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Janeiro Roxo: mês da conscientização e alerta sobre os ricos da hanseníase

Doença grave tem o tratamento oferecido integralmente pelo Serviço Único de Saúde (SUS) e tem cura

Quarta-feira, 18 Janeiro de 2023 - 12:39 | Pedro Santos


Janeiro Roxo: mês da conscientização e alerta sobre os ricos da  hanseníase
(Foto: Prefeitura de Campo Grande / Reprodução)

Durante o primeiro mês do ano, é realizada a campanha “Janeiro Roxo”, que tem como objetivo conscientizar e alertar à população sobre os riscos da hanseníase. A doença, que pode gerar graves sequelas, tem o tratamento oferecido integralmente pelo Serviço Único de Saúde (SUS), e tem cura. A ação acontecerá no próximo dia 28 de janeiro, no período matutino, no Hospital São Julião, com os contactantes agendados que serão examinados pelos dermatologistas envolvidos na assistência ao paciente hansênico do próprio hospital. 

Manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas na pele, podendo ser associadas à falta de sensibilidade da região é um dos principais sintomas da doença, segundo o infectologista Rodrigo Coelho. O diagnóstico é feito de forma clínica, podendo ser solicitados alguns exames complementares para determinar o avanço da doença. 

Nos casos mais leves, em que o paciente apresenta poucas lesões – paucibacilares – o tratamento é feito na própria rede municipal de saúde. Já aqueles quadros mais agravados, em que o paciente apresenta diversas lesões – multibacilar – ou há o acometimento de nervos periféricos, o acompanhamento é realizado pela rede complementar, sendo o Hospital São Julião referência no tratamento. 

“Precisamos nos preocupar com as lesões de pele com alterações de sensibilidade, inicialmente. Nódulos, pápulas e alterações da motricidade ou sensibilidade de membros, principalmente, devem levantar suspeitas”, explica o infectologista. 

Somente no ano passado, 43 pessoas tiveram o diagnóstico de hanseníase em Campo Grande. O tratamento, feito com poliquimioterapia única, dura entre seis e doze meses, dependendo da gravidade de cada caso. 

“As formas mais graves da doença são as multibacilares, com baixa adesão ao tratamento podem trazer um comprometimento importante de estruturas nervosas periféricas e também outros órgãos como rins, fígado, nariz e órgãos reprodutores”, conclui Coelho. 

Transmissão - Ao contrário do que se imagina, a transmissão da hanseníase não acontece através do contato com a lesão ou feridas, e sim por gotículas de saliva e secreções nasais, mas somente após um longo período. Ou seja, quem convive com alguém que não faz o tratamento tem o risco de ser infectado, já quem tem contato mínimo dificilmente será contaminado. 

O não compartilhamento de objetos pessoais é uma das melhores maneiras de reduzir os riscos de contágio. “A vacina BCG, feita em crianças para se prevenir da tuberculose, pode ajudar na prevenção da hanseníase, uma vez que são agentes infecciosos muito similares”, completa o médico. 

Ações de orientação  - Uma das principais ações para sua erradicação é a vigilância de contatos intradomiciliares. Considerando as Diretrizes Ministeriais, os contactantes de casos de hanseníase devem ser examinados uma vez por ano durante cinco anos, com objetivo de monitorar sinais sugestivos de surgimento da doença, diagnosticar e tratar de forma oportuna os casos que forem identificados nesse público. 

A Campanha “Janeiro Roxo” propõe a realização do exame dermatoneurológico de todos os contatos dos casos notificados de hanseníase, repassando orientações sobre período de incubação, transmissão, sinais e sintomas precoces da doença, além de orientações sobre a vacina Bacilo de Calmette-Guérin (BCG). 

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