• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Economia

Pecuária limpa, uma causa do campo, do governo e da ciência em MS

Produtores rurais, Famasul, Estado e universidade estão na lida para assegurar a bovinocultura sem agressões ao meio ambiente

Sábado, 24 Setembro de 2022 - 20:00 | Valdelice Bonifácio


Pecuária limpa, uma causa do campo, do governo e da ciência em MS
Fazenda já foi 90% dedicada à pecuária, hoje destina apenas 10% da área aos novilhos precoces (Foto: Luiz Alberto)

A placa de madeira no portal informa que o visitante está entrando em um local centenário. A Fazenda Gabinete, em Sidrolândia (MS), foi fundada em 1880. Metros à frente essa nostalgia inicial dá lugar ao encantamento. A bela paisagem cheia de riquezas naturais é o mesmo local de engorda de milhares de cabeças de gado de corte destinadas aos mercados interno e externo. A propriedade é considerada um “case de sucesso” na prática de pecuária limpa e sustentável.

Contudo, tal patamar de sustentabilidade só foi possível com a luta diária que já alcança várias gerações da família Barbosa. O patriarca José Ferreira Barbosa é apontado pelos seus descentes como um desbravador que deixou um importante referencial aos sucessores, o da produção rural com responsabilidade ambiental.

Nos anos 1960, a filha Maria Dirce herdou a fazenda, após seu casamento com Ruy Fachini. Atualmente, os quatro filhos do casal comandam a propriedade. “Cada um de nós trabalhava em um ramo diferente, porém, decidimos nos unir para tocar este que é mais que um negócio familiar. A pecuária sustentável é uma causa para nós”, explica Ruy Fachini Filho, um dos irmãos proprietários. 

Uma causa! Porém, não só da família Fachini, como se verá no decorrer dessa reportagem, mas também de entidades como a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), cujo foco é o desenvolvimento sustentável do agronegócio desde sua fundação em 29 de Outubro de 1977, apenas 18 dias depois da criação de MS. Desde então, são 45 anos representando o homem e a mulher do campo e auxiliando nas buscas por boas práticas. 

Nesta lida dos pecuaristas e da Famasul pela produção de carne com o mínimo de agressões ao meio ambiente, estão ainda governo estadual, concedendo incentivos necessários; cientistas da Universidade Federal de MS que buscam soluções para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa e Embrapa, com pesquisas reveladoras sobre o assunto. 

Nesta matéria vai ler:

  •  Abrindo a porteira: A Saga dos Facchini
  • Integração Lavoura/Pecuária é estratégia sustentável
  • Famasul, 45 anos em busca de boas práticas
  •  MS é terra de desbravamento e evolução no campo
  •  Bovinocultura em condições naturais e rentável 
  • Apoio especializado até nos cascos
Pecuária limpa, uma causa em MS
Fazenda histórica e familiar fica em Sidrolândia (MS) (Foto: Luiz Alberto)

Abrindo a porteira: A saga dos Fachini - Apesar de muito reconhecida pelo setor, a Gabinete abriu as porteiras à uma equipe de imprensa, pela primeira vez, em uma tarde de Setembro de 2022, para receber a reportagem do Diário Digital.  A experiência foi tão marcante que encorajou pesquisas mais profundas sobre a relação da criação de bovinos com o meio ambiente. 

Os Fachini herdaram a Gabinete nos anos 1960, como já foi mencionado. Ruy Fachini pai era bancário e a esposa Maria Dirce, professora primária. Inicialmente, o casal tentou conciliar as atividades da cidade com as campo, até que anos depois passou a dedicar-se exclusivamente à fazenda. 

A casa de tábua era pequena, simples e tinha poucas coisas. Mesmo assim, Ruy e a esposa deixaram as acomodações na cidade e passaram a batalhar no campo. Apesar do trabalho duro, seo Ruy era feliz apreciando o verde abundante da propriedade. 

Pecuária limpa, uma causa em MS
Ruy Fachini pai, no centro, a esposa Maria Dirce e Ruy Filho (Foto: Luiz Alberto)

Verde do qual é ferrenho defensor. Ele ainda é o mesmo que discute diante de simples menção de se derrubar qualquer árvore nas terras dele. "Gosto dos pomares e quero que os bichos também tenham o que comer", afirma o pecuarista de 89 anos. 

Com tamanho zelo, a fazenda continua servindo de morada ou parada para aves, onças, antas, capivaras, javalis e outros, biodiversidade considerada a grande riqueza que enche os olhos do patriarca e mantém limpa sua consciência. 

A derrubada da vegetação é uma das mais significativas fontes de emissão de carbono junto com queima de combustíveis fósseis, atividades industriais e outros. Porém, no que depender de seo Ruy, as árvores continuarão de pé retendo muitas toneladas de C02. 

