Médico alerta para cuidados nas práticas esportivas de fim de semana

A prática de atividade física é importante para a saúde e a qualidade de vida de qualquer pessoa e em qualquer idade. Mas e aqueles que aproveitam o sábado e o domingo para se exercitarem, há diferença? Pode parecer que essa atitude é benéfica para a saúde, porém ela esconde alguns riscos que precisam ser considerados.

O médico ortopedista da Unimed Campo Grande, Dr. Rodrigo Miziara Severino, especialista em Medicina Esportiva e Cirurgia de Joelho, explica que existe uma diferença significativa para quem pratica alguma atividade física diariamente daqueles que só fazem aos finais de semana. 

"Quando as atividades físicas são distribuídas ao longo da semana, há um menor risco de lesões e uma maior chance de melhorar a condição física de forma gradual e sustentável. Essa abordagem permite que o corpo se recupere adequadamente entre as sessões, o que é crucial para evitar o desgaste excessivo dos músculos e articulações. Por outro lado, concentrar toda a atividade física em dois dias pode sobrecarregar o corpo, especialmente se o volume de exercício for alto, aumentando o risco de lesões e problemas cardiovasculares", diz.

Segundo o médico, existe ainda o fator de risco para quem pratica atividade física de forma esporádica. "A prática de atividade física apenas nos fins de semana pode aumentar o risco de lesões musculoesqueléticas, como entorses e distensões, devido à falta de adaptação progressiva do corpo ao exercício. Além disso, há um maior risco de eventos cardiovasculares, especialmente em indivíduos que não são fisicamente ativos durante a semana. A intensidade e a duração do exercício sem um preparo adequado podem sobrecarregar o coração e o sistema vascular, aumentando o risco de complicações", alerta o especialista.

Dr. Rodrigo Miziara orienta que, caso a única opção disponível seja praticar atividade física nos fins de semana, é melhor manter a atividade, mas com cautela. "A inatividade total pode trazer riscos ainda maiores para a saúde, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares", afirma. No entanto, segundo o médico, é fundamental que a prática seja adaptada à capacidade física individual, com foco na progressão gradual e no aquecimento adequado para minimizar os riscos.

Para minimizar os riscos, o médico sugere algumas medidas de prevenção:

- Aquecimento e alongamento: dedique tempo suficiente para um aquecimento adequado antes de iniciar a atividade física e alongamento após a prática para evitar lesões musculares;
- Progressão gradual: aumente a intensidade e a duração dos exercícios de forma progressiva, evitando esforços excessivos que o corpo não está preparado para suportar;
- Variar as atividades: incorporar diferentes tipos de exercícios (cardiovascular, força, flexibilidade) ajuda a reduzir a sobrecarga em grupos musculares específicos e melhora o condicionamento geral;
- Monitoramento da intensidade: use métodos como a percepção de esforço ou monitoração da frequência cardíaca para garantir que a intensidade do exercício esteja dentro de limites seguros;
- Hidratação e nutrição: manter uma boa hidratação e uma dieta equilibrada é essencial para otimizar o desempenho e a recuperação;
- Consulta médica: pessoas com condições de saúde pré-existentes ou iniciando um novo programa de exercícios devem consultar um médico para avaliação e orientações específicas.

Ainda segundo o Dr. Miziara, para aqueles que possuem uma rotina intensa durante a semana, pequenas mudanças como incorporar caminhadas curtas, utilizar escadas ao invés de elevadores (se não tiver dores nos joelhos ou outra articulação dos membros inferiores) e realizar alongamentos podem contribuir para manter o corpo ativo e reduzir o impacto de concentrar a atividade física no fim de semana. "A combinação dessas práticas pode ajudar a manter um nível de condicionamento físico mais equilibrado e seguro", explica o especialista.