• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto
Diário Influência
Diário Influência
Imagem

Veruska Donato

Veruska Donato é jornalista e apresentadora do Balanço da Manhã. No Diário Digital, ela assina a coluna Sala de Trabalho.

Sala de Trabalho: Socorro, preciso de trabalhador!, Por Veruska Donato

Em artigo de estreia, jornalista aborda a falta de qualificação profissional

Segunda-feira, 11 Julho de 2022 - 15:55


Sala de Trabalho: Socorro, preciso de trabalhador!, Por Veruska Donato
Verusca Donato, no Balanço da Manhã (Foto: Divulgação)

Quem nunca precisou de um serviço de reforma em casa que atire o primeiro saco de cimento. Se você usou recentemente percebeu o quanto é difícil conseguir um bom profissional. Quer um exemplo? Aqui em casa a gente foi colocar toldo na varanda e o rapaz na hora de fixar os ganchos para segurar a lona furou o encanamento. Foi água prá tudo quanto é lado. Chamei um encanador e ele quebrou o piso da varanda. Veio o pedreiro e assentou um novo piso, mas... esqueceu do rejunte. Quer mais? Na mesma semana o marceneiro veio colocar uma prateleira na cabeceira do meu quarto. Deixou cair no chão e advinha? Quebrou o piso! Quando ele se desculpou e disse que ia mandar um amigo prá remendar, eu entrei em pânico. 

Agora por que tem tanta mão de obra mais ou menos por aí? Uma das explicações é a falta de qualificação, a outra, a informalidade. Essa saltou 20% em um ano, 313 mil trabalhadores passaram a atuar como informais, segundo o IBGE.  A informalidade representa 40,3% da população ocupada no Brasil. É que muita gente perdeu o emprego na pandemia, e decidiu abrir um negócio. Outro motivo é a queda nos salários. Muitos trabalhadores passaram a acreditar que dá para aumentar a renda trabalhando por conta própria.

A falta de qualificação é típica de países pobres ou em desenvolvimento em que o sujeito precisa escolher se trabalha de qualquer jeito ou se estuda, na dúvida, vai de qualquer jeito. Em outros tempos, o governo já criou programas de qualificação bem robustos em que o desempregado na hora de buscar uma vaga passava por uma bateria de treinamentos, mas a corrupção, olha ela aí, levou muitos desses cursos a fecharem as portas, eram só de fachada, e o que era bom pro país deixou lembranças ruins. 

Em outros tempos as empresas já se prontificaram a treinar os colaboradores. Contratava quem não tinha experiência e ensinava, mas aí ficou muito caro. Sem incentivos do governo para compensar nos impostos e tributos, muitas abriram mão de ensinar. Agora, com tanta gente procurando uma vaga, as empresas estão podendo escolher o melhor candidato, e nesse caso, fica com a oportunidade quem tá mais qualificado, como a gente diz: tá pronto pro mercado, é só vestir a camisa.

Fale com a colunista: Veruska Donato está à disposição para receber comentários e observações sobre as colunas neste e-mail: [email protected] .

SIGA-NOS NO Google News