horas em greve pela causa. Na Capital, a concentração de motoristas paralisados ocorre na avenida Afonso Pena. 

“A ideia é ser durante o dia todo e atingir um pouco do final da tarde e durante a noite”, explica o presidente da presidente da Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul (Applic-MS), Paulo Pinheiro. Os repasses mais altos aos motoristas não impactam no preço das corridas pago pelos usuários.

“Sempre aconteceu de a plataforma falar que vai aumentar o valor da corrida. Isso é fake news, é mentira. É uma negociação entre os motoristas da nossa categoria e as plataformas. Não aceitamos índices de 25% a 40% [do valor arrecadado com as corridas] indo para a plataforma e apenas 60% a 70%, para os motoristas”, conta. O que a categoria pede é que o repasse aos condutores seja de 85%, enquanto as empresas de aplicativo faturem de 12% a 15%.

Para o motorista de aplicativo, Wesley Salvatierre, de 32 anos, as greves já deveriam ter acontecido bem antes. "Estamos buscando melhorias para todo mundo. Concordo plenamente com os meu colegas motoristas, pois, a partir do momento em que meus ganhos são menos do que os meus gastos, não conseguir progredir. Acho que as principais exigências é taxar 10%  de serviço do aplicativo e 90% para os motoristas e os valores mínimos de viagens a partir de R$ 10".

"Estou participando da greve hoje, mas vi que outros colegas, em Campo Grande, não estão participando. Então, acaba não dando uma força para esse movimento", lamentou Wesley. A estimativa da Applic-MS é de que o Estado possua cerca de 62 mil motoristas cadastrados em plataformas de corrida para atender toda a população. 

O presidente ainda reforça que, por conta da pouca disponibilidade de motoristas de aplicativo nas ruas, as corridas devem ficar mais caras. Paulo Pinheiro pede compreensão da população. “Pedimos que a população entenda nossa causa, mas aceite esses valores exorbitantes pedidos pelas plataformas. A nossa orientação para os motoristas é de que não aceitem nem façam corridas, para ver o efeito no resultado final dessa paralisação”, esclarece.

A paralisação, estimada para durar 24 horas, é de iniciativa da Federação dos Motoristas Por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). As entidades calculam que 70% dos profissionais da categoria em todo o país devem aderir à greve.

Mato Grosso do Sul é um dos estados que optou pela adesão à causa. Conforme o presidente, a Applic-MS cumpre o papel de Associação e orienta não só os motoristas, mas também a população, de modo a manter harmonia na rotina de todos.