Pecuária limpa, uma causa em MS
 (Foto: Luiz Alberto)

A dedicação dos pais inspirou os filhos. Os quatro herdeiros são “formados na cidade”, mas foram convertidos à causa máxima da família: produzir alimentos no campo em perfeita harmonia com a natureza. 

Assim, Ruy Filho, José Carlos, Dirceu e Edmar assumiram o comando da propriedade, cada um com uma função. Ruy Filho, aliás, é engenheiro civil por formação, e se tornou uma das vozes mais requisitadas do Estado (e até fora dele) quando o assunto é pecuária sustentável. 

Para Ruy Filho, pecuária e sustentabilidade são indissociáveis. “Essa dobradinha deve ser encarada como prioridade por quem quer produzir mais e com mais qualidade”, sentencia Ruy sempre pregando tal doutrina em seus trabalhos como dirigente – ele já presidiu o Sindicato Rural de Campo Grande e foi diretor da Famasul. 

Pecuária limpa, uma causa em MS
Edilson Melo, administrador da fazenda, José Carlos Fachini e Ruy Filho apreciam a boiada (Foto: Luiz Alberto)

Integração Lavoura/Pecuária é estratégia para produção sustentável - A estratégia de produção adotada na Gabinete é a integração lavoura/pecuária. Dessa forma, na fazenda cuja atividade principal é a pecuária de corte, há espaço também para o cultivo de soja e milho, em sistema de rotatividade. 

A luta para transformar os 4,5 mil hectares da fazenda em terras produtivas, porém, sustentáveis transformaram completamente o perfil da propriedade, especialmente nos últimos sete anos. 

A Gabinete cuja extensão já foi 90% dedicada à pecuária, hoje destina apenas 10% à engorda dos novilhos precoces das raças Nelore e Angus. O restante serve à agricultura e áreas de conservação que são 21% da fazenda. 

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Na Gabinete, natureza é abundante junto com a criação de bovinos (Foto: Luiz Alberto)

A pecuária intensiva e integrada trouxe ganhos e reduziu os impactos ambientais. Quando chegam à propriedade, os bezerros são encaminhados a uma área de integração onde permanecem 120 dias ganhando peso. Depois, são encaminhados ao pasto e recebem suplementação proteica. 

Os novilhos seguem para o abate aos 24 meses pesando em média 580 quilos. "O gado é jovem, sustentável e com grande rendimento, que chega a 57%, ou seja, a cada 100 quilos do boi, 57 são de carne", detalha Ruy Filho. 

O abate precoce de animais é considerado a forma mais eficiente de reduzir a emissão do gás metano. Os bovinos liberam muito gás metano pela boca e narinas. Assim, quanto menor o tempo de vida desses ruminantes, menos gás metano será liberado para a atmosfera. Uma vaca ou boi adultos liberam cerca de 56 quilos de metano por ano. 

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Bovinos recebem suplementação proteica (Foto: Luiz Alberto)

Atentos a estes números, os Fachini estão empenhados em ampliar a pecuária limpa, o que requer esforço e organização para aumentar o ganho de peso do animal e abate-lo precocemente. Além de monitorar a qualidade da pastagem, a fazenda também produz alimento saudável para os bovinos. 

A Gabinete produz cerca de 300 quilos de ração por mês a base de milho reidratado, torta de algodão e outros nutrientes. A alimentação de qualidade é aliada na melhora digestiva do animal e consequentemente na redução das emissões de metano. 

"Não foi simples, nem fácil. Eu diria que o modo de produção dessa fazenda atualmente foi resultado de 60 anos de trabalho. Sabemos que é preciso continuar, por isso, já entramos na fase de mentoria da próxima geração. São seis herdeiros com idade entre 13 e 31 anos que já estão recebendo informações sobre a importância do que fazemos aqui", explica Ruy Filho. 

Pecuária limpa, uma causa em MS
Ruy Fachini pai, dona Maria Dulce e os quatro filhos,  Dirceu, José Carlos, Edmar e Ruy Filho que administram a fazenda (Foto: Luiz Alberto)

Famasul, 45 anos em busca de boas práticas - Um dos conselhos de Ruy Filho aos produtores rurais é que estejam conectados às entidades de classe como forma de receber informações e apoio técnico para o aperfeiçoamento da produção sustentável. 

A Famasul foi constituída para representar os interesses e fortalecer as relações institucionais dos produtores rurais do Estado. E assim tem sido. Hoje, passados 45 anos, a entidade trabalha para promover a competitividade e a inovação do agronegócio. Isso passa por aperfeiçoamento das técnicas produtivas e capacitação da mão de obra, por exemplo. 

Os cerca de 20 mil produtores ligados à base sindical da Famasul, por meio dos 69 Sindicatos Rurais de todo o Estado, têm acesso a materiais informativos, orientações técnicas e visitas às propriedades. A implementação de boas práticas é a causa fundamental da entidade.

