Evento sobre literatura e inteligência artificial vai até dia 30

A 25ª edição do Encontro do Proler (Programa Nacional de Incentivo à Leitura) foi aberta na última terça-feira (19), em Campo Grande, promovendo discussões sobre o tema “Literatura, leitura e escrita em tempos de inteligência artificial”. O evento, organizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura (FCMS) e da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), em parceria com o Sistema Estadual de Bibliotecas, reúne especialistas, acadêmicos e interessados no cruzamento entre literatura e tecnologia.

Impactos da inteligência artificial no universo literário

A abertura no auditório do Museu da Imagem e do Som (MIS) contou com três palestras que exploraram as transformações provocadas pela inteligência artificial (IA).

A psicóloga Fernanda Brito Ribeiros Oliveira abriu a noite com a palestra “Inteligência Artificial: Será que sabemos menos com ela?”. Fernanda destacou a necessidade de desenvolver pensamento crítico no uso da IA, evitando que a criatividade e a curiosidade sejam perdidas. “A IA pode ajudar, mas é preciso dominá-la com propósito. Muitas vezes, as pessoas apenas copiam, sem refletir, e isso compromete a parte humana do processo criativo”, afirmou.

O cientista da computação Pablo Souza Cavalcante apresentou a ferramenta ResearchRabbit, destacando seu potencial para revolucionar a pesquisa acadêmica. “A IA não substitui a criatividade, mas automatiza processos que antes demandavam muito tempo. É um movimento irreversível, tão transformador quanto os smartphones foram no passado”, comparou.

Encerrando a noite, a advogada Amanda Justino abordou a relação emocional com os livros físicos na palestra “Página virada: Livros físicos vs digitais – Quem conquista seu coração?”. Amanda ressaltou como os livros físicos ainda evocam vínculos emocionais profundos, como a sensação do papel e as dedicatórias, em contraste com os desafios dos digitais, que podem levar à distração.

A leitura na era digital

A gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da FCMS, Melly Sena, reforçou a importância do debate sobre IA no contexto literário. “As novas ferramentas digitais nos levam a repensar autoria e originalidade, mas a leitura permanece o alicerce para uma sociedade reflexiva. Sem isso, enfrentamos o risco de retrocessos culturais”, alertou.

Programação até novembro

O Proler segue até o dia 30 de novembro com oficinas, rodas de conversa e atividades gratuitas que aprofundam as discussões sobre literatura e tecnologia. As inscrições e a programação completa estão disponíveis nos canais oficiais da FCMS.