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Cansados, moradores reclamam de árvores no meio de ruas da Capítal

Prefeitura confirma ciência e monitoramento das espéciais denunciadas

Segunda-feira, 29 Maio de 2023 - 10:48 | Thays Schneider e Juliana Brum


Cansados, moradores reclamam de árvores no meio de ruas da Capítal
Árvore no meio da rua no Bairro Coronel Antonino (Foto Bruno Barros)

Andando por algumas regiões de Campo Grande, é possível ver a presença  de diversas árvores no meio da rua.  Esse problema se alastra por anos. Na Rua Dunga de Arruda, no Bairro Vilas Boas, por exemplo, não é diferente. No caso em questão, moradores esperam há mais de uma década a retirada da planta. 

No local, há duas árvores da espécie Cambaru. Flávia Menezes, 45 anos, mora na região há mais de 15 anos. "Já até desisti de pedir para a prefeitura retirar a planta. São anos de tentativas e vários abaixo-assinados  feitos pelos moradores. Se passar á noite por aqui vai presenciar  alguns acidentes", lamenta.

Moradores reclamam de árvores em ruas
Árvore no meio da Rua Dunga de Arruda (Foto Bruno Barros)

No Bairro Coronel Antonino o cenário não é diferente.  Na rua do Rosário tem uma Figueira Centenária com mais de dez metros. O morador Franciso Moura, 66 anos, disse não se incomodar com a presença da planta. "Houve até protesto entre os moradores para não retirar. Pessoal reclama dos acidentes, mas é falta de atenção dos motoristas a planta é sinalização tem uma calçada em volta", explicou. No mesmo bairro, na Rua Duas Vilas, é possível notar a presença de mais uma Figueira. 

A reportagem do Diário Digital entrou em contato com o biólogo Luan Hernandes, que esclareceu a necessidade da autorização para arrancar as árvores na cidade. Segundo o profissional, isso se dá pelo motivo de, se realizada inadequadamente, tais árvores podem crescer de maneira inesperada em sua copa e raízes, conflitando no efeito contrário ao que se foi realizada a poda.

Ainda reiterou que as árvores arrancadas sem assistência pode acarretar em distúrbios na fauna local. Assim como, se determinada espécie ter como característica o crescimento exacerbado de suas raízes e ocasionar a quebra de encanamentos de saneamento, podendo gerar proliferação de microrganismos parasitários.

Luan também lembrou que as espécies são importantes ecologicamente, pertencentes a flora do Cerrado ou naturalizadas essenciais como abrigo para aves e uso alimentício. 

Muitas vezes não nos perguntamos sobre qual a importância delas na natureza e ao nosso entorno e o especialista prontamente apontou o motivo que é a potencialidade da retenção de carbono em espécies arbóreas, essencial nas cidades, em comparação com o aumento da urbanização, purificando e umidificando o ar que respiramos. 

Outro fator determinante para o bem da comunidade é a utilização da sua sombra e a diminuição da temperatura climática onde estão plantadas.

Quando acontecer das espécies interferirem no dia-a-dia a recomendação é preencher o requerimento de poda e remoção de árvore, disponível no site da  Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), e se dirigir a Central de Atendimento ao Cidadão. Somente com a autorização o proprietário do imóvel poderá fazer as alterações na arborização.

A reportagem procurou a Prefeitura que através de uma nota detalhou as medidas adotadas pela administração municipal da Capital e afirmou ciência das árvores no meio das vias e que as monitora.

A SEMADUR esclareceu estar ciente das necessidades em relação à manutenção, recomposição e ampliação da cobertura arbórea mantém um Programa de Arborização Urbana que visa aproveitar-se dos efeitos benéficos ambientais e paisagísticos da arborização promovendo a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. 

Ainda defendeu que o Município conta  com a  Lei Complementar n. 184 que dispõe sobre o Plano Diretor de Arborização Urbana que estabelece as diretrizes de planejamento, implantação e manejo da Arborização Urbana, possibilitando a gestão e o gerenciamento da arborização. 

Conforme a Lei Complementar n. 184 a supressão de árvores em logradouros públicos e lotes particulares só será autorizada mediante Laudo Técnico e a poda de árvores em logradouros públicos só será permitida caso obedeçam às instruções contidas no Guia de Arborização Urbana do Município. Árvores de espécies raras, de interesse histórico, científico e paisagístico, ou de sua condição de porta sementes podem ser declaradas imunes ao corte. E para todo e qualquer laudo técnico e emissão de Parecer é considerando o estado fitossanitário da árvore.

Desta forma, a Prefeitura garante que preserva, incentiva e monitora o trato com as árvores, tanto que é reconhecida mundialmente pelo quarto ano consecutivo como uma Tree City of the World - Cidade Árvore do Mundo.

No caso das árvores citadas, a Prefeitura, por intermédio da Semadur, tem conhecimento das mesmas, onde inclusive realiza o monitoramento. Sobre a árvore citada na Rua do Rosário, por exemplo, trata-se de uma árvore tombada, imune ao corte por seu valor histórico. Temos também a situação da figueira (ficus elastica), localizada na Rua Doutor Pacífico Lopes Siqueira  que conforme Relatório Técnico emitido pelo Auditor Fiscal de Meio Ambiente foi recomendado pelo agente apenas a poda dos galhos secos que apresentam riscos de queda. 

É importante salientar que algumas dessas espécies se encontravam presentes no local antes mesmo de ali ser uma rua ou comércio, portanto, destacamos o respeito ao meio ambiente e a preservação das espécies. Desta forma o cidadão que necessitar de podas, é aconselhável chamar a prefeitura. 

Confira a galeria de imagens:

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