Pecuária limpa, uma causa em MS
Sede da Famasul em Campo Grande; entidade está completando 45 anos (Foto: Luiz Alberto)

Como já foi citado, a qualificação da mão de obra do campo é constantemente necessária.  No final dos anos 1980, a Famasul se integrou às atividades do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Dessa forma, a capacitação dos trabalhadores passou a ser atividade costumeira no calendário da entidade, fato que contribui para o bem-estar do homem do campo e dos animais, como se verá nos exemplos mais adiante na reportagem. 

Em uma década, mais de 340 mil pessoas foram capacitadas em todo o Estado. Só em 2021 foram 20 mil pessoas, ano de adaptação por conta da pandemia (mais de 3.300 capacitações realizadas). 

Um importante projeto de capacitação para a sustentabilidade rural em andamento é o FIP Paisagens Rurais que treina os trabalhadores para recuperação de pastagens e recomposição da vegetação nativa. 

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Famasul integrou suas atividades ao Senar nos anos 1980 (Foto: Luiz Alberto)

A  iniciativa, em parceria com o Banco Mundial, prevê a recuperação de 100 mil hectares de pastagens degradadas e de sete mil hectares de APPs e reservas legais em quatro mil propriedades, por meio da Assistência Técnica e Gerencial do Senar em MS – onde 200 propriedades já recebem as ações -- Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Tocantins. 

“Mais recentemente lançamos o Senar/MS ESG, um trabalho complexo de diagnóstico e orientação para ampliar boas práticas na agropecuária”, explica o gerente técnico da Famasul José Pádua. A sigla ESG traz um significado em inglês de três palavras que, traduzidas no português, significam: meio ambiente (environmental) social (social) e governamental (governance). 

Na prática, são diretrizes para o desenvolvimento de ações que atendam às exigências socioambientais e tendências de mercado, com destaque para recursos hídricos e emissão de carbono; leis trabalhistas e condições de saúde e segurança; transparência, ética e integridade dentro das instituições. 

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Famasul acompanhou a evolução da agropecuária no Estado (Foto: Luiz Alberto)

“Junto com os produtores, a gente identifica pontos a serem melhorados. Os participantes têm de responder a um questionário presencial. É um trabalho detalhista que exige foco”, afirma José Pádua. “Nossa intenção é alcançar o Estado inteiro com apoio dos sindicatos rurais”, completa. 

MS é terra de desbravamento e evolução no campo - Não por acaso, as terras sul-mato-grossenses já foram amplamente homenageadas nas artes. Os músicos Almir Sater e Paulo Simões definiram lindamente o valor desse chão na composição 'Terra Boa', mais especificamente nas duas últimas estrofes da canção. 

"Quanta terra boa 

Pra se viver bem 

É juntando forças 

Que se vai além 

Superando crises 

Sempre que elas vêm 

Meu Sul de Mato Grosso 

Te quero tanto bem." 

A realidade está aí. As terras do novo estado eram férteis, mas foi necessária muita persistência dos produtores rurais para superar os desafios físicos e produzir em um ambiente ainda em formação. Esses desbravadores ajudaram a fazer da agropecuária um dos setores que mais deslancharam nestes 45 anos, a ponto de MS sair da condição de importador e se tornar um grande exportador de mercadorias, entre as quais, claro, carne. 

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 Pantanal sul-mato-grossense é local de muito verde e de pecuária em condições naturais (Foto: Luiz Alberto)

A expansão de áreas agrícolas e o desbravamento do território com os rebanhos começaram ainda naquele 1977 e seguiram ganhando terreno nas décadas posteriores. Contudo, foi na primeira década dos anos 2000 que a agropecuária deu um salto em tecnologias, expansão de cultivos em territórios não tão férteis e intensificação das áreas, aumentando a produtividade por hectare. 

"Nos primeiros 10 anos do milênio, houve o avanço do melhoramento genético dos rebanhos bovinos, suínos e de aves, uso de novas ferramentas, além da digitalização dos processos e comunicação”, detalha José Pádua. Essa foi a mesma época do processo de expansão da agroindústria, com a chegada de frigoríficos e novas cooperativas agrícolas. 

De 2010 até os dias atuais, o que se vê é a introdução e a busca pelas estratégias sustentáveis de produção de forma mais intensa. O sistema adotado na Fazenda Gabinete, a Integração Lavoura/Pecuária assim como a Integração Lavoura/Pecuária/Floresta são cada vez mais populares no meio rural.

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José Pádua, gerente técnico da Famasul (Foto: Luiz Alberto)

"Neste período, os grandes destaques são a produção de baixo carbono, conservação de solo e água, intensificação da pecuária de corte por meio do melhor manejo das pastagens e uso de suplementação estratégica”, ressalta José Pádua. 

