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Indígenas rezam na posse de nova reitoria de universidade federal

Oração foi ministrada por rezadores guarani kaiowá das aldeias Panambizinho e Jaguapiru, de Dourados

Segunda-feira, 04 Julho de 2022 - 18:39 | Redação


Indígenas rezam na posse de nova reitoria de universidade federal
Rezadores das aldeias Panambizinho e Jaguapiru abençoaram a nova gestão da UFGD (Foto: Divulgação)
 
Em cerimônia realizada na manhã desta segunda-feira (04/07), tomaram posse de maneira simbólica o reitor e a nova equipe da alta gestão da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Nomeado para o cargo no último dia 22 de junho, o professor Jones Dari Goettert assumiu a Reitoria da instituição por ser um dos componentes da lista tríplice que, há três anos, aguardava andamento em instância superior.
 

Com uma benção inicial concedida por rezadores guarani kaiowá das aldeias Panambizinho e Jaguapiru, de Dourados, o reitor, ladeado pela vice-reitora Claudia Lima e pelo professor Etienne Biasotto – primeiro colocado da lista tríplice –, abriu o principal portão do prédio da Unidade 1 da UFGD, simbolizando a entrada da nova gestão na instituição. Acompanhados pelo grande público que assistia à cerimônia, o grupo caminhou até o Cineauditório, onde foi dada continuidade ao evento.
 
Diante de cânticos tradicionais indígenas, técnicos administrativos, professores, estudantes e membros da comunidade externa lotaram o local, onde a professora Liane Maria Calarge, reitora da UFGD entre 2015 e 2019, abriu os discursos, agradecendo aos servidores que batalharam durante os três anos de intervenção para que a universidade continuasse funcionando. “Agradeço a todos que trabalharam para que hoje tenhamos esse dia e tenho certeza que com o trabalho de todos faremos a Universidade Federal da Grande Dourados uma grande universidade”, disse, chamando à palavra o professor Etienne Biasotto.

Indígenas rezam na posse de nova reitoria de universidade federal
(Foto: Divulgação)


 
O docente, que venceu as eleições de 2019, tanto na consulta prévia como no Colégio Eleitoral, afirmou que a educação e a democracia são irmãs gêmeas e que, quando a democracia é atacada, a educação pública sofre consequências fatais. “Digo a vocês com muito alívio, hoje é um dia muito feliz. Foram 1.107 dias de muito trabalho e muito otimismo para superarmos todas as dificuldades que tivemos. Agora, iniciamos uma nova etapa com a gestão do professor Jones, gestão que deverá reconstruir a UFGD, mantendo diálogo constante com todos os setores e as unidades da instituição”, afirmou, emocionado, passando a palavra à professora Claudia Lima, sua vice na chapa que venceu as últimas eleições.
 
“É um momento histórico da nossa universidade, do qual tenho o prazer em fazer parte. Após mais de mil dias de luta, nossa querida e amada universidade volta a sorrir. E é com esse sorriso que eu quero que a UFGD caminhe nesses próximos quatro anos. Não me cansarei de chamar o Jones de magnífico. Finalmente voltamos a ter a autonomia e a democracia respeitadas em nossa universidade”, comemorou a professora, agora vice-reitora da UFGD.

Após agradecer às mais de 230 pessoas presentes na cerimônia, o novo reitor da UFGD iniciou sua fala solicitando a todos um momento de silencio para, em seguida afirmar que o silêncio, a partir de agora, deve ir embora, em referência ao período de instabilidade causado pela não nomeação do reitor eleito em 2019. “Agora todas as vozes se escutam, retomando o lugar da escuta, o lugar da fala. O silêncio precisa para sempre ir embora. Assim como toda a relação de intervenção que impossibilita plenas relações de empatia, cuidado e vida. A UFGD é de todas e de todos. Intervenção, nunca mais”, manifestou o docente.

 
“É nessa perspectiva que o dia de hoje se levanta, em unidade entre retomada para todas e todos da UFGD e todos os guardiões a nos cuidar, proteger e nos guiar. Não queremos um norte. Não queremos o Norte, mas os ‘suls’, a ‘sulear’ este momento, em direção a articular pesquisa, ensino, extensão, acesso, permanência, diversidade, multiplicidade, inovação, ciência e tecnologia, a terra vermelha onde habitamos e que nos habita e todas as outras terras e territórios da Grande Dourados, de um Mato Grosso do Sul a encostar-se junto ao Paraguai e à Bolívia, entre o rio Paraguai e o rio Paraná, entre fronteiras que precisam unir mais que separar”, declarou o reitor.

Indígenas rezam na posse de nova reitoria de universidade federal
(Foto: Divulgação)


 
Após o discurso, amplamente ovacionado, o professor recepcionou no palco os servidores que assumirão as funções de pró-reitores no próximo quadriênio. Ao todo, sete pró-reitorias constituem a alta gestão da universidade: Pró-reitoria de Administração (PRAD), Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PROAE), Pró-reitoria de Avaliação Institucional e Planejamento (PROAP), Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEX), Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP), Pró-reitoria de Ensino de Graduação (PROGRAD) e Pró-reitoria de Ensino de Pós-graduação e Pesquisa (PROPP).
 
Além dos pró-reitores, o reitor chamou ao palco a professora Maria Alice de Miranda Aranda, diretora eleita da Faculdade de Educação (FAED) da UFGD, cuja posse também foi judicializada em 2019, estando o órgão com gestores pro tempore desde então.
 
Posse oficial - O Termo de Posse oficial como reitor da UFGD, enviado pelo Ministério da Educação, foi assinado pelo professor Jones Dari Goettert digitalmente na última sexta-feira (01/07). Durante esta semana, há a previsão de que sejam publicadas em Boletim de Serviço as nomeações dos novos pró-reitores e de outros integrantes das equipes administrativas da universidade.

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(Foto: Divulgação)


 

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