Geral
Delegado afirma que massagista limpou sangue com água sanitária e filho ajudou
Clarice Silvestre de Azevedo e o filho João Victor são réus pela morte de Marco Antônio Borges
Quinta-feira, 02 Junho de 2022 - 10:33 | victoria oliveira

Clarice Silvestre de Azevedo, de 46 anos, e o filho João Victor Azevedo, de 22 anos, ocupam os bancos de réus do Fórum de Campo Grande na manhã desta quinta-feira (2) para serem julgados pela morte do chargista Marco Antônio Borges, em 2020. A massagista responde por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver, pelo qual o filho também aguarda o veredito.
Os réus enfrentam o júri popular da 1ª Vara do Tribunal do Júri. O primeiro a falar sobre o crime foi o delegado Carlos Delano, titular da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) e encarregado pelo caso. Os relatos do delegado emocionaram os pais e filho do chargista, que assistiram ao depoimento aos prantos.

Segundo o depoente, a massoterapeuta oferecia serviço de massagem pra Marco em troca de panfletos para divulgar o trabalho dela, porque ele trabalhava com isso. Delano contou, também, que a vítima e a suspeita possuíam relacionamento sexual, porém Clarice contou que queria envolvimento amoroso, o que era negado pelo chargista. Em depoimento, relata, a massagista afirmou que o cliente a queria "apenas como amante".
Ele contou aos presentes que as investigações iniciaram no dia em que o boletim de ocorrência a respeito do desaparecimento de Marco Antônio foi registrado.
A primeira procurada durante as investigações foi justamente Clarice, porque o chargista possuía o hábito de realizar massagens com ela e pelo celular de Marco Antônio indicar a residência dela como último local em que esteve, explica o delegado. O Grupo de Operações e Investigações (GOI), da Polícia Civil, foi até a casa da massoterapeuta e encontrou colchão sujo de sangue.
Diante a cena, denúncia anônima levou os policiais civis ao corpo do chargista, que foi esquartejado por Clarice e João Victor, colocado em mala e descartado em casa abandonada no no Jardim Corcovado. Mãe e filho, ainda, atearam fogo na mala para que o cadáver não fosse reconhecido.
Limpou com água sanitária
O delegado explicou os fatos ocorridos no dia do crime. Conforme ele, a massagista e o chargista discutiram na manhã do dia 21 de novembro de 2020 por conta de uma foto postada nas redes sociais por Marco Antônio com outra mulher.
Durante a briga, Clarice derrubou o cliente da escada, foi até a cozinha, onde pegou faca para matar o chargista. A massagista voltou ao pé da escada, cortou o pescoço de Marco e desferiu várias facadas no coração dele. Após o crime, saiu do local e foi para bar da Capital, relata Delano.
Depois, retorna a residência dela, onde chama o filho João Victor. A dupla esquarteja o corpo de Marco Antônio e o coloca na mala. A massoterapeuta aproveita para, então, limpar o local com água sanitária, na tentativa de limpar os vestígios do assassinato.
Carlos Delano explica, também, que a mãe chamou carro de aplicativo de corrida para levar o corpo até casa do filho. Já na madrugada, jogaram a mala em construção abandonada e atearam fogo.
Um dia depois da prisão da massagista e a confissão dela, em São Gabriel do Oeste, a polícia foi até a casa onde Clarice vivia e realizou testes de luminol para verificar a presença de sangue.
Atendido 42 vezes
As investigações também revelaram espécie de caderneta na casa de Clarice com anotações sobre valores cobrados e clientes. No documento, a massagista anotou ter atendido o chargista por 42 vezes.
Outra anotação que chamou atenção dos policiais civis demonstrava aborto espontâneo sofrido. Conforme Delano, a massagista anotou que perdeu o bebê e enterrou o feto. O filho, no entanto, não era de Marco Antônio, mas sim de outro cliente, identificado como Francisco.
A massagista é acusa de homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e João Victor por ocultação de cadáver.
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