Câmara realiza audiência pública para debater tarifa zero no transporte público

A Câmara reuniu autoridades, especialistas e cidadãos para discutir a tarifa zero no transporte público em Campo Grande. A audiência pública foi convocada pela Comissão Permanente de Mobilidade Urbana da Casa, que quer emplacar a tarifa zero no transporte público de Campo Grande, que já é realidade em mais de 106 cidades do pais.

Atualmente Campo Grande possui uma das tarifas mais caras do pais, pagando R$ 4,65 reais no passe de ônibus, ficando atrás de cidades como Porto Velho (RO) e Blumenau (SC). Para a Vereadora Luiza Ribeiro, propusente do debate, a tarifa zero e o transporte público eficiente é essencial para o desenvolvimento sustentável das cidades.

"Nossa cidade possui a 10ª tarifa mais cara entre as capitais brasileiras, cobrando hoje o valor de R$ 4,65, mesmo com Município e Estado subsidiando o concessionário, que recebeu no ano de 2023 o repasse de R$31,2 milhões de reais do Município e R$ 10,2 milhões do Estado. Nesse sentido, vemos que a gratuidade do transporte coletivo urbano se apresenta como a melhor solução para ampliar o acesso das pessoas à cidade e ao mesmo tempo garantir um meio de deslocamento mais sustentável para o meio ambiente”, disse a vereadora.

Quem também participou da audiência foi o Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Usp, Daniel Santini, coordenador da Fundação Rosa Luxemburgo e especialista em Tarifa Zero, que afirmou que é uma possibilidade para reverter um quadro de crise no país.

“A tarifa zero é uma possibilidade para tentar reverter esse quadro grave. Há uma queda nacional no número de passageiros transportados nas principais redes do país. Essa falência está relacionada a uma crise cíclica, onde não há mais equilíbrio. O trabalho de pensar e discutir é de suma importância. É preciso pensar em saídas para essa crise que está colocada”, afirmou.

Entre as maiores reclamações dos usuários do transporte público de Campo Grande além do valor da tarifa está as condições dos ônibus, a falta de ar condicionado e a frota reduzida que não alcança as demandas da população.

A proposta da audiência é implementar uma tarifa mais acessivel para a população e uma melhor qualidade no serviço prestado.