Bovinocultura em condições naturais e rentável - José Pádua define a pecuária de MS, na atualidade, como limpa, sustentável e rentável. “No geral, a pecuária brasileira já é naturalmente sustentável. É feita basicamente a pasto, de forma natural, em condições naturais. Aqui em MS, é também muito rentável. A única forma de um negócio ter continuidade é ser rentável", pondera. 

Para o gerente técnico, os recentes mapeamentos feitos no Estado são a prova de que o produtor rural é interessado e praticante da preservação. "Um terço de MS ainda é de vegetação nativa. É um dado muito relevante para um estado que tem várias atividades agropecuárias", comenta. 

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Abate precoce dos animais tem crescido no Estado, segundo dados da Famasul (Foto: Luiz Alberto)

Ele cita a redução do ciclo bovino como um esforço exemplar dos pecuaristas sul-mato-grossenses. "Há 10 anos, animais de até dois anos eram 5% dos abates no Estado. Hoje, são 25%. O Brasil ainda está na média dos três anos", compara. 

MS tem atualmente cerca de 18,6 milhões de cabeças de gado, sendo o quinto maior rebanho do País, segundo a Pesquisa da  Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE em 22 de Setembro deste ano. Os quatro primeiros do ranking são MT (32 milhões), GO (24 milhões), PA (23 milhões) e MG (22 milhões).

A produção de carne bovina em 2021 foi de 787 mil toneladas no Estado, conforme o banco de dados na Famasul. A expectativa para 2022 é de fechar o ano tendo produzido 850 mil toneladas de carne bovina. 

 

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Famasul oferece serviços on-line aos produtores rurais (Foto: Luiz Alberto)

O crescimento da produção de proteína em MS está diretamente ligado ao fato de a terra ser boa em localização geográfica, condições favoráveis de solo e clima. 

Apoio especializado até nos cascos - Quem busca ajuda do Senar-MS recebe orientação especializada para muito do que se precisa no meio rural. Inclusive, estão à disposição dos associados ao Sistema Famasul, figuras inesquecíveis, tal qual o casqueador e ferrador de equinos e bovinos Tibiriçá Simões, instrutor do Senar-MS. 

Foi vasculhando os achados dessa rede de apoio ao produtor rural que o Diário Digital o encontrou e foi recebido calorosamente por esse filho de Bagé (RS) ou o “gaúcho de coração pantaneiro”, segundo ele próprio que, aliás, sempre se apresenta com as tradicionais vestes gaúchas nos eventos dos quais participa. 

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Tibiriçá Simões vive em Aquidauana MS há 13 anos (Foto: Luiz Alberto)

Há 13 anos, ele vive em Aquidauana (MS) e afirma que o casqueamento não é apenas a profissão, mas a missão de vida dele. Tibiriçá trabalha, na verdade, pelo bem-estar do animal e do homem do campo. "Com o cavalo bem casqueado, haverá maior conforto para o animal e o cavaleiro", explica. "O casco bem colocado equilibra as estruturas ósseas desse animal. Se não for assim, ele pode ter problemas nos tendões, ligamentos e articulações", completa. 

Tamanha experiência fez com que Tibiriçá figurasse entre os principais palestrantes do evento Dia de Capataz, realizado em Setembro, na Capital. Ele foi chamado para quebrar paradigmas e desmistificar lendas em relação ao casqueamento. O instrutor fez revelações ao público. “O segredo do melhor casco não está na cor, pode ser branco ou preto, mas sim no formato. Esse é um detalhe para o qual é preciso estar atento”, ensina. 

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Gaúcho de coração pantaneiro é um requisitado casqueador (Foto: Luiz Alberto)

Quando visita as fazendas, Tibiriçá ajuda também a aperfeiçoar a relação entre homem e animal. “O primeiro passo é ter uma boa abordagem para evitar o coice do animal”, relata. “Sabe de uma coisa, o cavalo é o grande companheiro na lida. Se bem casqueado e bem tratado, os gastos com medicamentos diminuem e ele vai durar por mais tempo”, acrescenta. 

Os produtores interessados em obter a consultoria de Tibiriçá devem entrar em contato com os sindicatos rurais nos respectivos municípios. O trabalho do casqueador também pode ser visto nas redes sociais dele. 

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Tibiriça Simões durante sua palestra na Capital (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Nesta matéria você vai ler também:

  • Fazenda no Pantanal é santuário de produção orgânica e contemplação
  • Incentivo fiscal ajuda o negócio sustentável
  • MS quer se tornar Carbono Neutro até 2030 
  • Ciência entra em ação pela pecuária limpa
  • Estudo derruba crença de que pecuária é vilã do metano no Pantanal
  • Empresário da Capital vira calculador de CO2
  • Agro é positivo para 7 em cada 10 brasileiros, diz pesquisa inédita

Fazenda no Pantanal é santuário de produção orgânica e contemplação – Uma paisagem de tirar o fôlego é o cenário para a prática da pecuária orgânica, sustentável e limpa na região da Nhecolândia, coração do Pantanal, . A fazenda Santa Fé do Corixinho, localizada no município de Corumbá, se tornou notável nacionalmente pelas práticas sustentáveis dentro do bioma. 

