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Após transplante de rim, Gilson Trajano aproveita a nova chance de vida

“Não podia pegar meu filho no colo”, conta Gilson antes do transplante

Terça-feira, 12 Março de 2024 - 17:17 | Redação


 Após transplante de rim, Gilson Trajano aproveita a nova chance de vida
Gilson Trajano, a esposa e seu filho de 4 anos (Imagem: Divulgação)

“Não podia pegar meu filho no colo”, conta Gilson Trajano, que teve nova chance de vida após transplante de rim

 

14 de março é dia de lembrar a importância dos cuidados com o rim; Em MS, 187 pessoas esperam pelo transplante do órgão

 Recém-ingressado em concurso público, em 2012, o servidor Gilson Trajano não imaginava que um achado durante exame admissional mudaria toda sua vida: os níveis de creatinina estavam aumentados. Com o passar dos anos, a doença evoluiu ao ponto de, em plena pandemia, os rins praticamente pararem. “Eu sentia fraqueza, ânsia, dores nas costas, até pensei que fosse Covid”.  Com o agravamento, passou por um ano de diálise peritoneal três vezes ao dia e, por fim, em outubro de 2022, o transplante, que foi bem-sucedido e deu uma nova chance não só para Gilson, mas para toda sua família. “Meu filho estava com poucos meses quando fiquei ruim, não podia nem pegá-lo no colo, fiquei muito fraco. Ele queria estar perto de mim e não conseguia e isso me deixou muito triste”.

 Encontrar um doador compatível em tempo curto foi crucial para Gilson, que faz um apelo às doações de órgãos: “É uma nova chance de viver. O paciente que fica na máquina tem uma vida sofrida, fica muito debilitado, sem esperança”. Esposa de Gilson, Julia Cristina Alves Mendes Trajano, relata que a possibilidade de fazer a diálise em casa, conseguir um doador em pouco tempo e ter o transplante sem intercorrência é muito gratificante. “Às vezes a gente até esquece que passou por tudo isso. O hospital da Unimed Campo Grande e os médicos nos deram todo apoio e suporte. Hoje a qualidade de vida é outra, conseguimos viajar tranquilos, ir a um clube, ele pode brincar e jogar bola com o João. Ele viu o filho crescer, algo que desejou muito. É muito importante ter a sensibilidade de deixar escrito ou falado o desejo de ser doador”.

 Em Mato Grosso do Sul 187 pessoas estão na fila à espera do transplante de rim, conforme dados atualizados em 28 de fevereiro último pelo Ministério da Saúde. No ano passado, foram realizados 30 transplantes renais no Estado. A médica nefrologista Welluma Lomarques de Mendonça Brito destaca que é preciso fazer exames de rotina sem esperar por sintomas, uma vez que a doença muitas vezes tem progressão silenciosa e o diagnóstico precoce é fundamental. Os principais exames para avaliação inicial são hemograma, glicemia, uréia e a creatinina, além da aferição da pressão arterial. Com esses parâmetros, o médico pode avaliar a saúde renal e, se necessário, realizar uma investigação mais aprofundada. “Nesse início a gente ainda consegue agir e evitar a progressão para doenças mais avançadas, aquelas que necessitam de algum suporte de diálise. Não esperem ter dor. Se atentem a um cansaço excessivo; aumento de pressão; pressão que não está conseguindo controlar; urinar mais do que três vezes à noite, talvez um enjoo pela manhã. São sintomas inespecíficos que muitas vezes as pessoas estão sentindo e não atribuem ao rim. Uma a cada 10 pessoas tem algum grau de doença renal crônica e às vezes nem sabe”, alerta.

 O urologista e coordenador da Comissão de Transplantes Renais do Hospital Unimed Campo Grande, Dr. Thiago Frainer explica que a boa saúde renal está ligada principalmente a hábitos saudáveis de vida, como moderar o consumo de sal e produtos multiprocessados; realização de atividades físicas regulares; manutenção da pressão arterial e realização de exames regulares. “A hidratação deve ser o ponto principal para a saúde renal, principalmente com aumento dos casos de dengue, Covid-19 e dias de calor intenso, além disso, os cuidados devem ser redobrados com crianças e pacientes mais idosos”. As principais doenças que levam à falência renal no Brasil são a hipertensão arterial e diabetes. “Fatores como aumento da temperatura e poluição sobrecarregam ainda mais a função real, contribuindo para as doenças”, finaliza.

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