Pecuária limpa, uma causa em MS
Pecuária orgânica, na  fazenda Santa Fé do Corixinho (Fotos: Arquivo Pessoal)

Da mesma forma que a Gabinete, em Sidrolândia, a Santa Fé do Corixinho é também uma fazenda histórica, familiar e cujo comando já passou por várias gerações. O atual proprietário é Eduardo Cruzetta, descendente da família que está no Pantanal desde 1850. O último processo de sucessão começou em 2011. Os herdeiros participaram de um treinamento da Famasul que abriu novas perspectivas de gestão. 

A propriedade tem 11,3 mil hectares. O nome Corixinho foi dado em referência a um curso de água que passava pelas terras. A fazenda é dedicada à cria de bovinos orgânicos e atualmente tem cerca de 4,5 mil cabeças, da raça Nelore. Além disso, novas atividades estão sendo introduzidas como o turismo rural pantaneiro, e ainda um sistema agroflorestal em estudo. 

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Eduardo Cruzetta mostra detalhes da pecuária na fazenda que herdou da família (Foto: Luiz Alberto)

Mais do que um produtor, Cruzetta é um ativista da produção de carne orgânica. Essa é sua causa. Não por acaso ele preside a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), entidade que tem mais de 60 fazendas associadas. Cruzetta é agrônomo com longa atuação na área de consultoria ambiental. 

Usando esses conhecimentos, ele passou a se dedicar à produção de carne orgânica no Pantanal e descobriu que para trabalhar naquele bioma é preciso, antes de tudo, ser um forte. “O pantaneiro é um produtor de muita fibra. É necessário disposição para produzir em meio a tantas adversidades”, relata. 

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Paisagem da Fazenda Santa Fé do Corixinho (Foto: Arquivo Pessoal) 

Cruzetta enfrenta pessoalmente cada desafio. Parte da rotina na lida, no calor do Pantanal, ele compartilha em um blog no Instagram. Uma das postagens mostra o bombeamento de água, embaixo do sol quente, para que os animais do bioma tenham o que beber na seca, e gerou grande repercussão. 

“Nesta época e sobretudo neste ciclo de secas que estamos atravessando é premente cuidar para que as criações tenham água de boa qualidade disponível. Para isso todo nosso esforço e dedicação”, postou, arrancando aplausos dos seguidores. 

Naquela ocasião, ele estava fazendo testes com uma motobomba a diesel, posteriormente substituída por um sistema de bombeamento solar permanente. Veja o vídeo abaixo: 

(Vídeo: Divulgação/Eduardo Cruzetta)

A água, aliás, foi verdadeiramente um desafio para a produção de gado orgânico na Fazenda Santa Fé do Corixinho. Era ainda o ano de 2009, quando a virada sustentável começou na propriedade. Foi preciso formar novas áreas já sistematizando o manejo de pasto. 

Uma das premissas, era que a produção necessitaria de água de boa qualidade e bem posicionada. Cruzetta construiu um reservatório e uma rede de distribuição para alocar pilhetas e praças de alimentação.

Uma fazenda pantaneira tem restrições de logística e de uso da terra e também não é possível se valer de todos os tipos de tecnologia. Assim, o que resta é dominar as possibilidades naturais.

Pecuária limpa, uma causa em MS
(Foto: Arquivo Pessoal)

A propriedade não utiliza adubação para corrigir o solo. Conta apenas com a fertilidade natural e recentemente passou a introduzir adubações biológicas ou enriquecimento da biota do solo através da multiplicação e pulverização de micro-organismos.

A pastagem é ecológica. A gramínea foi introduzida no cerrado junto à vegetação. A imagem dos bois pastando no meio das árvores representa muito bem o propósito da fazenda. "A gente forma o pasto em área de cerrado sem fazer o desmatamento, com isso integramos a pecuária e a floresta", detalha.

Um fato a se considerar é que a pecuária orgânica custa mais. "A gente abre mão de alguns insumos que aceleram a produção", explica. Mesmo assim, a produção de carne orgânica e de bois sustentáveis tem ganhado novos adeptos nos últimos anos no Pantanal. Além da conscientização, outra explicação para tal movimento são os incentivos fiscais concedidos pelo governo do Estado.

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Bois pastando no meio das árvores representa o propósito da fazenda (Foto: Luiz Alberto)

Incentivo fiscal ajuda o negócio sustentável - Desde 2019 os produtores pantaneiros podem recorrer ao Programa de Incentivo à Produção de Carne Bovina Sustentável e Orgânica no Pantanal, desenvolvido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) como forma de obter incentivos fiscais para a produção.

Dados revelados pelo próprio governo apontam que de 2019 a Dezembro de 2021 foram 54.846 cabeças abatidas, com valor de R$ 5,7 milhões repassado aos produtores. Já a média do incentivo pago por animal ficou em R$ 118,20. A concessão dos incentivos segue normas. 

Na explicação da Semagro, a carne orgânica é aquela produzida da forma natural e de acordo com o protocolo nacional. Já a carne sustentável é produzida mediante o cumprimento das regras do Memorial Descritivo e Manual de Procedimentos Operacionais do Protocolo do Programa de Certificação da Linha “Carne Sustentável ABPO”, registrado na Confederação Nacional de Agricultura (CNA).

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Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Produção  (Foto: Divulgação)

Conforme o titular da secretaria, Jaime Verruck, o sistema de produção valoriza o homem pantaneiro, sua cultura e processos produtivos que historicamente preservaram o bioma do Pantanal. 

"O tipo de produção tem que garantir o bem-estar animal em todas as fases do processo produtivo, minimizando também os impactos negativos que possam representar à sociedade através da conservação dos recursos naturais da biodiversidade local, preservando os ecossistemas, disponibilizando, por fim, um produto final saudável, obtido com responsabilidade social e ambiental", define.

O produtor inscrito no PROAPE, Subprograma - Carne Sustentável do Pantanal - recebe incentivo fiscal de 67% do imposto devido no caso de operações internas com bovinos que forem certificados na modalidade Pantanal Orgânico; e 50% do imposto devido no caso de operações internas com bovinos que forem certificados na modalidade Pantanal Sustentável.

Vídeo mostra pecuária exuberante na fazenda Santa Fé do Corixinho, que é incentivada pelo governo (Imagens: Divulgação)

MS quer se tornar Carbono Neutro até 2030 - O governo do Estado pretende que MS seja certificado internacionalmente como um território Carbono Neutro a partir de 2030. Em Novembro de 2021, foi assinada a regulamentação da lei que institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC em Mato Grosso do Sul e o Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA.

O plano estabelece um conjunto de ações e medidas de responsabilidade do poder público, das atividades econômicas e da sociedade em geral para que as emissões de gases de efeito estufa sejam neutralizadas a partir de 2030, antecipando assim, em 20 anos, a meta de 2050, estabelecida no Acordo de Paris.

De acordo com o Plano, no prazo de 8 anos, o Governo de Mato Grosso do Sul irá atingir o estágio de Estado com Emissão Líquida Zero (ELZ), ou Carbono Neutro, por meio de ações coordenadas e integradas.

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Governador Reinaldo Azambuja assinando regulamentação da lei em Novembro de 2021 (Foto: Edemir Rodrigues/Governo de MS)

No Agronegócio, as ações estão concentradas no efetivo manejo dos solos, na redução dos níveis de fermentação entérica, no manejo de dejetos suínos e no controle da queima de resíduos agrícolas.  Os programas Precoce MS e o Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal, já mencionados nesta matéria, fazem parte do pacote de medidas para incentivar as práticas sustentáveis e ajudar o governo a cumprir a meta traçada para 2030.

Ciência entra em ação pela pecuária limpa - Quem também está na luta pela pecuária limpa são os cientistas. Na UFMS, físicos, químicos, engenheiros e outros estudiosos se debruçaram sobre um projeto para diminuir emissão de carbono e metano -- os dois principais gases causadores do efeito estufa -- pela agropecuária. O estudo obteve financiamento do 'MS Carbono Neutro', a já citada ação do governo pela sustentabilidade. 

O projeto visa a captura e conversão de metano e CO2 através de equipamentos que estão sendo desenvolvidos dentro dos laboratórios da universidade federal. 'Eletro (foto) conversor escalável de metano e CO2 para pecuária limpa (Fotopec)' é o título da pesquisa. 

"Esta proposta envolve a captura e conversão de metano e CO2 em compostos menos poluentes utilizando energia solar", explica professor do Instituto de Física (Infi) Cauê Martins, coordenador da pesquisa. 

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Professor Cauê Martin, do Instituto de Física da UFMS (Foto: Arquivo Pessoal)

O projeto é bastante complexo. É preciso desenvolver materiais capazes de fotoeletrooxidar metano e fotoeletroreduzir CO2, ou seja, de converter os dois gases em compostos líquidos, na presença de luz solar. Essa é só a primeira etapa.

A etapa seguinte é desenvolver um produto mínimo viável em escala de bancada que funcione com gases artificiais. A última é desenvolver o próprio dispositivo. As projeções apresentadas até aqui apontam para desenhos de equipamentos com formato de torres de capturas dos dois gases. No entanto, conforme o professor, será possível adaptar de acordo com o meio de aplicação. 

"Se for uma pecuária intensiva, por exemplo, isso pode ser utilizado no teto do ambiente. Se for um silo de secagem de milho, também no teto. Em um ambiente um pouco mais aberto, precisamos dimensionar insufladores adequados para esse tipo de aplicação”, detalha.

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Desenho dos equipamentos para captura e conversão dos gases metano e CO2 (Foto: Divulgação/UFMS)

O dispositivo da Fotopec trabalhará na captura e conversão de gases sem alterar o fluxo de produção, o que, na avaliação da equipe, torna a tecnologia muito promissora. "O dispositivo da Fotopec agrega um validador de crédito carbono, bem como um “despoluente” para a agropecuária, abrindo ainda mais caminhos para a produção nacional", analisa. 

A equipe já desenvolveu alguns materiais e está na fase de importação e compra de equipamentos para o projeto. Além disso, para o desenvolvimento da tecnologia, foi aprovada a abertura de uma startup via Sisfóton, que se chama FotoGGE. 

Estudo derruba crença de que pecuária seria vilã do metano no Pantanal – Um estudo da Embrapa feito ao longo de três anos (2015 a 2018) trouxe uma importante constatação sobre a pecuária em terras inundáveis no Pantanal. Pesquisadores mediram as emissões de gás metano pelas paisagens e bovinos. A resposta encontrada foi uma surpresa: “as emissões entéricas de sistemas bovinos tradicionais em terras agrícolas inundadas podem ser consideradas neutras", diz o relatório final do trabalho publicado pelo Ministério da Agricultura, em inglês. 

Pecuária limpa, uma causa em MS
Figura mostra medição de fluxos gasos em solos secos e únidos da Fazenda São Bento (Fonte: Reprodução)

O local da pesquisa foi a Fazenda São Bento, na Estrada Parque, em Corumbá. A propriedade é limitada ao norte pelo Rio Abobral e ao sul pelo Rio Miranda. A área agrícola compreende quase 10 mil hectares. O levantamento foi parte do projeto de pesquisa da Embrapa PECUS que avaliou as emissões de metano da pecuária brasileira nos variados sistemas de produção e biomas.

O estudo foi esclarecedor ao mostrar que o gás metano lançado à atmosfera pelo Pantanal é emitido por questões naturais. As áreas úmidas em regiões tropicais são fontes naturais de emissão do gás, independentemente da atividade econômica que é desenvolvida nessas regiões. Portanto, a bovinocultura não é a vilã da poluição atmosférica. Pelo contrário, é insignificante, neste quesito.

Na São Bento, os pesquisadores mediram as emissões de gases emitidos pelos bovinos através da técnica do gás traçador -- colocando um cabresto na cabeça do animal com uma espécie de canudo que capta o ar que sai pelas narinas do animal e envia para dentro de uma câmara feita com canos de PVC em formato de canga. Posteriormente, esses canos são retirados e levados para análise dos gases coletados.

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Bovinos com os equipamentos que medem a emissão de metano (Foto: Larissa Morais/Embrpa)

"Elaboramos a hipótese de que as emissões de metano pelos animais, frente às emissões das paisagens em fazendas inundáveis, são muito pequenas, portanto não significativas. A hipótese foi testada em campo, através do mapeamento das paisagens de uma propriedade inundável, onde foram medidas as emissões de metano dessas paisagens", explica Ivan Bergier, da Embrapa Pantanal, um dos pesquisadores responsáveis pelo trabalho.

Ainda de acordo com o pesquisador, as emissões de metano das paisagens são de magnitude muito superior às emissões entéricas dos animais. Porém, isso vale apenas para fazendas inundáveis. Fazendas que não inundam tem balanços de emissões análogas às emissões de metano em fazendas de pecuária no Cerrado. "A ‘neutralidade’ seria para sistemas tradicionais do Pantanal, extensivos, e somente em fazendas que inundam", ressalta.

O estudo diz que uma fazenda extensiva típica do Pantanal, de aproximadamente 10.000 ha e cerca de 2.000 bovinos deve produzir anualmente em torno de 103 a 236 Mg de CH4 entérico. Assumindo que cerca de 50% das terras agrícolas são inundadas, as emissões das paisagens agrícolas estão então na faixa de 440 a 10.800 Mg CH4 por ano.

Pecuária limpa, uma causa em MS
(Foto: Reprodução/Bem da Terra/UOl)

"Como resultado, as emissões entéricas de CH4 dos sistemas tradicionais de bovinos no Pantanal são muito menores e podem, de fato, representar uma fração insignificante tanto da magnitude quanto da variabilidade das emissões de CH4 das paisagens devido a fatores sazonais, pulsos de inundação anuais e interanuais", aponta o estudo.

Empresário da Capital vira calculador de CO2 - A conscientização ambiental faz emergir novas atitudes no campo e na cidade, novas ideias e até ocupações. Um empresário de Campo Grande virou uma espécie de calculador de carbono. Carlos Monteiro, sócio da empresa Cultivar Tec, desenvolveu uma calculadora, com base em dados de plataforma do Ministério do Meio Ambiente. 

"Essa tecnologia calcula o impacto ambiental de eventos urbanos ou mesmo de ações rurais", atesta. No ano passado, ele compareceu a um drive-thru de lixo eletrônico, no Centro de Campo Grande, e calculou que o impacto daquele evento poderia ser compensado com o plantio de 71 árvores.

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Carlos Monteiro desenvolveu a calculadora que tem feito sucesso em eventos (Foto: Luiz Alberto)

A novidade se tornou popular e ele já compareceu a diversos eventos para apresentar cálculos. A calculadora de CO2 é um sistema on-line no qual ele coloca dados como o consumo de energia, quantidade de pessoas, gastos com viagens, quantidade de alimentos e outros.

"Tudo o que gera carbono é computado e, ao final, temos o número de árvores a serem plantadas para compensar", comenta. Frequentemente, ele também presta consultoria em propriedades rurais, onde ajuda a encontrar soluções ambientalmente corretas para os serviços no campo. 

Outra frente de trabalho para a qual está sendo bastante solicitado é o mercado de crédito de carbono. "Quero me tornar a ponte entre o produtor e quem precisa comprar créditos", revela.

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Carlos Monteiro, percorrendo fazenda do cliente (Foto: Arquivo Pessoal)

Agro é positivo para 7 em cada 10 brasileiros, diz estudo inédito – Diante de tanto debate e surgimento de novas atitudes e ideias sobre o meio ambiente, uma pergunta sempre esteve no ar: como a população brasileira enxerga o agronegócio em relação aos aspectos ambientais?

Pela primeira vez, têm-se uma resposta gerada por uma pesquisa de opinião qualitativa. Intitulado “Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa O Brasileiro”, o levantamento idealizado pelo Movimento Todos a Uma Só Voz mostrou que 7 em cada 10 pessoas têm uma percepção positiva em relação ao agronegócio.

Pecuária limpa, uma causa em MS
Pesquisa investiga imagem da população em relação ao agronegócio brasileiro (Foto: Marco Miatelo)

O Diário Digital obteve acesso ao resumo da pesquisa divulgado em 14 de Setembro, durante o 14º Congresso de Marketing do Agro ABMRA, em São Paulo.  Os detalhes estão previstos para serem revelados no final deste mês de Setembro.

O levantamento entrevistou 4.215 pessoas distribuídas em todas as regiões do Brasil, de diversas faixas etárias e diferentes classes sociais.  Neste total da amostra, a maioria (65%) declarou ter uma atitude positiva em relação ao Agronegócio.  No extremo oposto, 22% indicaram que boicotariam o setor, enquanto 43% seriam neutros.

Pecuária limpa, uma causa em MS
Pesquisa qualitativa foi realizada pelo Movimento Todos a Uma Só Voz (Imagem: Reprodução)

Para o Coordenador Geral da Pesquisa, Paulo Rovai, quem já trabalhou (84%) ou tem parentes que trabalham no Agronegócio (80%) tendem a avaliar o setor de maneira mais positiva. Por outro lado, a faixa etária de 30 a 59 anos tendeu a ser mais crítica que o total da amostra em aspectos ambientais. 

 “Para esta faixa etária, o Agro é mais descrito como responsável por impactos ambientais e má utilização de recursos hídricos”, apontou o coordenador.

Pecuária limpa, uma causa em MS
(Imagem: Reprodução)

A pesquisa pretende identificar o que o brasileiro pensa sobre o Agronegócio para que os resultados norteiem um plano de comunicação entre o setor e a sociedade urbana. 

“Com rigor científico, metodologia e base teórica sólida, a pesquisa tem a intenção de trazer à tona a mais próxima percepção que o brasileiro tem sobre o setor a fim de contribuir para o posicionamento dos diversos segmentos e atividades que o compõem para fortalecer a marca Agro no Brasil”, explicou Rovai.

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(Imagem: Reprodução)

No total, a pesquisa contemplou entrevista com mulheres (52%) e homens (48%) com pessoas entre 15 a 29 anos (30%); 30 a 59 anos (52%) e mais de 60 anos (18%), divididas nas classes A (1%), B (11%), C (39%) e D/E (49%) nas Sudeste (42%), Nordeste (26%), Sul (14%), Norte (9%) e Centro-Oeste (9%).

Todos Nós a Uma Só Voz - O movimento foi lançado oficialmente em Fevereiro de 2021. Ele é fruto da união de várias associações, empresas e profissionais que trabalham para gerar e disseminar conhecimentos de boa qualidade. O objetivo, como já foi especificado, é estimular a empatia da população brasileira urbana pelo campo e pelos produtores rurais.

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(Imagem: Reprodução)

(Fotos da Galeria: Luiz Alberto e Arquivo Pessoal)

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